O pó

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Acordei naquele dia, morto de vontade de não levantar, estava bem preguiçoso, sem vontade de viver, sem ânimo, sem disponibilidade, e sem mais tudo que tem haver com desanimo.
Me dei conta de que levantei antes do despertador, e quando percebi, ainda estava de noite...
Fiquei olhando pela janela, a densa floresta que ficava atrás do meu prédio a alguns kms, o cheiro da noite, aquele frio noturno, sem barulho de carros, sem barulho de animais, o silêncio reinava.

Pego meu celular e vejo a horas.

Lucas - 4:39... - falei...

Vejo a luz auxiliar do banheiro que ficou acesa, olho para a cama de Max, achei que ele estava no banheiro, mas não... Me levantei e a desliguei, senti um arrepio da brisa que entrou pela janela.
Me recolhi e fiquei quietinho debaixo da coberta, e sem perceber acabei dormindo novamente.

[...]

Já estávamos na quarta feira, e uma aula hidro ginástica estava preste a iniciar, eu travei na porta do vestiário ao ver tantos homens pelados...
Eu não sabia aonde enfiar a cara, e eles perceberam que eu saí assim que entrei, respire fundo, e como se nada tivesse acontecido, fui andando com o olhar reto, e a cabeça erguida, mas não pude deixar de repara aqueles peitorais, com pelos, sem pelo, raspado, desenhado, a barriga saliente de alguns.
Suando frio eu cheguei até o meu armário, abro ele, e um vulto me chama atenção, qua do olhei para o lado vejo Max... Sem blusa, sem calça... Sem cueca... Acho que se eu fosse mais branco estaria vermelho agora, rapidamente desvio o olhar torcendo para que ele não percebesse.

"Deus , talvez seja pecado o que vou te pedir, mas por favor não me deixa ter uma ereção, eu não quero visitar você mais cedo"- digo em pensamento de olhos fechados.

Me sentei para guarda meu tênis, e sinto um esbarrão forte, e algo branco vai sobre mim.

Lucas- OU

XxX- foi mal cara, escorreguei - Ele sai rindo e vejo os mesmo meninos que estava com Max, aquele dia no banheiro também rindo.

Bato a mão nos meus ombros de na minha perna, aonde o pó tinha caído, tinha cheiro de tênis pé...
Sem dar muita importância para eles saio, e vou direto a arquibancada aonde o professor pediu para aguarda.
Não demorou muito e todos estavam lá.

Prof- bem, como vocês sabem, qualquer coisa em caso de câimbra...

A voz dele ficou a fundo quando olhei para as bolinhas em minha perna, uma coceira começou a tomar conta de mim, estava me segurando, até mesmo meu ombro estava começando a querer coçar...

Escuto risadinhas, e olhares para mim.

Já não estava aguentando, comecei a coçar levemente, olho para alguns meninos e ele riam de mim.

Lucas- O que, que foi ? - comecei a ficar incomodando tanto pela risada e pela coceira .

Prof- rapaz algum problem?- ele parecia nervoso.

Lucas- Eu tô - dessa vez a vontade foi maior- eu tô coçando muito!- falo mais alto e me levanto quase rasgando minha pele de tanto coçar, a risada foi disparada para quem me olhava.

O professor começou a me puxar, e chamou a enfermeira, eu não parava queto, até tirei a touca de silicone, fomos correndo pelos corredores, até chegar na enfermaria, eu SOMENTE de cueca, vendo toda os olhares a mim, a sorte e que a enfermeira ficava próximo as quadras e piscinas, caso algum acidente.

Enfermeira- sei bem o que e isso - ela disse calma enquanto eu estava quase tendo um colapso.

Ele me puxou junto ao professor e me colou em uma espécie de banheira, abriu o amario e tinha lá um galão com aproximadamente 5 litros não sei, não estava raciocinando direito, ele despejou em mim, e a foi instantâneo, a coceira parou, nunca senti maior alívio que aquele .

Prof- alergia? - ele a olho.

Enfermeira- jura Marcos ! Isso e pó de mico, jogaram nele sem ele ver ! - ele abriu o armário e passou uma pomada aonde estava vermelho e com bolinhas.

Lucas- obrigado!- falei ainda voltando ao normal.

Enfermeira - essa pomada vai ajudar você a se recuperar, não chegou na carne viva, mas vai arde ao tomar banho.- ela passou a mão em meu rosto gentilmente.

[...]

Prof- SILÊNCIO !!!- ele gritou- eu estava em pé ao lado da arquibancada - quem foi?.- ele apontou para mim.

Niguem disse nada, apenas olhares, alguns segurando risos, mas nada...

Prof- mais um vez ... Quem foi que jogou no colega o pó....

Sem respostas novamente.

Prof- todos para a picina- quando fui me movimentar ele apontou para mim - você não.

Todos entram, e seguram mas bordas....

Prof- quero 50 borboletas.- ele disse cruzando os braços, e separando as pernas.

Algumas murmurações e reclamações começaram, mas nada de nadarem...

Prof- 60!

XxX- O QUE !- Alguém fala.

Prof- 75... - ele estava sério...

Todos começaram a nadar sem reclamar...

[...]

Se passou tanto tempo que acabei me sentando, quando acabaram, saíram da água, estavam ofegantes, alguns se deitaram...
Olhei para Max, que parecia contente com a situação, mesmo exausto, parecia sorri com tudo.

Prof- por hoje e só, se o culpado não aparecer até sexta feira, na próxima aula venha preparados para fazer 150 repetições.... - ele disse saindo...

Todos começaram a caminhar para o vestiário, e eu apenas vesti minha bermuda e camiseta e sai de lá o mais rápido possível, não sei o que poderia acontecer comigo, não abaixou a cabeça pra qualquer um, mas tenho senso de que não aguento enfrentar quase 30 pessoas sozinho.

Chego ao meu quarto eu vou direto para o banho, lavo meu cabelo, meu rosto, vejo a pomada saindo junto a água, e as bolinhas não estavam mais lá, nem mesmo a vermelhidão, e deu até um pequeno frescor aonde a pomada estava.
Escuto a porta do quarto se abrindo, e já sabia quem era. Acabei ficando mais um pouco no chuveiro, e sair ... Vi Max mexendo em seu celular, e quando me viu faltou pouco gargalhar de mim.

Max- está aqui a tão pouco tempo que já chegou causando, me surpreende - ele diz sem tirar os olhos do celular.

Lucas- foi você, não foi !- digo sério e firme.

Max- talvez sim talvez não... E uma pergunta que talvez nunca vá se responder...

Lucas- escuta aqui- falei chamando sua atenção- isso não vai ficar assim... Você não me conhece, e não sabe do que sou capaz .

Ele se levantou, e mais uma vez a diferença de tamanho era nítida, com um soco ele me derruba e ainda me deixa em coma,as nem por isso vou abaixar a cabeça para ele.

Max- isso foi uma ameaça - ele disse sério.

Lucas- uai garotão, seu sorriso propaganda sumiu?!- dou uma risada debochando dele- fica esperto, você não e o único aqui truques.

Ao falar isso pego minha mochila e saio para a Próxima aula

Alojamento 501c  ( Romance Escolar) Onde histórias criam vida. Descubra agora