Bem Vindo a vizinhança

{In}desejável

Às vezes a vida nos leva por caminhos muito além da imaginação, quando a irmã mais velha Uramichi Omota ficou grávida, seu pai abusivo a expulsou de casa, o adolescente não deu as costas para sua única família de verdade, por isso não pensou duas vezes em ir com ela.

Mesmo que a diferença de idade não fosse tão grande ele prometeu sua falecida mãe que cuidaria de sua irmã Sakura, depois que saíram daquela maldita casa nunca mais ouviram falar de seu pai, foi difícil para Uramichi ele conseguiu um emprego de meio período para ajudar nas despesas e esforçou ao máximo para termina a escola, naquela época o adolescente andava cansado o tempo todo.

Foram anos complicados, mas no final conseguiu ajudar sua irmã e sua sobrinha, quando a criança tinha cinco anos, Sakura veio com a notícia que ia se casar, Uramichi ficou surpreso, mas já sabia que isso poderia acontecer, como um bom irmão ele apoiou a decisão dela.

Não querendo deixá-la preocupada, falou que queria morar sozinho assim que ela se casasse, que era hora deles curtir a vida como um jovem solteiro e contou que conseguiu uma bolsa de estudos na faculdade, assim ele deu espaço que elas precisavam, mesmo que fosse solitário.

A separação quebrou o coração do jovem, por mais que não quisesse o sentimento de abandono o dominou, foi a primeira vez que ficou sozinho.

Foi nessa época que ele descobriu ser um ótimo ator, conseguindo convencer a todos a sua volta que tudo ia muito bem, que era feliz.

Se formou no curso de educação física, se tornou um atleta olímpico, mas teve que se aposentar cedo por causa de uma lesão na perna, com ajuda de um colega de faculdade conseguiu um emprego como apresentador num programa infantil.

Os anos cuidado de sua sobrinha ajudou na hora de interagir com os pequenos, sua função principal era fazer atividades e brincadeiras que ajudassem a estimular a coordenação motora das crianças.

Quando estava trabalhando ele era divertido, alegre e energético irmão Uramichi, amigável e divertido cara das brincadeiras, as crianças o adoravam.

Toda a equipe de apresentadores fazia o seu melhor, o diretor era rigoroso e tendia a obrigar a todos trabalharem o máximo possível.

Não demorou muito para descobrir que o mundo dos programas infantis é muito mais complexo do que se pode imaginar, nem tudo é tão colorido quanto parece, tinha que ter muita dedicação, os prazos eram curtos e passavam longas horas gravando para fazer um episódio.

Era divertido apenas para as crianças, Uramichi já tinha se acostumado com rotina, seu único Robin era praticar exercícios físicos, ele gostava de gastar energia e manter o corpo saudável.

Omota tinha acabado de gravar o especial de primavera, quando o diretor o chamou para seu escritório, lá o seu chefe falou alegremente que a empresa recebeu um convite, que pediram especialmente o Uramichi para participar de um teste para ter a chance de participar de um programa infantil nos Estados Unidos.

Ele tentou recusar, mas seu chefe não aceitou sua resposta, depois de uma semana de insistência e ameaças, chegou o ameaça, falando que ia o demitir se não fosse, Uramichi trabalha como apresentador a anos, não podiam se dar ao luxo de perder o emprego.

Por isso mesmo contra a vontade o japonês embarcou no avião, não sabendo que se arrependeria amargamente dessa decisão.

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O motorista de uma van, estava dirigindo há horas por uma estrada de terra, ao olhar para o horizonte ele podia ver os últimos raios do sol passar pelas colinas, não demoraria muito para escurecer, com uma expressão preocupada soltou um suspiro, visualizou discretamente os passageiros pelo retrovisor central do veículo.

Ele estava curioso, era a primeira vez, em seus quinze anos trabalhando nessa empresa que transportava visitantes, ele queira perguntar para o homem negro de terno pretos e óculos escuros sentado ao seu lado, mas sabia que não deveria, pois não é permitido funcionários de cartão laranja fazerem perguntas.

Gostava muito de sua vida para se arriscar, havia boatos de funcionários sumindo misteriosamente, não tinha certeza se eles foram demitidos ou o laboratório 47 tinha alguma coisa haver com seus desaparecimentos.

Com seus anos de serviço, aprendeu que a discrição e obediência sem questionar garantia uma volta segura para casa, seus passageiros pareciam muitos animados, a maioria conversava alegremente, estavam bem vestidos e arrumados, apenas uma pessoa parecia se destacar.

Um jovem de origem japonesa, que dormia tranquilamente em um dos bancos, de cabelos castanhos, estava vestindo um conjunto de moletom esportivo da cor azul com uma linha branca nas laterais de cada lado, bem diferentes dos ternos e vestidos dos outros.

De repente o rádio do veículo ligou sozinho, isso acontecia as vezes quando se aproximava da sede, a música começou a tocar Put your Head on my shoulder, o barulho isso fez alguns passageiros riram outros zombarem.

- Não se preocupem, isso é só um mau funcionamento no rádio - falou o homem de óculos escuros abaixando o volume do rádio.

- Jonh Falta muito chegar no estúdio? - perguntou uns dos passageiros - afinal estamos quase o dia todo nessa van.

Os passageiros acreditavam que o nome do homem sentado ao lado do motorista era Jonh o diretor assistente do estúdio The Playfellow Workshop.

O que eles não sabiam era que o nome era falso, que na verdade era o agente 133, um dos funcionários de cartão azul que trabalhava para o laboratório 47, localizado numa área isolada no interior do Estados Unidos dentro de uma base militar.

"O Estúdio The Playfellow Workshop existe, mas não da formar ele acha que é" refletiu mentalmente.

Por um momento o agente sentiu um pouco de remorso por estar enganado essas pessoas, não gostava de envolver civis, mas infelizmente havia muita coisa em jogo.

Não podiam se dar ao luxo de ficarem enrolando, estavam ficando sem opções e o tempo estava acabando.

- Não se preocupe, estamos quase chegando- respondeu calmamente -menos de meia hora já estaremos lá.

Todos os passageiros da van foram escolhidos a dedos, o governo já tinha organizado, para o mundo lá fora eles estavam mortos.

"Uma vez dentro do laboratório, não teriam chance, nunca mais sairiam daquele lugar, só espero que dessa vez seja o suficiente e que seus sacrifícios não sejam em vão" pensou o agente

Depois de quase meia hora, finalmente eles chegaram ao seu destino, todos ficaram animados e viram grandes muros cercando uma grande área.

O motorista parou na frente do portão principal, onde foi recepcionado pelo guarda, onde mostrou seu cartão de identificação, com isso foram liberados sem problemas, os passageiros ficaram impressionados com o nível de segurança do lugar.

Toda aquela agitação acordou o japonês, de todos naquele veículo Uramichi Omota é convidado vindo de mais longe, depois de uma longa viagem de avião e muitas horas de van, era visível o cansaço em seu olhar.

-hum? já chegamos? -perguntou o Uramichi ainda sonolento.

Continua...

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notas do autor

Atenção, e FanFiction é para maiores de idade, vai tocar em temas delicados e poderá ter violência física e psicológica e sexual.
Temas que podem ser gatilhos para alguns, por isso prossiga com cautela.

Desde já agradeço por ler até aqui.