cinco

1.3K 52 2
                                    


É pôr do sol. Estou ajoelhada na masmorra novamente. Não tenho estado assim tão assustada desde a primeira noite porque sei o que está por vir. Adiei isso o máximo que pude, e só resta um homem. Archer conta a seus irmãos tudo o que aconteceu entre nós. Não consigo nem corar enquanto ele detalha minhas reações a cada brinquedo. Estou com muito medo.

— Você a marcou? — Rafe pergunta.

— Sim. Ela aceitou minha reclamação. 

— Bom. — Ele se vira para mim. — Escolha seu Mestre para esta noite. 

— Eu o quê? — Ele foi o único que restou. Achei quenão teria que escolhê-lo. De alguma forma, mesmo quando eu estava adiando o inevitável, pensei que, escolhendo todos os outros, eu nunca teria que escolhê-lo. Ele pode me ganhar por exclusão, mas eu nunca teria que dizer as palavras.

— Diga-me sua escolha, — diz ele. — Quem vai ter essa bunda doce esta noite? 

Olho para o chão, as lágrimas descendo silenciosamente pelo meu rosto. — Você é o único que resta, —respondo.

Ele ri. — Então, qual de mim você escolhe? Você vai dizer isso em voz alta. A quem você pertence esta noite, e toda sexta-feira à noite pelo resto da sua maldita vida? 

Olho para cima e gemo: — A você, Mestre.

 — Boa menina. — Ele ainda está olhando para mim quando diz: — Todo mundo fora. Estou soluçando agora. Não posso evitar.

— Por favor, não me deixem sozinha com ele. 

Eu pego cada um de seus olhares por sua vez. — Por favor, eu sou sua... não faça isso. Não deixe isso acontecer. Por favor, não deixe que ele me machuque.

 Vários deles parecem conflitantes. Declan finalmente diz: — Vá com calma com ela, irmão. 

— Saia, — Rafe vocifera.

 Alguns deles hesitam. Então o rosnado animal mais aterrorizante que eu já ouvi sai de sua boca. Não há dúvida, não há engano de que ele não é humano. Nenhum deles é. Quaisquer dúvidas que eu possa ter tido, qualquer negação que eu possa ter vivido, desaparece na esteira daquele som sobrenatural.

— Alguém quer me desafiar? 

— Deixe-me falar com ela a sós, — diz Declan. Ele diz isso no mesmo tom que você usaria para acalmar alguém.

Rafe ri disso. Seus olhos brilham dourados, e vejo presas saindo de sua boca. Ele vai me matar.

— Deixe-me falar com ela a sós ou eu vou desafiá-lo, — diz Declan.

— Você vai perder.

 — Vale a pena perder um irmão? 

Rafe parece humano por um momento, uma expressão de tristeza passando brevemente em seu rosto. Depois passou tão rápido que acho que imaginei. —Ok. Você tem três minutos. Depois ela é minha. 

Todos saem da masmorra, menos Declan. Ele se ajoelha ao meu lado e acaricia minha bochecha. — Ouça-me, pequena. Você precisa provocá-lo. 

— O-o quê? — Eu não posso tê-lo ouvido direito.

— Provoque-o. Resista, grite, jogue coisas. Aperte os botões dele. 

Eu balanço minha cabeça freneticamente. — Isso é loucura, ele vai me matar. 

— Não. Ele não vai. Ele vai perder o controle e marcála. Uma vez que você seja verdadeiramente dele, vai reinar a besta. Confie em mim. Você sabe que eu não faria mal a você, mas se você pedir e implorar e tentar apaziguar, será ruim. Seja corajosa por mim. Você pode fazer isso?

Three Words (Concluida)Onde histórias criam vida. Descubra agora