Uma festa. Um convite. Um motivo.
Jennie se sentia exausta e estava a um passo de surtar. Maltratada por sua tia e primas, a garota buscava paciência constantemente para lidar com ambas até que uma oportunidade surge com a chegada do filho mais velh...
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Jennie se sentia exausta! E estava a um passo de surtar!
Órfã de pai e mãe desde os 10 anos, a garota havia ficado sob responsabilidade da tia que era mais uma carrasca do que qualquer outra coisa. Se bem que um carrasco pareceria uma margarida perto da erva venenosa que era a mulher, e que não bastava fazer a vida da garota algo horrível, suas primas ajudavam a deixar tudo pior.
E a paciência da garota estava em níveis estratosféricos para explodir. Mas ela se segurava, por diversos motivos e alimentava o desejo de ir embora o mais rápido possível, pedindo e implorando aos céus por uma oportunidade, somente uma oportunidade!
Até que a oportunidade caiu dos céus! Ou melhor, da abertura de cartas da porta.
Um convite. Um baile para celebrar a volta do filho mais velho do conde após um período viajando. Para sua tia e primas era a oportunidade de ouro de fisgar o rapaz, mas para Jennie era a oportunidade para que descansasse por apenas uma noite.
Até mesmo aproveitar a noite para que possa descansar, dançar e conversar um pouco. Tudo por uma noitada era o que ela desejava.
Escondida de todos, Jennie arrumou um vestido azul que estava em seu baú do melhor jeito que pôde. Conseguiu tecidos com o troco dos alimentos da casa que era responsável por comprar (e mentia dizendo que a inflação do lugar estava alta), costurou o mais belamente que conseguia com os anos de aprendizado.
Até que… tcharam! Um vestido lhe esperava.
Antes que a garota pudesse vestir, ouviu o barulho do ranger da escada e escondeu rapidamente ao ver sua tia parada ali.
Espalhafatosa com um vestido que lhe lembrava uma beringela, Jennie observou a cara de felicidade da mulher.
— Estamos indo ao baile e quero tudo limpo quando eu chegar, além da janta pronta e lençóis trocados. Meus dias nesta casa estão contados, porque uma das meninas irá se casar com o filho do conde. Entendido?
— Sim, senhora.
Dando alguns instantes para a mulher e as primas saírem, Jennie observou do topo do telhado a carruagem se afastando e sorriu antes de falar consigo mesmo:
— Mas também estou fora essa noite.
Banhou-se do melhor modo com os requintados produtos de suas primas, pegou uma tiara lisa para fazer os cabelos ficarem para trás e se olhou no espelho, respirando fundo com o último resquício de coragem.
Uma noite. Ela só precisava se divertir por uma noite.
Diferente das damas tradicionais que iam em belas carruagens, Jennie usou as rotas que conhecia para ir até a casa grande e agitada, entrou pelos fundos somente para não cruzar com nenhuma de seus familiares e logo se misturou no salão.
Ou melhor, tentou.
Porque assim que a garota pisou no lugar, parecia que ela era o que fazia o ambiente brilhar. Seu vestido era diferente dos padrões que estavam presentes, eram um azul que a deixava brilhante.
