Última carta de amor

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Todo mundo é capaz de
dominar uma dor,
exceto quem a sente.
- Willian Shakespeare

A dor ela é questionável, muitos dizem ser psicológica outros afirmam que é física.

Porém, parando para pensar, cada um define dor  de acordo com suas experiências. Em casos, ela é psicológica, em outros física, outros é sentimental...

Mas a dor de perder alguém que ama por não sentir-se capaz de tê-la é desumano e extremamente doloroso.

POV: Soraya Thronicke

Acordei com uma dor terrível de cabeça, somente um café forte e com pouquíssimo açúcar seria capaz de conseguir me fazer firmar.

Levanto-me, sigo até a cozinha e preparo meu café.

Eu precisava esquecer o dia de ontem, não poderia fazer aquilo com o meu marido. Eu preciso esquecer Simone, ela é o meu inferno.

Mensagem on

Carlos César: Soraya, precisamos conversar.

Alerta. Sinto uma culpa terrível tomar conta de meu ser.

Você: Oi amor, vamos conversar!
Você vem almoçar em casa?

Carlos César: Não. Chego no jantar.

Você: Viu amor, vou te esperar. Beijo!

Carlos César: Tchau, Soraya.

A frieza dele entrega tudo.

A ansiedade me ataca como uma flecha no interior de meu ser. Espero durante todo o dia.

18h.
19h.
20h.

Nada de César.

— Boa noite. - A porta do apartamento é aberta e eu o olho.

— Boa noite amor! - Levanto-me para beijá-lo. Sinto um incômodo em meu estômago.

— Não Soraya, precisamos conversar primeiro. - Diz desviando de mim.

Permaneço calada, não há o que dizer.

— Soraya, nós sabemos que nosso casamento já está indo por água abaixo a muito tempo. Já são quase quatro anos, desde que entrou nesse senado. Faz muito tempo que venho tentando continuar com você, mas parece impossível. Não consigo continuar sofrendo e você não parece colaborar com exatamente nada. Poxa, você é minha mulher. Tem que cuidar da nossa casa, estar presente nela também, até mesmo na cama. - Diz olhando diretamente para meus olhos.

Posso não estar agindo corretamente, mas César também tem parcela de culpa em tudo isso. Ele não me toca, ao menos fica em casa também.

— Isso não é verdade, sempre que te procuro você me nega. Eu também não vou ficar me humilhando por você não Carlos César. - Rebato.

— Já fazem três meses que você não me procura, Soraya. Acha isso certo?

— César, vamos ser sinceros. Você não me procura, não me deseja, não faz mais como antes também, não cuida de mim. Você acha que isso vai me atrair?

— Por isso que eu procuro em outro lugar. Não encontro em casa, encontro na rua!

Isso foi a gota d'água.

— Era isso que eu queria lhe contar.

— Você não fez isso. - Digo desacreditada.

— Fiz, fiz e faria novamente.

— Tudo bem, se é assim, vamos por as cartas na mesa. Eu também me deitei com outra pessoa. Encontrei nela o prazer que não encontrei em quem tenho em casa. - Digo e ele se levanta.

— Você não tinha esse direito. Não deveria ter feito isso!

— Quem é você para falar o que devo ou não fazer? - Levanto-me também.

— Sou o seu marido! - Esbraveja.

— Somente num mero papel, né? Porque na cama não da mais conta, não está mais presente em casa, não paga minhas contas. Não serve para nada.

— Soraya, você tem noção do que fez?

— Tenho sim, transei com outra. Tive vários orgasmos, coisas que você não me proporciona. E foi uma delícia, se quer saber.

— Quem?

— Quem oque?

— Com quem foi? Diga! - Altera a voz.

— Você fale baixo comigo!

— Diga.

— Você não merece saber o nome, mas saiba que foi uma mulher.

— É oque? - Grita.

— Isso mesmo, uma mulher consegue me comer melhor que você.

— Chega! - Levanta saindo do apartamento e batendo a porta.

POV: Simone Tebet

Passei o dia inteiro no senado, inebriada nas atividades em expectativa de esquecer o acontecido.

Não esqueci.

Chegando em casa recebo uma mensagem de Soraya.

Mensagem on:

Soraya: Simone, antes de tudo, quero que leia isso aqui e aceite.

Soraya: Quero que venha aqui na minha casa para conversarmos, eu quero que me ouça e depois resolvemos.

Você: Soraya, você some, diz que não quer mais nada comigo e agora quer que eu te ouça? Faça-me o favor!

Soraya: Por favor, Simone. Me escuta.

Você: Ok Soraya, mas a conversa será longa porque também irá me ouvir.

Subo para meu quarto tomo um banho e começo a me arrumar para encontrar Soraya.

Visto um vestido azul marinho que tem o cumprimento até os joelhos e mangas longas. Penteio meu cabelos e calço um salto confortável.

Não será fácil encarar Soraya novamente, já não aguento mais ser humilhada. Ela não tem consciência de como me deixou. Já estou esgotada, mas irei dar essa última chance para escutá-la.

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Oii, voltei. Capítulo curtinho porque não tenho muito tempo para escrever.

Coloquei uma fotinha da Sisa também na capa ♡

Pss: História verídica, Carlão foi trocado por mulher!!!

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