Imprevisivel

- Capítulo 1 -

Quando percebo estou na enfermaria sendo cuidado pela enfermeira, ao olhar a direita, vejo minha amiga Haru, uma garota híbrida de gavião de cabelos castanhos escuros medianos com a pele de tonalidade parda que usava a jaqueta do colégio e uma camisa branca lisa.
Era até estranho de ver já que não e normal ver alunos da escola com uniformes, pois só e obrigatório em datas importantes.
Haru andava de um lado para o outro falando baixo para si mesma, batendo as asas espalhando sem querer penas por todo lado, estava claramente preocupada e nervosa com a situação.

  Uma dor começou a aparecer no meu rosto, especificamente no lado esquerdo. Me lembro de ter levado uma bolada no rosto enquanto via o jogo do colégio, mais após isso não me lembro de mais nada, deduzo que tive um ataque de raiva é oque sempre acontece em situações assim.
  Começo a ficar preocupado pois posso ter atacado alguém, ou até mesmo matado alguém, isso não sai da minha mente o medo de algo assim ter acontecido, mais paro de pensar logo que escuto a voz de alguém me chamando.

- Alex! Como você está!? Como está se sentindo!?

Vejo com dificuldade Haru correndo até minha direção, mais conseguia ver do mesmo jeito seu olhar de preocupação.
Sempre se preocupando comigo, mais ainda depois que nosso amigo se distânciou de nós e começou a fazer piadas e a falar mal sobre a gente. Sinto que ela faz isso por medo de me perder, e o medo dela de ficar sozinha novamente.

Estava deitado em uma cama, era difícil de pensar pois tinha acabado de acordar, era oque parecia,  além da dor que não ajudava, mesmo assim estava feliz de ver minha amiga mesmo com a preocupação, o medo, queria saber o mais rápido possível oque aconteceu quando não estava pensando direito.

  - Aparentemente ele está bem, cuidei de seus machucados mais vai demorar um tempo para sarar por completo, mas não e nada que atrapalhe o dia a dia dele - diz a enfermeira tentando acalmar minha amiga e provavelmente eu.

  - A que bom mais isso não e oque eu mais me preocupa agora senhora - diz Haru virando seu olhar diretamente para mim.

-Eu estou bem, não se preocupe já passou por agora...- falo tentando deixá-la mais calma - mas bom você pode me contar oque aconteceu depois da bolada que levei?

- Oque? Você não lembra? Do ataque de raiva, de você estourando a bola com as próprias mãos e querendo ir pra cima dos jogadores? Você não lembra de nada disso - diz ela impressionada com minha pergunta.

- Não, não lembro de nada disso - respondo ela - mais isso quer disser que não machuquei ninguém não é?

Tive que um ataque de raiva, e como sempre não lembro de nada, e estranho não lembrar de nada ou talvez seja normal.
Se isso for normal vai ser difícil passar o resto da minha vida com medo de sair por aí, e quando menos esperar ver o corpo de alguém na sua frente, se ver na delegacia sem saber oque fez ou até no hospital igual a situação de agora.
E se não for normal espero conseguir parar com isso.

- É você não machucou ninguém por sorte - diz a enfermeira interrompendo nossa conversa, tomo um susto pois tinha esquecido que ela estava lá.

- Que bom...- digo e logo após respiro fundo, com minhas preocupações indo embora.

Depois disso a manhã foi normal, voltamos para sala pois a jogo já tinha acabado, as aulas foram como sempre chatas e entediantes com conversas paralelas em uma sala barulhenta e irritante. Dei graças que não demorou muito para a aula acabar, pois aí podia ir para casa, estava cansado, meu rosto doía e para minha sorte minha cabeça também doia.
Volto para casa andando e como sempre eventualmente me encontro com dois dos meu irmãos, vejo eles do outro lado da rua acenando pra mim e ao atravessar a rua e chegar mais perto deles percebo, estão com um olhar de preocupação, provavelmente pelo meu machucado.