Partners in Crime

Juramos até que a morte nos separe

Sempre que eu acordava ouvindo o som dos dedos de Jake digitando freneticamente em seu teclado eu sentia um certo alívio pois significava que ele estava por perto. Havia demorado para o hacker se acostumar em conviver comigo e por isso constantemente saía sem me dar notícia de aonde foi ou quando voltaria, inevitavelmente me enchendo de preocupações.

— S/n, me desculpa! Juro que não foi intencional! Eu esqueci de novo!

— Você sumiu por 6 horas inteiras! Isso não se resolve só pedindo desculpas! Eu pensei que tinham te encontrado! — Bravejo balançando-o pelos ombros com minhas mãos.

— Eu sei, eu sei. Me desculpa amor. Devia ter deixado algum lembrete ou ter te contando antes... — Fala com tom de arrependimento me olhando com cara de gato abandonado. Eu não consigo continuar com raiva dele assim...

— Saco, você tem sorte de ser tão fofo. — Suspiro o soltando cruzando meus braços. — Mas temos que pensar em um jeito de resolver isso. Não é a primeira vez que acontece e dificilmente acho que vai ser a última.

— Tem razão e acho que já sei o que fazer.

E foi assim que começaram minhas aulas pessoais com o hacker. Assim sempre que ele saísse eu teria acesso a sua localização. Definitivamente não foi algo fácil de aprender. Os códigos eram bastante complexos e demorava bastante para eu digitá-los corretamente. Felizmente Jake foi bastante paciente comigo e conforme o tempo passava, acho que posso arriscar em dizer que me tornei melhor que ele em alguns pequenos aspectos.

— Ainda preso nesse malware? — Pergunto me levantando do sofá de nosso atual esconderijo e me aproximando dele na mesa.

— Infelizmente... — Bufa retirando seu óculos e passando a mão pelo cabelo. Ele só os usava quando ficava tempo demais no computador e sua vista começava a falhar. Julgando pelas suas olheiras, mais evidentes que o habitual, ele acordou umas horas antes de mim pra voltar a trabalhar nisso.

— Deixa eu ver. — Sento em seu colo e encaro a tela do computador. Jake rodeia minha cintura e apoia a cabeça em minhas costas. — A 17° linha era pra ser 0093 e não 0091.

— O que? Sério? — Põe seu óculos novamente e olha para onde eu estava apontando. Corrigindo seu erro, agora ele conseguia passar para a próxima parte do trabalho. — Eu já disse o quanto eu te amo? — Me pergunta sorrindo abertamente.

— Ainda não hoje.

— Pois eu te amo e não é pouco! Você é a pessoa mais fascinate e perfeita que existe! — Declara enchendo meu rosto de beijos, o que me proporciona boas risadas.

Nossas manhãs costumavam ser assim antes que fôssemos forçados a voltar para a realidade. Precisávamos estar sempre alertas caso algum imprevisto acontecesse e por isso treinávamos sempre que podíamos, principalmente quando era necessário eu decorar nossos planos de fuga e aprimorar minha defesa pessoal:

— "Não vai ser tão difícil assim" falou ele. Desde quando uma sala cheia de lasers e câmeras de segurança com um computador completamente criptografado é algo fácil!? — Resmungo analisando o desafio que o hacker havia preparado para mim daquela vez. Se comparar que no início tudo que eu fazia era pular de prédios à noite e praticar estilos de luta, o que já considerava bastante complicado, aquela sala era minha prova de fogo.

Ignorando meus pensamentos, comecei a por em prática tudo que havia aprendido até aquele momento. Me aproximei do painel no corredor da sala e conectei meu celular nele para conseguir desativar as câmeras. Infelizmente Jake havia posto os lasers com um código que eu ainda não conhecia, então fui forçada a passar por eles com minhas habilidades atléticas, que graças a ele melhoraram mais que o habitual.