8. Lágrimas de algodão doce, álcool e bolhas de sabão.

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"Significa tudo para mim ter você em minha vida
Mas eu quero viver e não apenas sobreviver
Por isso é que eu não posso te amar no escuro
Parece que estamos a oceanos de distância."

Jungkook estava puto.

Puto pra caralho.

Com tudo. Com ele. Com Park Jimin. Com a porra do mundo.

Raiva em sua mais crua forma tomava conta de seus olhos e ele temia fazer alguma besteira depressiva, do tipo, se jogar na frente de um carro. Não era incomum que ele se sentisse assim em momentos de raiva e ansiedade extrema, afinal, foram esses pensamentos que o fizeram buscar ajuda. Pensamentos e algumas atitudes, como, por exemplo, olhar por tempo demais para algum objeto perfurocortante. 

Por isso, ele fez o que costumava fazer ao se sentir assim: foi a uma cafeteria especialista em doces.

Sim, doces faziam bem. Bolos com sorvete, brownies, macchiatos com chantilly extra, tortas de limão, pudim de chocolate faziam bem.

Sempre que se sentia entediado, triste, deprimido, feliz, confiante, animado, Jungkook comia doces. Era seu melhor reforçador.

Finalizando um pedaço de Red Velvet feito por Jesus Cristo, Jungkook pensava sobre sua vida miserável e sobre como ele não viu que estava no fundo do poço. Depois do véu de raiva ter descoberto seus olhos, dando espaço para a tristeza, Jungkook parou para refletir acerca de quem ele havia se tornado por Jimin e odiou a conclusão. 

Desde quando ele tinha se tornado alguém que implorava por amor? Que chorava e se arrastava por migalhas de afeto? E toda vez que fazia isso ele acabava se decepcionando. Jungkook não reconhecia mais a pessoa que via no espelho. Ele não reconhecia mais Park Jimin. Aquele Jimin era o mesmo por quem tinha se apaixonado?

Ou talvez Jimin sempre foi daquele jeito e Jungkook apenas enganou a si mesmo.

Mas não faz sentido. Era tão injusto. Tão solitário. Tão dolorido.

Jungkook sempre esteve sozinho, no final das contas.

Estava tão cansado de esperar por amor.

Saindo da doceria um tempo depois, um sopro de vento gelado tocou o rosto de Jungkook gentilmente, como um beijo de inverno. Ele caminhou pela calçada do bairro que morava e insuportavelmente haviam muitos casais andando juntos. Puta merda, vocês não tem mais o que fazer? Bufando de raiva, Jungkook se preparou para atravessar a rua quando uma SUV parou em sua frente e a janela desceu revelando um Kim Seokjin sorridente.

— Tá indo pra onde, gatinho?

— Hyung!

— Quer uma carona? — Seokjin viu Jungkook assentir e entrar no carro. — Quer ir aonde?

— Qualquer lugar que não seja a minha casa, por favor.

— Brigou com Jimin?

— É, por aí.

— Nosso rolê hoje ainda está de pé. Topa?

Jungkook sequer pensou. — Topo.

Todo o restante do dia foi um borrão para Jeon Jungkook. A primeira parada foi na casa de Jin, que morava seu irmão mais novo e emprestou roupas para Jungkook usar mais tarde. Até este horário, Jungkook ficou jogando videogame e vendo animes com os irmãos Kim e fazendo de tudo para esquecer a discussão com Park Jimin. Depois, eles foram para um restaurante e se encontraram com o pessoal do curso de Moda e Jungkook finalmente conheceu o calouro que Seokjin hyung tanto falou. Seu nome era Jung Wooyoung. Ele tinha um rosto jovem e bonito, um belo sorriso e muito simpático. E não tirou os olhos de Jungkook a noite inteira. E não desgrudou também. Em certo momento Jungkook até fingiu que ia ao banheiro só para poder respirar um pouco porque aquele cara não desgrudava! Mas o Jeon era educado demais para dizer isso na cara dele, o que o fez aceitar a aproximação intensa do rapaz.

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⏰ Última atualização: Apr 14 ⏰

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