Já estava trabalhando a uns meses em um restaurante que não era tão requintado mas era bem frequentado e eu estava recebendo meu salário em dia isso que importava.
Sai tarde naquele dia pois estava trabalhando de sous chef e precisei rever algumas coisas para o dia seguinte junto com o chef.
Entrei no meu carro e fui dirigindo pela cidade.
Eu estava com muito sono havia feito um turno de doze horas seguidas.
Meus olhos fechavam e eu tentava abri-los mas estava difícil,foi quando em uma via muito movimentada acabei sendo atingida por outro carro.
O impacto foi muito forte e eu acabei capotando o carro diversas vezes.Acordei no hospital cheia de fios e tubos em meu corpo,eu não conseguia falar apenas mexia os olhos.
Vi que uma enfermeira se aproximou e tendo um susto ao meu ver com os olhos abertos saiu correndo.
Em seguida uma equipe médica veio e começou a me examinar.- graças a Deus meu amor você acordou
- filha linda que saudade de ver seus olhos
- mana você foi uma guerreira.Eu não podia responder e isso estava me deixando muito mal.
Alguns dias depois eles me extubaram e finalmente pude dar umas palavras
Eu só queria entender o que tinha acontecido comigo depois do acidente.Mesmo sem o tubo eu ainda não conseguia falar muito bem então pedi um papel e uma caneta.
Minha mãe me entregou e eu escrevi, a perguntando o que aconteceu.- filha você sofreu um acidente grave quando saia do trabalho,chegou aqui muito machucada achávamos que você não ia sobreviver mas eu tinha esperança.
Escrevi novamente perguntando quanto tempo eu estava ali.
- meu amor você já está aqui a dois meses.
Meu Deus dois meses? Como assim parece que o acidente foi ontem.
Algum tempo depois...
Me levantei a primeira vez para tomar banho pedi pra ir sozinha apesar de estar em uma cadeira de rodas eu conseguia me virar.
Tirei a bata e comecei a me ensaboar quando senti algo estranho em meu corpo, havia uma cicatriz lateral muito grande.
- mãe ! Mãe ! Mãe !
Minha mãe entrou desesperada no banheiro.
- o que foi Amanda?
- que cicatriz é essa?Ela sentou na privada e começou a me contar o resto da história.
- filha o seu acidente foi gravíssimo como sabe e você acabou tendo um dos rins perfurado e ele não estava mais funcionando corretamente então iniciamos uma batalha nas redes sociais afim de conseguir doadores.
Infelizmente o seu sangue é do tipo mais difícil e nenhum de nós era compatível após muitos dias lutando uma doadora apareceu e foi feito o transplante.- quem é essa doadora? Ela está bem? Ela vai viver apenas com um?
- segundo o médico sim ela pode viver apenas com um.
- e porque eu não pude ficar só com um?
- porque o outro também ficou comprometido e o médico achou melhor fazer o transplante,com relação a doadora nós não tivemos acesso, ela pediu sigilo e nós respeitamos apenas enviamos um buquê com chocolate para o seu quarto e ela agradeceu com um cartão.
- aquilo me deixou muito mal eu quase morri mas Deus me deu outra chance.Mais alguns dias se passaram e eu fui me recuperando até que recebi alta.
Eu passei por um longo processo de fisioterapia para voltar a andar confesso que não foi fácil mas eu trabalhava duro para conseguir.
De volta agora casa após mais uma sessão de fisioterapia, estava passando em frente a um outdoor vi a cara do Antônio bem grande anunciando sua próxima luta que seria em dois meses e foi aí que descobri que ele havia voltado a morar fora do país com sua mulher e sua filha ,sim havia nascido e era uma menina.Até que próximo ao Natal eu consegui voltar a andar e estava muito feliz por isso pedi ao meu pai que me levasse até a casa da minha prima Mari eu tinha que resolver algo muito importante.
- Mari eu estou aqui pois acho que chegou o hora de assumir as minhas responsabilidades.
- eu sabia que esse dia chegaria me perdoe por estar chorando mas eu me apeguei demais.
- eu sei e você foi essencial para que a Melissa tivesse a melhor criação.
- você pode organizar as coisas dela por favor.Algum tempo depois a melissa chegou da escola.
- mamãe!
- oi meu amor eu tenho uma grande novidade para contar
- qual?
- você vai morar com a mamãe
- sério?
- sim!!!!Sim pessoal a minha filha com o Antônio estava viva mas ele não sabia disso.
Após cair da escada me levaram até o hospital e lá me foi informado que a babe estava bem porém somente eu e minha mãe estávamos na sala nesse momento e depois do que vi eu não queria mais chegar perto do Antônio e muito menos que ele tivesse acesso a Melissa o que ele fez foi muito grave e naquele momento eu tomei a decisão mais difícil da minha vida.
Contei tudo ao médico e lhe pedi que não contasse nada sobre o bebê que deixasse que eu falaria.
O Antônio e sua família entraram no quarto e eu revelei que havia perdido a Melissa.
Foi uma comoção gigantesca,o Antônio tentava falar comigo mas eu não olhava na cara dele.Quando tive alta falei com meus pais que iria para casa da minha prima Mari que ficava em outra cidade e que teria a melissa lá.
Meu pai relutou um pouco pois ele não achava justo com o Antônio esconder essa informação.
Mas eu bati o pé e disse que era essa a minha vontade e eu não mudaria de ideia.
Meses se passaram e minha mãe sempre me falava que o Antônio passava na frente da casa e me procurava.
A Mel nasceu tão grande e tão cabeluda,bem loirinha era a criança mais linda que eu já tinha visto.
Como estava sem ajuda do Antônio,
eu precisava trabalhar e dar uma vida digna para a Mel foi então que surgiu a oportunidade de morar fora e ganhar em dólar mas eu não podia levar minha filha.
Foi mais uma decisão difícil que tive que tomar.
Minha prima então se prontificou a cuidar dela sempre falando sobre mim para que ela nunca me esquecesse.
Após a minha viagem meu pai foi transferido para outro emprego e teve que se mudar.Durante todo esse tempo eu sempre mantive contato com a Mel inclusive estando em seus aniversários.
A Mari havia ensinado a ela que quando estivessemos em público ela não deveria me chamar de mamãe.
E assim ela sempre fez,incrível a inteligência da minha filha.
Eu tinha medo que alguém conhecido do Antônio descobrisse que a Mel estava viva e ele tentasse tirar ela de mim.- estão aqui todas as roupinhas dela e os brinquedos que ela mais gosta
- Mari eu nem sei como te agradecer por tanto se não fosse você eu não teria conseguido.
- eu amo a sua filha prima como se fosse minha
- sempre que quiser vê-la pode ir lá em casa.
- sim com certeza.Após longos dez anos eu podia finalmente cuidar da minha filha o Antônio estava fora e já tinha outra filha agora sim seriamos somente eu e ela.
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Nao pode ser...
Roman d'amourserá que estamos destinados a alguém ou tudo não passa de uma coincidência?