Capítulo 4

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Lena já sabe que é Kara quem está batendo na porta de sua varanda antes de olhar para cima de seu tablet. É sempre ela (claro que sempre é Kara, que mais gosta de ficar aleatoriamente em sua casa a qualquer momento), o que ela não sabe é por que sua melhor amiga está carregando uma bola de penugem em seus braços.

Seu traje de Supergirl já está se desmaterializando e, ah, Kara está usando um de seus looks que se torna difícil para Lena desviar o olhar dela. Não é diferente do que ela costuma usar – ela está apenas arrasando com um ajuste casual. Camisa branca lisa, enfiada em seu jeans preto apertado, um osso de beisebol preto na cabeça. É simples, mas Kara parece muito, muito boa assim, e Lena está muito, muito interessada nisso.

E como sempre, Lena a acha linda.

— Kara, você me trouxe um cachorrinho para me convencer a deixar você dormir aqui esta noite? Você sabe que eu deixaria você dormir aqui mesmo se você não trouxesse nada, certo?

Kara ri baixinho e ajusta seus óculos.

— Você gostaria que essa graça fosse para você, Lena, mas não, ela não é, e eu não estou aqui para dormir na sua cama esta noite.

Lena baixa seu tablet.

— Oh! Você não está? — Sua voz treme levemente, mas Lena disfarça a decepção.

— Não, mas estou aqui para pedir que você venha dormir no meu apartamento. Eu adoraria dormir no seu de novo, mas estou de olho nela pelo meu colega e se ela acabar, hum, você sabe, fazendo xixi dentro, prefiro que seja no meu apartamento do que no seu.

Lena pisca, faz uma pausa brusca. Por que eu faria isso , ela quer perguntar. Não, sério, por que diabos? Então Lena decide que isso é uma espécie de noite de pijama. Kara adora festas do pijama.

Kara olha para ela com uma expressão ansiosa, nem mesmo tentando agir como se estivesse com medo de que Lena pudesse dizer não. Para ser justo, Lena nunca diria não.

- OK. — Lena diz lentamente, sentindo-se explodir em chamas enquanto ela se repreende porque ela é tão patética e fraca, e ainda está confusa, mas não importa porque é Kara pedindo a ela — — apenas deixe-me pegar minhas coisas.

Dez minutos depois, Lena se encontra na cama de Kara, tentando impedir que um cachorrinho lamba cada centímetro de seu rosto.

— Então, quantos anos ela tem? — Lena pergunta, rindo enquanto o cachorro faz outra tentativa em seus lábios.

— Quem?— A resposta de Kara vem do banheiro onde ela está lavando o rosto.

— A fofinha aqui!

— Quatro meses, eu acho. Meu amigo pegou há alguns dias, mas ela tem uma viagem de negócios, e Alex está atualmente em vigilância. — Kara agora está de pé na porta, apoiando-se nela enquanto observa os dois na cama com carinho. Lena sente seu coração crescer de tamanho.

Há um sorriso dolorosamente suave no rosto de Kara. Suas considerações arredondam de forma fofa quando ela sorri assim, e isso faz o coração de Lena palpitar, embora sem asas. Naturalmente, que a Luthor sorri de volta.

— Isso me faz pensar. Talvez eu devasse receber um cachorrinho também, sabe, para ter algo vivo por perto para me fazer companhia. Ou gato. Caramba, agora eu realmente quero um peludinho vivo fofo.

Lena se apoia nos cotovelos e faz uma expressão ofendida.

— Ei eu não estou viva o suficiente para você?

Kara ri, com as reconhecidas rosadas e bonitas, e desliga as luzes do banheiro.

— Oh, você está muito viva! — Kara a cutuca na consideração, antes de arrulhar para o filhote. — Ok, hora de dormir. Tenho tudo o que preciso na cama.

Agora, o que isso quer dizer?

Lena levanta uma sobrancelha. Ela escolhe não dizer nada e apenas se acomoda nos braços de Kara, confortável e contente assim. Confortável e contente, ela pensa, enquanto seu cérebro mostra com muito entusiasmo como Kara é suave e sólida e como Lena se encaixa perfeitamente em seu espaço.

Um pouco mais tarde, Lena pensa que Kara adormeceu; sua cabeça perto da de Lena, dedos frouxamente emaranhados nos cabelos pretos.

— Lena. — Kara sussurra.

Ela abre os olhos e se afasta com os grandes olhos de Kara olhando para ela.

A sala se dissolve no nada enquanto seus olhos traçam a curva do nariz de Kara, a saliência de suas maçãs do rosto. Seu braço livre está enrolado e dobrado sob sua cabeça, bíceps salientes de uma maneira desnecessária.

Kara apenas olha para Lena, piscando sonolenta, a outra mão se movendo para acariciar o legado da Luthor. Lena acha que ela quer dizer algo. Ela só tem uma vaga ideia do que possa ser; acha que pode ter a ver com lar, pertencimento e segurança; mas Lena se mexe um pouco se afundando mais nela, fecha os olhos, enterra o rosto no pescoço de Kara e apenas diz:

— Eu estou aqui para querida você...

Deite comigo querida...Onde histórias criam vida. Descubra agora