❃ Capítulo 2 - Delfínios Azul ❃

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_Por mais que você quisesse se livrar de mim meu amigo, presumo que não vai ser tão fácil assim_ Foram as palavras de Tess assim que Mork apareceu em sua porta_ mas vejo que apesar de tudo, você ainda consegue sorrir_ o rosto alegre do cavaleiro rapidamente se escondeu atrás de um rosto envergonhado.

Mork entrou na sala e ficou de pé frente a escrivaninha onde o príncipe encontrava-se sentando

_Vejo que na verdade, é você que não consegue se livrar de mim_ articulou o jovem de forma espontânea_ talvez eu deva avisar ao rei que não poderei cumprir o meu ofício já que o príncipe aparenta precisar mais de mim do que essas pessoas_

Tess soltou um sorrisinho por um instante mas logo seu rosto se fechou em um semblante sombrio

_Gostaria que de fato fosse esse o problema pelo qual o chamei, mas presumo meu caro, que a notícia não vai ser tão agradável assim_ ele olho por um momento as longas cortinas azul real que cobriam toda a janela do seu escritório_ a fábrica de têxtil foi saqueada ontem, levaram todas as delfínios Azul que encontrava-se no estoque_

A expressão de Mork era uma mistura de espanto e dúvida. Porque alguém iria roubar uma fábrica e levar flores? Por mais preciosas que elas fossem, havia um jardim enorme onde estavam sendo cultivadas no palácio.

_ Mas há diversas delas no jardim real, porque eles tiveram tanto trabalho para furta-las da fábrica sendo que a segurança no pátio é menor?_ Tess levantou-se da sua cadeira, andou em direção ao cavaleiro e parou, ficando centímetros do rosto do rapaz.

Seu olhar era presunçoso e inquietante. Mork realmente não conseguia compreender todo esse alarde em relação a isso.

_ Apesar de apenas pessoas do alto escalação da nossa monarquia saberem disso, eu confio em você o suficiente para lhe contar_ ele se aproximou mais ainda, se é que era possível, deixando seu oficial constrangido com essa invasão de espaço_ acontece que essas flores expostas por todo o palácio são falsas. Infelizmente nosso cultivo é mais escasso que o esperado_

Foi um completo choque ouvir essas palavras do príncipe. As delfínios Azul são o símbolo do reino e a responsável pela renda do território, desde sua plantação até a exposição do têxtil azul.

_Como é possível isso?_

_Descobrimos tarde de mais que a água usada após a coloração da roupa, estava sendo reutilizada e jogada na plantação das flores. Os trabalhadores pensavam que iria ajudar, e esses pobres inocentes não perceberam que isso apenas deixavam aquelas terras infértil para essas plantas. O rei quando descobriu que não poderia mais cultivar elas em nossas terras, mandou encontrar uma solução para não preocupar a população e foi assim que plantamos flores falsas, parecidas com as delfínios nos jardins real. Um outra solução foi a criação de estufas para tentar recuperar o plantio e apesar de temos conseguido, o tratamento dalas é mais complicado nesses locais.

Mork olhou embasbacado para o príncipe, ele nunca havia percebido que aquelas plantas eram falsas

_ Até então não havia um problema insolucionável em relação a isso, todavia, esse roubou mexeu com o balancete do palácio, uma vez que as flores são produzidas em quantidades exatas para cada semestre_

_ Entendo todo o problema, mas ainda não compreendi o porquê de você está me contando isso, não vejo algo em que eu possa estar ajudando nessa situação_

_ Papai acha que o responsável por isso é algum dos imigrantes que chegou recentemente. Como eu já havia mencionado antes, ele só ajudou essas pessoas por afeto a minha mãe mas se caso for confirmado que foi algum deles, ele não irá ter piedade e expulsará todos_ Tess agora caminhava pelo enorme aposento dourado e azul_ quero que me ajude a descobri quem foi, você é o único que tenho confiança o suficiente para isso, pois assim como pode ter sido um imigrante, nada impede que esse furto não tenha transcorrido de alguém daqui do palácio_

Sua alteza parou diante de um vaso de um Delfínio Azul que estava no meio dos livro na enorme estante da sala e de costa para o cavaleiro, pode-se ouvir baixinho sua voz abafada.

_Uma vez minha mãe me levou escondido do meu pai ao Condado de Greocia. Foi um extremo impacto para mim, visto que num primeiro momento, quando entrei no luxuoso palácio do duque não poderia imaginar que a população daquele lugar vivia em total decadência humanitária. Queria realmente que essas pessoas tentassem viver tranquilamente aqui, não é maravilhoso mas ao menos é mais civilizado do que lá_

Mork fitou o príncipe enquanto ele observava intensamente a flor

_Não se preocupe Tess, irei fazer o possível para ajudar a encontrar os saqueadores_ após tal declaração, o príncipe contemplou ele com uma enorme satisfação.

_Eu jamais poderia encontrar um amigo tão fiel quanto você_ o cavaleiro parecia encabulado com aquela afirmação_ aí de mim se algum dia você resolver ser mais fiel a outra pessoa_ Mook soltou uma exagerada gargalhada enquanto suas orelhas ficavam mais avermelhadas.

_Bem, quem sabe... Ainda há pessoas que acreditam em milagres_

De repente um sobressalto atingiu o rapaz e ele rapidamente fixou seus olhos no relógio da parede, onde o ponteiro menor estava no IV e o maior no II.

_Meu caro príncipe, eu adoraria conversar o resto da tarde com você, mas como tu me traiu e me designou para outra função, creio que já passou da hora de ir lá cumpri-la _ Tess também olhou para o relógio ao mesmo tempo que o soldado ria_ sem brincadeiras, eu realmente preciso encontrar a Sra. Suwan antes que dê 17:00 e haja a troca de turnos no palácio_

Sua majestade caminhou até a porta e Mook apenas o seguiu. Assim que ambos estava na saída da sala, Tess sussurrou.

_ Qualquer notícia venha diretamente para mim e caso eu estiver na companhia de outras pessoas, nunca mencione o ocorrido_ O guarda concordou com a cabeça, sorriu uma última vez para seu amigo e saiu da sala.

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