Sede de você

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"Não sinto sede do seu sangue. Sinto sede do seu corpo. Sede de você."

Acordei assustada olhando para o breu do quarto e sentindo um frio percorrer todo o meu corpo. Engoli em seco e me aconcheguei mais no edredon. O sono havia ido embora, o que restava era tentar cochilar. Morar perto de uma floresta não ajudava em nada, ainda mais quando o lugar era regado a lendas de vampiros e pelas histórias hoje era um dia especial, era a data que eles estavam livres para ir onde bem entenderem sem ter que esconder a identidade verdadeira. Claro que essas histórias não passam de ilusões, onde já se viu existir vampiros? O povo é muito criativo. No entanto, ainda me deixava com medo. Respirei fundo e fechei os olhos. E quando eu achei que iria dormir de vez, um barulho na janela me desperta. Abri os olhos num movimento rápido e fiquei estática com medo de olhar para a direção. Um vento forte soprou por todo o quarto e eu me vi obrigada a olhar para trás, mas graças a Deus não havia nada além de uma fresta aberta. Caminhei até a mesma e a fechei por completo, impedindo qualquer rajada de vento de me incomodar. Quando me virei novamente para enfim entrar debaixo das cobertas, meu corpo gelou e faltou pouco para que eu não desmaiasse ali. Um rapaz estava em pé ao lado da minha cama, ele me fitava sério e a cor vermelho sangue chamava a atenção no seu olhar.

Sangue de Jesus tem poder.

- Q-quem é você e o faz aqui? Por onde você entrou? - perguntei, mantendo uma distância segura.

- Eu só vim te visitar, aproveitar que hoje pode. - um sorriso malicioso exibiu seus caninos muito afiados pra uma pessoa normal. - E ficar com a janela aberta assim não é muito aconselhável.

- O-Oque? - Eu só posso estar sonhando, isso é tudo um sonho. Pesadelo, aliás.

O homem riu e começou a caminhar devagar em minha direção. A cada passo mais próximo eram dois, três meus para trás. Minhas costas enfim se encontraram com a parede e aquilo me deixou apavorada.

- Não precisa ter medo, não encostarei em você se disser que não. Eu não sou esse tipo de monstro, fique tranquila. - disse.

- Não se aproxime! Ou eu grito. - espalmei as mãos em seu peito, tentando impedir sua aproximação.

O homem riu e me fitou.

- Eu já disse que não precisa ter medo de mim. - Como se isso fosse algo realmente a se levar em conta. - Me chamo Park Jimin.

- Você invade meu quarto, perturba o meu sono, está a menos de dois passos de mim e não quer que eu tenha medo? - o fitei indignada.

- Aigoo... Não é pra tanto _____.

- Não é pra tan... espera aí, você disse o meu nome? - o empurrei com toda a força existente no meu corpo e corri para o mais longe dele. Tem um psicopata stalker no meu quarto! Pulei por cima da cama e fiquei o observando. Ele sorriu para mim enquanto eu gingava de um lado para o outro na cama.

- Sabe que isso não vai adiantar em nada, né? - Porra, não acredito que vou morrer.

- Pelo menos serve para me manter longe de você. - disse convicta.

- Você disse o que? - Sua voz soou atrás de mim e eu pulei de susto soltando um grito istérico. Iria até mesmo cair, mas suas mãos enlaçaram minha cintura com força.

O seu toque me prendeu junto a si, fazendo uma onda de calor possuir meu corpo. Suas mãos foram para o meu cabelo e Jimin os puxou para o lado deixando meu pescoço exposto. Foi trilhando beijos até chegar no lóbulo de minha orelha, onde mordiscou de leve e me arrancou um suspiro pesado.

- Quer ficar longe de mim agora? - sussurrou. O arrepio em meu corpo era intenso.

Jimin me virou de frente para si e passou seu polegar sobre os meus lábios. Eu o fitava profundamente, completamente perdida em seus olhos.

Thirst for you (Park Jimin)Onde histórias criam vida. Descubra agora