capítulo 33.

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𝐂𝐀𝐌𝐈𝐋𝐀 𝐒𝐀𝐅𝐑𝐀  🫧


O clima de enterro nesta casa se dava pela derrota do time dos três Silva.

Eu não estava abalada, porque meu time empatou na ida e na volta ganhamos do tricolor tirando eles do campeonato.

Meu sorriso era grande, mas eu tentava disfarçar por de trás do hambúrguer enquanto os três ao meu lado comiam em um completo silêncio.

Sabe aquele meme do rato comendo um pedaço de queijo e tudo o que você consegue escutar são as mordidas? Então, era quase nesse nível.

— Inacreditável..— Isago murmurou, suspirando antes de abocanhar o sanduíche.

Ele estava com os cachos loirinhos de novo e eu achei a maior graça, ele era um adolescente lindo e o Iago fez luzes também, ambos com o mesmo loiro.

A mãe deles havia ligado mais cedo, não me viu mas ficou elogiando os dois porque segundo ela, eles eram os mais lindos do mundo. Eu tive que concordar por de trás da tela enquanto o Isago morria de vergonha e o Iago concordava também, afirmando ser o mais lindo da família. Ela era uma boa mãe, disso eu sabia bem.

— Me passa o ketchup, por favor.— Iago me cutucou e eu passei o molho pra ele.— Obrigado, lindona.

Thiago riu.

— Não extrapola, é bom mas não é  tão saudável assim.

— Até você?— Iago grunhiu.— Eu juro que a gente é saudável, meu pai quase não compra lanche em Londres, e quando compra até chove.

Eu gargalhei.

— Eu não compro porque eu vejo vocês usando meu cartão escondido quando não estão em casa.— Thiago falou, fazendo ele arregalar levemente os olhos.— É, não sabia que eu consigo ver não? Chega tudo pra mim.

— Foi só umas cinco vezes, pai.

— Cinco vezes em cada loja né.— debochou.

— É, tipo isso.

Neguei com a cabeça.

— Os restaurantes que a gente costumava ir servem uma comida bem mixuruca, o prato vem com um grão de arroz e azeite decorando, eu fico indignado.— Iago rebateu, me fazendo rir alto da cara dele.

— Pior que é.— Isago riu também, cobrindo a boca.

— Como que eu vou me alimentar disso, sabe? Por isso compro a mais, pai, você não entenderia.— o mais novo continuou.

— Você sempre come demais, para de graça.— Thiago roubou uma batata do meu combo e eu bati na mão dele.

— Isso é meu, tira a mão.— Belisquei ele, para tornar a ameaça mais séria.

— Que isso, cara, só foi uma batata.— se defendeu, mas jogou ela na boca antes que eu a pegasse de volta.

— Toma, minha deusa.— o Iago brincou, deixando que pegasse as batatas dele.

— Que cavalheiro.— Isago revirou os olhos.

— Pode comer, amor, não quero não.— sorri em sua direção e ele deu de ombros, voltando a comer.— Aprende com o seu filho.— olhei para o homem ao meu lado.

— Eu já te comprei tanta comida que é até sacanagem você dizer que ele é cavalheiro e eu não.— suspirou.

— Ciúmes?— gargalhei.— Cuidado pra não passar mal, já já explode.

— Vai a merda.— me xingou baixo e o lsago riu.

— Que coisa feia, mandando a Camila ir a merda, velho!— debochou.

SEGREDO | Thiago Silva Onde histórias criam vida. Descubra agora