4. Pesadelo, pavor e roubo

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"Eu converso com estrelas cadentes
Mas elas sempre entendem errado
Eu me sinto idiota quando rezo
Então, pra quê eu estou rezando no final das contas?
Se ninguém está ouvindo"

tw: menção a abuso sexual, violencia e tentativa de suicidio. sem detalhes. quem não se sente confortavel peço que não leia. fiquem bem.

Tudo começou a ruir quando Jimin tinha 16 anos. Era seu primeiro ano no ensino médio e tudo estava uma grande merda. Sua adaptação no instituto masculino não estava indo bem (ele nunca foi bom com números). E seu pai contratou um tutor para ajudá-lo pois, uau que surpresa, ele próprio também era de humanas.

Seu tutor, Kim Yohan, era do último ano e um aluno destaque da escola. Entretanto, essa fachada não durou muito nas mãos de um Park Jimin curioso e cheio de hormonios coloridos da puberdade, então meio que foi automático: todo fim das aulas extras eles se beijavam atrás de um pilar no estacionamento do prédio de Jimin. Nada mais que isso. Era só por diversão mesmo.

Até que um dia, um fatídico dia, dia este que chovia facas, Jimin infelizmente se lembra muito bem, quando estava subindo as escadas para o terceiro andar após se despedir de Yohan, ele foi parado. Seu coração pulou no peito assim que sentiu aquela mão fria circular ao redor de seu pulso. Era Jeon Jiyeon, a noona de Jungkook, que também era um ano mais velha que Jimin. Ele quase relaxou por ser ela e não seu pai ou avó. Hoje, olhando para trás, Jimin realmente desejava que fossem eles.

— Que susto, noona. O que foi?

— Eu vi.

Jimin puxou seu pulso de volta, apertando a mandibula. Ele não gostava dela. — Viu o que?

— Vi o que você tem feito todas as noites com aquele garoto — ela sorria de uma maneira que o deixava arrepiado e que o assombra em todos os seus pesadelos.

— E daí?

— É que... Você não acha um pouco cruel com Jungkook? Ele gosta de você desde pirralho.

— Ele ainda é um pirralho, noona. Aonde você quer chegar?

Jeon Jiyeon olhou de soslaio para as escadas e agarrou novamente o pulso de Jimin, o puxando para atrás da mesma pilastra que estava anteriormente com Yohan. — Que merda você tá fazendo?

— Espere, olha isso — ela desbloqueou o celular que segurava com a outra mão e abriu um video da galeria. Jimin não estava entendendo nada do que ela queria mostrar, até que viu. Era um pornô. Um pornô onde uma mulher batia nas costas de um homem nu e amarrado com cordas com uma espécie de chicote. Haviam vibradores na parte traseira dele e ele se contorcia com as chicotadas que recebia. Jimin empurrou o celular da mão dela. — Jiyeon, que porra é essa?

— Me chame de noona — ela o encarou feio, mas tornou a abrir aquele sorriso dissimulado que Jimin odiava. — Sabe, Jimin-ah, eu sempre quis saber como é foder um cara.

— Ah, vai se foder, sua estranha — Jimin se virou com o objetivo de voltar para casa porque sinceramente aquele assunto estava o assustando pra caralho. Era esse seu objetivo, mas ele não esperava o que viria no segundo em que ele fez aquilo. De repente, Jimin sentiu uma pancada forte na cabeça acompanhada de uma dor dilacerante que o fez cair de imediato. Vozes de outras pessoas começaram a soar, mas ele não entendia uma unica coisa, sentindo marteladas na própria cabeça de tanta dor. Ele provavelmente apagou daí.

Jimin acordou, ainda sentindo dor, sem entender o que tinha acontecido, perguntando-se se tinha sonhado com aquilo. E quem dera se fosse. Assim que seus olhos focaram, a primeira coisa que ele viu foi Jeon Jiyeon. Nua. Em cima de uma cama. Ele mesmo também estava nu e em cima da cama. Uma fita cobria sua boca e ele não conseguia mexer suas mãos e pés. Ele entrou em desespero e tentou gritar, mas nada saía.

tell me you love me • jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora