Prólogo

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Can't Help Falling In Love
Elvis Presley

Homens sábios dizem
Que só os tolos se apaixonam
Mas eu não consigo evitar
Me apaixonar por você


Busan,2015

ㅡ Eu queria poder ir com você.-Jimin abraçava Namjoon,o nariz encostando no pescoço do mais alto numa carícia leve.ㅡ Promete que vai se cuidar, que vai me ligar todos os dias, que não vai me esquecer?

Jimin levantou a cabeça para poder olhar o rosto do seu amado as covinhas que ele tanto amava se faziam presente, os olhos de dragão o fitavam com devoção.

ㅡ Como eu posso te esquecer se te tenho gravado em mim.ㅡ Jiimin sentiu seu interior se revirar, era sempre assim, Namjoon o desestabilizava, lhe tirava do chão e o elevava nas alturas apenas com palavras.ㅡ Eu prometo te incomodar todos os dias Minie,e prometo me cuidar. Mas você também tem que me prometer que não vai se meter em confusão com meu pai.

Um bico se fez nos lábios grossos de Jimin. Sabia que não seria fácil,afinal o pai do seu homem era um preconceituoso que vivia incomodando ele e sua familia,não entendia como àquele ser tinha colocado no mundo filhos tão legais.

ㅡ Eu prometo.

Daegu 2015

O sol se escondera, certamente temeroso da tempestade que se armava, os pássaros silenciaram e da terra subia um cheiro quente de angústia.

Foi quando o primeiro raio cortou o céu. Por um instante, toda a mata se tornou prateada, revelando a imensa diversidade de plantas que se

emaranhavam aos cipós. Depois veio o silêncio, a espera. Então, o trovão soltou seu grito enfurecido, fazendo vibrar cada folha, cada galho seco.

Kim Namjoon procurou se proteger sob a copa agitada de uma árvore, à beira da estrada por onde caminhava.

Tinha frio e sabia que, dentro em pouco, estaria completamente molhado. Mas isso não era o pior.

Não havia casas, cercas, animais, nada. Só mato.

Mas ele não estava assustado. Ao contrário compactuava com as forças da natureza, deixando-se mergulhar em sua energia universal. Identificava-se com a fúria dos relâmpagos, com a chuva grossa que molhava a terra.

Sentia-se livre.

Começou a rodopiar, os braços abertos, o rosto molhado pelas tas frias.

Livre!

Fechou os olhos, deixando que o vento frio e chuva lhe molhassem o rosto.

Pulou no ar. Uma, duas, três vezes. Dançou, ao som
imaginário de uma valsa.

Riu. Gargalhou.

Podia rir sem ser recriminado, gritar,chorar, qualquer coisa! Nunca mais se submeteria as correntes do preconceito.

Queria seguir seu caminho sem que ninguém soubesse de seu paradeiro.

Havia viajado de carona desde sua Busan até Daegu,mas seu destino final era Seoul.

Estava na estrada há dois dias. Era uma loucura, um risco grande demais? Pouco lhe importava!

A liberdade tinha seu preço, e ele estava disposta a pagar centavo por centavo. Além disso, a sorte estava a seu lado. Até agora, só conhecera gente boa e gentil.

Estava indo sozinho para Seoul,havia fugido em busca dos seus sonhos, almejava encontrar a tão sonhada liberdade. Lá, sim, ele encontraria gente diferente, sem preconceitos.

Cada canto do mundo poderia ser o seu lar,cada vila, cada ruela. O lugar era o que menos importava. A única coisa que queria de fato era a liberdade.

Arrumaria sua vida e depois voltaria para buscar aquele que roubara seu coração e juntos viveriam felizes. Era este seu tesouro mais precioso, a luz que iluminava seu caminho, sua vida.

Sem se importar com os cabelos, as roupas e os sapatos enlameados, Namjoon respirou fundo e seguiu adiante, em busca do próprio destino. Foi quando reparou no par de faróis amarelados que vinha em sua direção.Ótimo. Talvez pudesse pegar mais uma carona.

Chegou junto à beira da estrada, um sorriso brincando entre seus lábios. Porém, antes que fizesse sinal, a caminhonete preta diminuiu a marcha e parou a seu lado.

Estava escuro demais para que Namjoon enxergasse o homem, mas a voz lhe chegou aos ouvidos como um golpe bruto: ㅡEntre. Essa brincadeira acaba aqui.

Namjoon estremeceu. Por instinto de defesa, deu um passo atrás, o sorriso desaparecendo de seu rosto. Aquele homem havia the encontrado.

ㅡEntre! ㅡ ele insistiu, apressado.

ㅡ Não!! ㅡ Namjoon apertou as mãos, nervoso.

ㅡ Não seja tolo. Eu estou cansado e quero voltar logo para casa.

A revolta acumulada durante os últimos anos aflorou, contorcendo-lhe os músculos do rosto.

ㅡ Não vou voltar pra lá pai.

ㅡ Escuta aquí moleque,você vai entrar nesse carro agora,nós vamos conversar e você irá me obedecer porquê senão quem vai sofrer as consequências dessa sua rebeldia vai ser aquele doente que te contaminou.

Um relâmpago brilhou na escuridão, revelando por um breve instante o rosto do homem a dureza dos traços the marcaria a memória para sempre. Algo que assustou Namjoon.

Se você for um bom filho,prometo deixar àquele imundo em paz faça tudo como eu mandar e ninguém sairá prejudicado. Vai enfiar a cabeça nos estudos, se formar e ser um grande advogado. ㅡ O juiz não estava brincando e Namjoon sabia muito bem como o pai jogava sujo quando algo não saia como o mais velho queria.ㅡ Já imaginou se àquela cafeteria pega fogo? A estrutura é antiga,podem haver problemas na fiação.. posso fazer as coisas parecerem do jeito que eu quiser Namjoon,está em suas mãos.

Namjoon engoliu a revolta que lhe consumia,seu pai estava ameaçando seu homem e isso ele não podia aceitar.

Jogando o ódio para longe, ele entrou na caminhonete, aceitaria por hora ter que voltar a viver naquela prisão que era a casa do seu pai,pelo menos até ter uma solução que não prejudicasse de Jimin.

E o passarinho estava sendo engaiolado mais uma vez, mas um dia ele se vinagaria do seu carcereiro.

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