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Can't Help Falling In Love
Elvis Presley

Eu devo ficar?
Seria um pecado?
Se eu não consigo evitar
Me apaixonar por você?





Busan,2022

De baixo do chuveiro,enquanto a água batia em suas costas, Jimin tentava aliviar a tensão que seu dia fora.

Ele sabia que mais cedo ou mais tarde se encontrariam, afinal as notícias corriam rápido naquela cidade, todos já fofocavam a volta do filho mais velho do juiz Kim, mas não sabia que ele teria coragem de entrar na cafeteria dos seus pais e se sentar para um café como se fossem velhos amigos.

E o ver ali tão lindo o desestabilizou, os anos foram generosos para o Kim, os cabelos negros mais longos emoldurando o rosto perfeito, os olhos de dragão ainda afiados, e as covinhas...ah àquelas malditas covinhas, mas isso não era tudo, o corpo magro de antes não existia mais,o peitoral musculoso se fazia presente, ombros largos e os braços definidos eram apertados pela camisa branca que ele vestia, as cochas grossas marcadas na calça jeans.

Aquele definitivamente não era o garoto magrelo que andava pelas ruas do bairro em sua bicleta buscando um lugar sossegado para ler seus livros de literatura.

Ali estava um homem que emanava poder.

Sim, Kim Namjoon estava de volta e pelos rumores, tinha voltado para ficar.

Park Jimin sentiu seu interior se revirar, as mãos começaram a suar e o coração batucava acelerado no peito, não podia ser uma miragem, talvez ele estivesse num daqueles pesadelos que ele sempre tinha.

Seu irmão Jihyung o cutucou para que saísse do transe em que se encontrava, Jimin sacudiu a cabeça para espantar as lembranças, vestiu um sorriso no rosto e encarou o irmão caçula que lhe olhava preocupado.

ㅡ Eu atendo ele hyung, vai lá pra trás e chama o pai.— Jimin acenou em concordância com o irmão e se retirou para os fundos da cafeteria

Seus pais estavam preparando algumas tortas que seriam expostas no balcão, mas ao verem o filho mais velho com o rosto branco como papel correram até ele.

ㅡ O quê foi menino, parece que viu fantasma, tá tão branco.ㅡ sua mãe o amparava, pois parecia que o filho desmaiaria a qualquer momento

ㅡ Pega água pra ele mulher ㅡ seu pai ditou enquanto segurava o braço do filho fazendo ele se sentar num banquinho enquanto Hie-Jin enchia um copo com água e adoçava para o filho beber.

ㅡ Ele voltou ㅡ Jimin sussurrou.

Quando Jimin falou os pais dele já sabiam de quem se tratava. Os dois se olharam e entenderam o motivo do filho estar catatônico daquele jeito.

ㅡ Ji,toma essa água meu amor.ㅡ A mãe estendia para que ele pegasse ㅡ Vai lá homem e ajuda o Jihyung com os clientes, essa hora deve tá cheio, eu acalmo o Jimin.

Hyun Sung atendeu o pedido da esposa mas antes deixou um beijo no topo da cabeça do filho, eram pais amorosos com os dois.

A mente de Jimin não parava de funcionar com pensamentos a milhão.

Como ele podia voltar mesmo depois de tudo o quê havia acontecido?

Como ele tinha a cara de pau de aparecer ali, na cafeteria de sua família como se o passado não existisse?

Depois de se acalmar, Jimin olhou para sua mãe, os olhos marejados, aquele não seria um dia fácil.

Balançou a cabeça para dissipar as lembranças recentes, e talvez aquele dia se transformasse em uma ilusão qualquer.

Voltou à atenção para seu rosto. Os cabelos loiros estavam mais longos, a franja batia na altura das bochechas. Lembrou-se, com o coração apertado, de como Namjoon costumava correr os dedos por aqueles fios, antes ruivos afundando o rosto neles, beijando-o no pescoço com volúpia.

As feições de Jimin eram delicadas, os olhos eram pequenos cor de mel contornados por cílios negros, e tinham uma expressão serena e gentil. Sua boca era carnuda, macia e vulnerável, os dentes, apesar dos dois da frente serem tortinhos completavam seu charme.

Jimin não era consciente de sua beleza, da segurança que emanava de seus olhos e gestos. Ele não se sentia o mais belo, sua auto estima era quase zero.

Suspirando, secou os cabelos, prendendo-os num meio coque no alto da cabeça, estilo samurai, vestiu um camiseta branca dois números maior que o seu e um calção preto.

Estava se sentindo miserável e solitário, e não havia por que negar a verdade a si próprio.

Amava Kim Namjoon.

Apesar de tudo que ele tinha feito, sempre o amaria.

Jimin dirigiu-se para o quarto.

Lá sentou-se numa cadeira perto da janela e acendeu um cigarro, hábito que adquiriu após o ocorrido. Fumar aliviava a tensão, diminuía o nervosismo. Apreciar o céu estrelado lhe fazia bem.

Pela primeira vez, em anos, deixou que seus pensamentos voltassem para trás, revivendo o conturbado caso de amor que tivera com Namjoon...

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