Capítulo 2: O grito do demônio

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  (P.O.V de Bendy)

  Estou com raiva, eles tiveram a coragem de tirá-la de mim. Ah, se eu pudesse sair daqui. S/n, ela não sabe da verdade... Eu não sei se ela vai descobrir, mas espero que não. Essa nova forma, ela é muito melhor, mais forte, mais resistente. Sem duvidas é a melhor. Mesmo que minha alma esteja rasgando aos poucos, eu prefiro viver assim.

  Não sei exatamente o que vai acontecer, a máquina não tem tanto poder assim para prever o futuro, parece extenso e coberto de tinta, uma escuridão cega, sem lanterna alguma. Um completo desconhecido.

  Mas S/n, ela sim, ela é dona atual da máquina, quando a morte de Joey ocorreu, a posse da máquina é passada para seu primogênito, que é S/n. Ela não sabe, mas tem uma irmã... Uma filha de Joey, mais perto do que ela pensa.

  Sammy, o que você fez? Joey... Seu nome eu ainda guardo em meu coração, ele me machuca e arranca minhas forças, eu continuo, sem mais esperança e com um grande problema que consome cada vez mais, mas quem disse que eu me importo? Eu amo odiar Henry e Joey.

  Maldita máquina que me mantem preso no mundo te tinta, eu só quero me libertar e ir ao mundo real. Para matar Henry, o único que contina vivo, afinal, eu matei aquele maldito do Joey.

  Ha ha ha. Você ainda pergunta? Como o matei? Antes dessa maldita venda acontecer, eu tinha acesso ao mundo real, afinal, eu tinha um acordo com Joey, a escritura passando para as mãos de sua filha eu ainda teria acesso, afinal, mesmo que ela negue, ela é uma Drew. Mas depois que esse lugar passou para a família Arch, eu perdi todo o acesso que tinha a aquele lugar. Apenas S/n, por ser uma Drew e por nosso acordo ainda ser real, eu ainda tenho acesso a ela, mas não sei até quando vou suportar.

  Um tornado de solidão me cerca. Usei meus poderes para criar uma cópia do studio original dentro da máquina, mas aqui é tão... vazio. Pelo menos antes, eu poderia ter alcance com a S/n, mas agora que ela saiu do studio e nunca mais irá retornar. O máximo que consigo ir na vida real é dentro do studio, por ser até onde vai o mundo da máquina, eu só queria alcançá-la. Mas... Essa coisa me prende, queria pedir para que ela me salve desse pesadelo, mas essa coisa em mim não permite. O que é? Bem, eu não vou dizer, eu não posso dizer, pelo menos não agora...

  Sabe como é a dor da solidão? Eu sei, posso sentir o coração dela batendo junto com o meu, ela se sente da mesma forma. Aquele maldito filho do Arch... Ele fez com que a vida de S/n ficasse como está. Esse pesadelo é demais, uma dor indescritível cobre meu corpo de cartoon, a culpa não é minha completamente.

  Esse jogo não se finaliza, Joey é o culpado!!! Joey e Henry!!! Por que S/n gosta de Henry se ele é um monstro como Joey?! Eu não posso acreditar que ela é um monstro também, um remorso cresce em mim com pensamentos desse tipo.

  Eu só quero duas coisas... Liberdade e vingança de Henry. Ele me abandonou sem nem se importar, Joey me disse tudo. Estou com raiva e triste, esse abandono continua... Será que sou tão ruim assim? O que eu fiz de errado?

  Joey tornou minha vida um inferno, o medo me consumiu, ele matou meus amigos e pegou suas entranhas para fazê-las de peças mágicas para a máquina, e a partir daquele dia eu jurei me vingar dele. E Henry... Ele me criou, ele é meu pai, mas depois... Pegou aquele papel que tinha me criado e jogou no lixo. Frustrado. E então, me abandonou...

  Drew veio até a lixeira e me viu, a partir daquele momento que tomei fama, o studio todo cresceu por minha causa. Mas quando Joey construiu a máquina e fez o ritual me invocando, ele me tratou como uma estrela. Mas com o passar do tempo o pesadelo começou... Ele me machucou tanto, todas as suas raivas, descontava em mim. Enquanto eu ainda tinha aquela forma adorável, amigável e travessa.

  Mas quando ele arrancou as entranhas de Boris na minha frente... Naquele momento um ódio floresceu em mim, a tinta cobriu meu rosto, meu tamanho aumentou, e garras surgiram em minhas mãos... Joey conseguiu fugir de mim. E depois daquilo, ele desapareceu, depois surgiu Henry, e então S/n, depois de muitas repetições no mesmo ciclo...

  Essa é a minha história... E agora esse ódio, essa raiva extrema, essa escuridão me consome aos poucos, eu tenho me livrar disso, mas eu preciso disso, para meu próprio bem e minha sobrevivência... Se pelo menos eles parassem de me odiar e de me maltratar... Eu também tenho sentimentos, sabia?

Isso foi longe demais (BATDR x reader)Onde histórias criam vida. Descubra agora