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Busan,2022

Kim Namjoon admirava a paisagem enquanto o carro deslizava pelas ruas em direção a casa do seu pai, logo após a ida conturbada na cafeteria, ele recebera um ultimato do juiz Kim. Não poderia mais adiar esse encontro.

Com os nervos à flor da pele sentia que à qualquer momento sucumbiria. Quando resolveu entrar na cafeteria novamente, mesmo que senhor Park tenha lhe pedido no dia anterior que não aparecesse até que Jimin o permitisse.

Mas ele já esperara tanto tempo! E ao encontrá-lo naquela manhã era como se voltasse no tempo, as mesmas sensações que ele havia sentido no dia lhe dera o primeiro beijo, se sentira o mesmo bobo apaixonado pelo marrentinho skatista.

O frio na boca do estômago, as mãos suando, a perna tremendo, não sabia como havia conseguido ser tão firme.

A boca ainda continha a mesma textura de um pêssego, os lábios macios e carnudos e o contato com a língua quase o levara a loucura. E mesmo que houvesse a resistência no início, Jimin cedera e o envolvera com suas mãos pequenas e macias.

Mas no final nada acabara bem. Park Jimin parecia
apavorado.

Namjoon notara a crise de nervos que o mais novo tentava controlar. Aquela imagem não sairia mais de sua cabeça, tinha plena certeza disso, os olhos cor de mel brilhando pelas lágrimas em uma súplica silenciosa.

Pedia que se afastasse com os lábios, mas os olhos lhe imploravam que ficasse.

Olhou pela janela e reconheceu a alameda, aliás, não se poderia dizer que fosse uma alameda, mas antes um beco sem saída, no qual se viam apenas os muros altos da mansão do seu pai.

A entrada para a propriedade particular era vigiada noite e dia por guardas armados e cães.

Quando o carro se aproximou, os portões de ferro abriram-se mecanicamente.

Namjoon recebeu uma saudação cortês do guarda que estava de serviço e, embora no começo tivesse se sentido constrangido por aquela demonstração de respeito, ergueu a mão automaticamente.

Um caminho de curvas irregulares e todo de pedregulhos, entre árvores de camélia e arbustos vistosos, ia dar num pátio interno em frente à casa, quer dizer, mansão em que seu pai vivia.

Cercas vivas circulavam o terraço e, atrás delas, havia um gramado bem podado e extenso. Nele, canteiros de flores que formavam um ambiente formal.

Tudo era imaculadamente limpo e bem cuidado por um exército de jardineiros. Como Kim Woong Song acreditasse no trabalho bem remunerado, jamais sofrera de falta de empregados.

O carro parou e Namjoon suspirou, era hora de vestir a personagem que prepara para apresentar ao juiz. Ouviu o motorista sair, dar a volta e abrir a porta para ele, que caminhou em direção à casa.

O vestíbulo tinha um grande lustre central e era todo acarpetado de azul e dourado. Nas paredes, viam-se alguns dos quadros adquiridos pelo juiz iluminados por spots individuais.

Namjoon parou no vestibulo, onde Cha Young, cão de guarda do seu pai, o recepcionava. A casa fora construída em dois níveis, e, de onde Namjoon estava, podia ver as salas e a biblioteca.

A escadaria levava ao primeiro andar aonde ficavam os quartos, ele guardava algumas lembranças do lugar.

À frente, via-se um vasto arco sobre os degraus que desciam para a sala de jantar, e uma saleta de lazer. Esta parte da casa ficava virada para o sul e tinha uma série de portas envidraçadas que davam acesso ao pátio, onde havia uma piscina, que nunca era usada.

ㅡ Seu pai o aguarda no escritório.ㅡ o mordomo avisou indicando mecanicamente com a mão. Namjoon acenou com a cabeça e seguiu até o local.

Dando duas batidas leves na porta do escritório, o mordomo a abriu dando espaço para que ele entrasse.

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