CAPÍTULO DOIS

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Que comece o jogo!


"Você com certeza, em algum momento sentiu falta daquele frio na barriga quando o desconhecido e tão desejado te tocou devagar a um fio de te enlouquecer."

D. Medeiros.


Segunda-feira, aeroporto de San Antônio

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Segunda-feira, aeroporto de San Antônio.

Através das lentes escuras dos óculos observo a pista de pouso se aproximando, uma imagem que já estou acostumado. Mas não entendo por que meu coração bate tão rápido dentro do peito. Deito minha cabeça para trás no encosto, ela lateja. Miro o teto da aeronave. Ouço algumas pessoas conversando atrás de mim como se estivessem trancadas no fundo de alguma sala. Não sei do que elas falam. Na realidade, só sei que me incomodam. Odeio viagens de negócios de última hora, e odeio ainda mais quando extrapolo na bebida. Acho que é meu fígado me lembrando de que tenho trinta e nove anos e não vinte. Logo sentimos um ligeiro solavanco, o que indica que o trem de pouso já atingiu o solo, e a velocidade vai diminuindo aos poucos. Meu coração continua num ritmo mais ligeiro do que o normal. Repasso mentalmente os meus compromissos de hoje. Passo a mão no queixo, impaciente. Cesar sentado ao meu lado, me chama. Pela cara surpresa, acho que ele já havia me chamado antes. Então, percebo que fiquei um curto espaço de tempo fora daqui. Ele me orienta a aguardar parte do pessoal descer. Por segurança.

Esperamos. Quando uma das aeromoças – uma belíssima mulher jovem que nos serviu – sinaliza com a cabeça, parada logo à frente da porta, é aí que descemos e depois seguimos pelo túnel de desembarque. As lentes do óculos retém muito pouco da claridade do sol que está "estralando" no céu limpo, isso me deixa ainda mais indisposto.

Do outro lado do portão de desembarque, depois de termos pacientemente recolhido nossas malas na esteira giratória avistamos , outro funcionário meu, braços cruzados e a costumeira cara de poucos amigos.

'Senhor Vergara... Bom dia!' Acena com a cabeça. 'Espero que tenha feito uma boa viagem?!'

'Fiz sim. Obrigado!' Dou-lhe um tapinha camarada nas costas, ele se junta a nós e sem muita conversa rumamos pelo corredor. Arrasto minha mala que está quase vazia, afinal, foi apenas um dia de viagem.

Do lado de fora na entrada do aeroporto, diante da SUV cumprimento Dalton, mais um dos meus seguranças.

'Vamos direto para empresa ou prefere passar em casa?' Pergunta-me Cesar após Dalton lhe entregar a chave do meu Audi estacionado logo à frente.

'Para a empresa.' Respondo. 'E eu dirijo.'

Cesar me entrega a chave a contragosto. No entanto, não tenta me convencer do contrário. Quem me conhece sabe, que quando decido algo, é inútil se esforçar para me persuadir a mudar de ideia. Entro no veículo, minha boca amarga por um gole de uísque. Eu deveria ter aceitado uma bebida quando a aeromoça me ofereceu. Sua voz era macia, e seu corpo atraente - gosto de mulheres bem-educadas e elegantes, mas não do uísque servido nos voos executivos para a capital. Ligo o motor e logo saímos. Natanael e Dalton nos escoltam na SUV.

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