O Garoto do Norte

❃ Capítulo 4 - O Novo Guarda Pessoal ❃

Patwin retribuiu o olhar penetrante de Mork enquanto este apertava a mão de sua mãe. Foi nesse momento que a voz jubilosa da Sra. Suwan interrompeu a troca de olhares.

— Não poderia estar mais honrada ao ouvir essas palavras! Tenho certeza de que minha família apreciará muito a sua companhia, especialmente depois de nos ajudar na cozinha. Concorda, Pat? —

Ela voltou-se para o filho, que até então observava o chão de mármore. Ele rapidamente retornou sua atenção para a mãe e acenou com aprovação de maneira desagradável. Quando olhou novamente para o cavaleiro à sua frente, percebeu que estava sendo observado o tempo todo.

— Pat? Que encantador! Quais outros apelidos você tem? — A voz provocante de Mork deixou o garoto mais tímido do que nunca, e ele simplesmente ignorou a pergunta, o que deu a impressão de que o rapaz se divertia ainda mais.

— Como meu turno já terminou e acredito que meu outro filho e marido já tenham saído da fábrica, você aceitaria jantar conosco hoje? Seria uma excelente oportunidade para apresentá-lo a eles —

O filho pareceu hesitar por um momento, mas logo a encarada severa da Srta. Reyna o fez desistir de dizer qualquer coisa.

— É um prazer, senhora Suwan! Agora que estaremos compartilhando o dia a dia, seria bom conhecê-los melhor — Pat deu uma leve tossida seca em um tom irônico.

O olhar do jovem guarda passou brevemente sobre o rapaz, que desviou a mirada.

— Então vamos! — Disse a senhora, começando a andar na frente dos dois em direção à saída do corredor. No entanto, antes que pudesse atravessar a terceira parede, parou abruptamente, fazendo com que os meninos quase trombassem nela.

— Esqueci minha bolsa! Depois de tudo o que aconteceu, minha cabeça está nas nuvens. Dê-me só um minutinho, e eu já volto — Começou a andar rapidamente até que entrou na cozinha.

— Depois de tudo o que aconteceu? Mas ela é sempre assim — Proferiu o filho ao ver sua mãe entrar no cômodo.

— Sabe — Pronunciou Mork quebrando os segundos de silêncio que se passaram ali — Você deveria ser simpático como ela. Nem parecem parentes — O rapaz encostou-se na parede e tirou um pequeno pedaço de pano do bolso da calça.

— Minha simpatia é seletiva — respondeu Pat em uma entonação ríspida.

O cavaleiro pareceu ser iluminado por essas palavras.

— Bom, então cabe a mim ganhar uma vaga nesse seletivo círculo — Ele levou a mão direita até o cabelo do menino, que se assustou rapidamente. — Calma! É só um pedaço de maçã que provavelmente foi parar no seu cabelo quando eu joguei.—

Pat afastou-se o mais rápido possível da mão de Mork e ficou ainda mais constrangido depois de perceber que seu rosto começava a queimar.

— É falta de educação tocar os outros sem permissão — retrucou pretensiosamente.

— Oh! Peço perdão então, intocável criatura. Da próxima vez, aviso antes de te tocar — O cavaleiro respondia no meio dos risos — ou melhor! Te deixo sujo para que todos possam ver —

— São apenas maçãs, não precisa desse alarde todo! — O garoto examinava rispidamente o jovem à sua frente — Você está apenas fazendo isso para me provocar! Não insulte minha perspicácia —

— Claro, claro, meu amo. Nunca pensei que uma simples ajuda pudesse te ofender tanto. Peço desculpas se fui desprovido de decência e te toquei sem autorização — apesar das formais palavras, notava-se uma doce alegria em sua fala.