Perigo e prazer

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Nosso debate II
 
P.O.V William Bonner
 
O homem caminhou lentamente, ainda rodeado por assessores e seguranças, pelos corredores dos estúdios globo de televisão. Visivelmente cansado, esgotado ele diria, não foi um bom debate, com candidatos visivelmente fora de controle e dispostos a atacar uns aos outros, mudando totalmente o intuito daquela ocasião. William esperava algo melhor daquilo, mas recebeu uma grande troca de farpas, o que determinou muito mais de seu esforço físico e mental.

A apenas alguns dias da eleição, antes mesmo do debate, William já demonstrava cansaço seus dias eram corridos demais, as vezes o homem dormia apenas quatro horas e tendo que passar um dia inteiro de pé, sua mente estava a mil. Somente uma certa morena o conseguia dar descanso e paz, sempre que a via se perdia em seu olhar e navegava em seu sorriso encantador.

Bonner entrou em seu camarim, afrouxou a gravata, passou a mão pelos cabelos e respirou fundo se jogando no sofá que havia ali.

– Trouxe para você, como se sente? - perguntou Elena, sua assessora.

– Péssimo, aquilo foi horrível.

– Tem razão, tem algo que eu possa fazer por você?

William a olhou e lançou um sorriso tímido.
– Quero vê-la, você poderia fazer isso por mim?
Elena sorriu e abriu seu tablet, digitando algumas coisas, ele a olhou com esperança.

No fundo ele sabia que talvez fosse impossível encontrar a morena.

– Desculpe William, mas a essa hora ela já deve estar dormindo.

O homem respirou fundo, mordeu os lábios e fechou os olhos, tinha que vê-la a todo custo.

– Ok, Elena – se levantou –, vá para casa descansar eu farei o mesmo.

Ele pegou seus pertences e saiu dali, rodeado por alguns seguranças que o acompanhariam até seu carro. Dentro do carro, agora sozinho, ele pegou o celular e resolveu ele próprio ligar para a mulher.

Esperou ansiosamente para ouvir sua voz, até que ela surgiu.

– Bonner!? – disse a voz sonolenta.

– Renata, meu amor... – respirou fundo –, desculpe se te acordei.

– Tudo bem, eu peguei no sono aqui no sofá – sorriu.

Um silêncio significativo se formou, Renata suspirou.

– Que vir me ver? – perguntou ela.

William sorriu e soltou uma respiração aliviado.

– É tudo o que eu mais quero, meu amor – sussurrou.

– Então vem, estou sozinha em casa, pode vir.

Antes mesmo dela terminar de falar William ligou o carro e começou a dirigir.

– Estou a caminho, duquesa.

Ele ouviu sua risada.

– Te espero – sussurrou.

A ligação foi encerrada por ela, William aproveitou as ruas vazias e acelerou, aquele cansaço já não parecia estar ali, ele estava energizado.

[...]

Assim que a porta do apartamento de Renata se abriu, William a fitou dos pés à cabeça, observando o moletom cinza que a mulher usava, avançou sobre seu corpo lhe dando um abraço um tanto quanto urgente, ela se assustou com a força e rapidez do toque, mas depois o aconchegou em seus braços.

– Eu sei que foi horrível – Ela disse.

Renata conseguiu fechar a porta, mas continuou abraçada a ele.

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