capítulo 03.

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𝐂𝐀𝐌𝐈𝐋𝐀 𝐒𝐀𝐅𝐑𝐀 🫧

A segunda vez que eu vi o Thiago, não foi por causa do Neymar e eu fui pega de surpresa ao encontrar com ele no meio de um estádio lotado.

Coincidência bem estranha.

Eu não tinha devolvido a jaqueta dele ainda, porque no dia da festa ele foi embora antes e eu levei a roupa pra casa. Isso já tinha uns dias, e confesso que estava usando ela diariamente porque o cheiro era bom e ela era super confortável.

Um segredo nosso, meu e de quem estiver lendo, porque eu nunca vou dizer isso para que outros pudessem escutar.

Voltando ao encontro, eu havia marcado com dois amigos meus de vir ao Maracanã assistir um jogo do Flamengo e do Fluminense, compramos assentos no camarote pra não ficarmos no meio de briga e por ironia do destino, quando entramos ele já estava lá.

Eu não conseguia as pessoas à volta dele, mas pareciam familiares e eu sem intimidade apenas quis passar de fininho sem ser vista.

— Caralho! Thiago Silva?— Bruno colocou a mão no rosto, coçando os olhos. Thiago o encarou com uma expressão engraçada.— Nem fudendo, é você mesmo?

— Acho que sim.— Thiago coçou a nuca, meio sem reação e eu revirei os olhos atrás do Bruno.— Eaí, beleza?

— Porra, tô bem demais e você?— Bruno estendeu a mão, que foi ao encontro da do jogador.— Sem querer me aproveitar, tira uma foto comigo aí.

— Com essa camisa?— brincou, vendo que ele vestia o manto rubro-negro e meu amigo sorriu grande.

— Po, tenho bom gosto né, seu fã e torcedor do melhor do Brasil.— Bruno sorriu empolgado, tirando o celular do bolso.— Tira a foto aqui, Cami!

Desgraçado, vagabundo.

A atenção do jogador veio toda em minha direção, e eu senti minhas bochechas queimarem quando nossos olhares se encontraram. Thiago me observou quietinho, não mostrando que já sabia quem eu era e eu fiz o mesmo, pegando o aparelho da mão do outro que aguardava ansioso.

— Vocês são um casal?— o celular quase caí da minha mão quando Thiago perguntou isso ao Bruno, sorrindo pra foto.

— Somos.— Bruno respondeu, apertando sua mão novamente, antes de pegar o celular para ver a foto.

— Nem fodendo.— reclamei antes de sair dali por sentir o olhar do jogador sobre mim mais uma vez.

Alice chegou minutos depois, com três copos na mão cheio de refrigerante pra gente beber enquanto via o jogo. Eu preferia uma água, mas a verdade é que nós médicos cuidamos tanto das pessoas que quando é pra ter um minuto de selfcare, a gente nem liga tanto.

— O que rolou?— A loira perguntou, vendo Bruno mostrar a foto no celular todo animado.

— Conheci meu ídolo, caralho, beijaria o pé dele se ele pedisse, você não tem noção.— continuou falando sem parar.

— Ele está nos encarando, será que é medo do Bruno?— Alice disfarçou, olhando ao redor antes de se sentar ao meu lado.— A gente vai ser expulso do camarote, já pensou?

— Se controla, cara.— bati na cabeça do homem ao meu lado, que bebia o refrigerante todo de uma vez.— Trinta anos na cara, parece que tem dois.

— Vocês mulheres não entendem.

— Isso é papo de machista.— Alice zombou, me fazendo rir. Bruno revirou os olhos.

— Machista? Eu tenho mãe, avós e tias, amigas mulheres.

SEGREDO | Thiago Silva Onde histórias criam vida. Descubra agora