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Primeira vez - Adrian Pucey

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     Personagem: Adrian Pucey - Harry Potter

     Inspiração: Citação do capítulo 5 da fanfic A Black (Draco Malfoy)

     Contexto: namorados

     Cenas para maiores de dezoito anos

     4716 palavras

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Alya Black

     Me encolho ainda mais, abraçando minhas pernas conforme choro, ainda sentindo tanta dor.

     Um mês e doze dias desde a pior notícia que eu poderia receber em minha vida.

     Um mês e doze dias em que minha mãe é minha vó foram assassinadas por comensais da morte.

     Ouvi diversas vezes durante o funeral que essa dor diminuiria, que eu iria ficar bem. Mas era mentira, dói, dói de formas que nunca imaginei.

     Perdi toda minha família de uma única vez.

     Ainda há meu pai, mas ele ainda é foragido, não pode responder nada por mim, sou uma órfã solta pelo mundo.

     Ouço a porta da frente se abrindo, e tento diminuir meu choro, até fingir estar dormindo, não querendo incomodar ele agora. Adrian faz de tudo por mim, não quero ser ainda mais um peso para ele, deve estar cansado.

     Nunca pensei que estaria morando na França com meu namorado aos quinze anos. Mas nunca pensei que seria órfã aos quinze anos.

     Fugir para cá, me apegar absurdamente nele era minha única opção para não ficar sozinha nesse mundo.

     Me encolho mais na cama, segurando minha respiração para cessar o choro, apesar de tanta dor, quando a porta do quarto se abre, e forço meus olhos a se fecharem, fingindo dormir.

     Já fazem três dias que saio daqui, apenas para tomar banho, e beber alguma coisa. Não necessariamente água.

     Sinto a cama se afundar ao meu lado, e ele não diz nada quando me puxa para seu peito, acariciando meu cabelo.

     E por algum motivo, sinto mais vontade de chorar quando ele me acolhe assim. Todas as lágrimas que consegui conter, desabam novamente, conforme ele me puxa para seu colo, e deito a cabeça na curva de seu pescoço.

     Suas mãos sobem e descem pacientemente pelas minhas costas, como se tivesse todo o tempo do mundo, respeitando meu próprio tempo.

     -Dói tanto- admito entre as lágrimas, e me afasto para conseguir o observar.

     Ele é tão lindo. Os cabelos em um tom claro, baguncados, a mandíbula quadrada, nariz reto, os olhos azuis. Sempre tão paciente, desde meu primeiro ano em Hogwarts, mesmo sendo mais velho que eu. Sempre me apoiando, incentivando a viver, mesmo quando só quero morrer. Mas respeitando meus limites.

     -Eu sei que dói, chore, deixe isso sair- ele incentiva, esticando as pontas dos dedos para secar as lágrimas que escorrem por minhas bochechas. -Eu estou aqui, você não está sozinha, ok?- sussurra, segurando meu rosto com as duas mãos, me proibindo de desviar o olhar.

     Mordo meu lábio, me obrigando a parar de chorar, esperando pelo momento em que ele sair para poder me expressar, mas as lágrimas insistem em rolar pelo meu rosto.