Ordinário;

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Eu estou amando a ideia de fazer essa fanfic, espero que gostem! Os capítulos não serão muito longos, prometo!

·

O tremor de suas mãos ao deslizar o anel no dedo da mulher era inigualável.

Dipper já havia imaginado como poderia ser seu casamento por várias e várias vezes durante seus poucos vinte e alguns anos de miserável existência, mas por que nunca havia se parecido com aquilo que estava vivendo?

Talvez, fosse porque a mulher em questão fosse uma prima de algum grau distante.

Ou por ser um casamento sem consentimento.

Ou, ainda mais, por se tratar da união entre uma lésbica e um homem.

Um homem gay.

— Agora, pode beijar a noiva. — Disse docemente o padre, com um sorriso.

Os olhos de Dipper se encontraram com os da mulher. Sua quase esposa.

Ela tentava não demonstrar, mas era claro o quanto estava detestando aquilo tanto quanto o próprio.

Um silêncio de expectativas era alçado ao altar. Olhares de incentivo eram despejados em cima dos noivos e até mesmo o padre os encorajava a isso.

Dipper estava paralisado. Parecia tão difícil!

Seus lábios se contraíam em repulsa e seu corpo era tão contra aquilo que quem fez o primeiro movimento foi sua noiva.

Um beijo rápido, avulso e que rendeu caretas internas.

Feito isso, uma multidão se pôs a gritar e festejar, com a banda tocando alegremente e chuvas de arroz vindas de todas as partes.

Dipper apenas agarrou a esposa pelo pulso e a levou pelo corredor, querendo sair o mais rápido possível daquele ambiente e se enfiar tão fundo no carro lá fora que nunca encontrassem nem seus ossos.

— Senhor Pines! Senhora Pines! Northwest! Dipper! Mister Pines! Pacífica!

Eram os gritos da imprensa enquanto corriam para dentro da limosine.

Quando o ar-condicionado foi ligado e as rodas arrastadas, ele pôde, enfim, respirar.

— Não vamos dar netos a eles. — Disse Pacífica, arrancando os saltos dos pés e pegando uma garrafa de cerveja.

— De forma alguma! — Exclamou num suspiro, fechando os olhos até apagar.

Após dormir por toda a viajem, Dipper acordou com um movimento em seus pés.

Com a visão turva, aos poucos fora focando os olhos em uma cabeleira loira muito bem cuidada.

Sua cabeça ainda doía pelos pesadelos que andou tendo pelo casamento, quando se norteou e mapeou a situação.

Ele estava sozinho no banco da limosine, com garrafas de cerveja e um véu largados no chão, maquiagem manchando o banco e rímel em sua única camisa branca.

Abaixo de si, havia um homem desconhecido, aparentemente apenas amarrando muito empenhosamente seus cadarços.

Quando o outro percebeu que acordou, rapidamente se afastou e bateu com tudo a porta do carro.

Aquele carro só abria pelo lado de fora.

— Mas que...?! Me deixa sair!

Dipper estava quase socando o vidro, quando foi liberto e se deparou com uma alta figura vestida formalmente em preto. De gravata borboleta e tudo!

Porém, seu rosto e cabelos eram escondidos por um chapéu cuja borda descia um véu amarelo, tornando impossível qualquer um de ver seu rosto.

— Peço perdão, Mi Lorde. — Se curvou. — Suas coisas já foram levadas lá para dentro. Por favor, sem perguntas. Apenas siga-me.

Yellow Is The New Black - BillDip Onde histórias criam vida. Descubra agora