O crime da minha vida

Capítulo 2

Segurou a maçaneta por mais tempo do que imaginara. Estava receoso em adentrar o quarto da faculdade sabendo que ele quem tinha iniciado a briga. Não queria sentir o olhar de seu colega atravessando-lhe as costas enquanto locomovia-se por ali. Se sentiria culpado, talvez com mais intensidade do que já está. Decidiu, então, dar um passeio no jardim da instituição. Sabia que não podia ficar adiando o momento para sempre. Precisaria falar com Scott em algum momento, mas não necessitava ser agora, certo?

O vento incomum balançava seus cabelos. Estava acostumado a deixá-los bagunçados, porém Sr.Smart sempre os penteava quando aparecia na casa da doce mulher de idade. Amava-a. Ela lembra sua mãe, mas não uma lembrança ruim como o chá de camomila, mas uma boa como a lua. Adorava encara-lá enquanto passeava pela varanda encenando suas histórias. A maioria dos velhinhos só querem ser ouvidos. Costumam passar muito tempo sozinhos se sentindo descartados. Stiles estava disposto, desde que a conhecera, a escutar tudo o que dizia. Algo tão simples e, mesmo assim, quase ninguém tinha paciência para fazer.

Aparecia à casa rural dizendo precisar de um local calmo para estudar, apesar dos dois reconhecerem a desculpa como uma mentira. A senhora nunca discordou uma noite se quer para o jovem dormir consigo. Admitiria com facilidade que apreciava aqueles lindos olhos castanhos, assim como seus cabelos. A companhia do garoto a fazia feliz. Um fato era que sempre sorria com facilidade perto de si.

— Stiles!...

Um grito tira o de pintinhas de seus pensamentos calorosos nostálgicos. Com as mãos no bolso de sua calça jeans ele para em meio a calçada que rodeava a faculdade. Tinha parado no jardim por um tempo, após decidiu explorar a instituição mais um pouco.

—...você viu a Malia? Ela pegou meu caderno ontem de noite, mas não consigo achá-la!

Lydia Martin, uma garota com cabelos loiro-avermelhados. Ela era bem vaidosa, tinha pele clara e olhos verdes.

— A última vez que falei com ela foi quinta-feira.— dá de ombros fazendo um bico, admitindo não fazer a mínima ideia de onde a garota estava.

— Que merda. Eu preciso achá-la.

A garota parecia muito desconfortável na visão de Stiles. Tudo isso por um caderno? Não faria sentido. O garoto sabia dos problemas dela com a família, logo supôs que algo deveria ter acontecido quando estava fora. Se aproximou e a abraçou percebendo as lágrimas que ameaçavam rolar de seus olhos. Estes arregalados. Lydia se arrepiou pelo frio do ambiente, fazendo com que o toque repentino do garoto a esquentasse por um momento.

— Onde você estava ontem? Eu fui no seu quarto e não te encontrei...

Aninha-se nos braços acolhedores do recém adulto. Apesar de completar 18 anos e já estar em uma faculdade, o Stilinski ainda agia como adolescente e, muitas vezes, criança. Contudo, Lydia Martin jamais diria que ele não era um bom ouvido. Ele escutava tudo o que a garota dizia. Em passados não distantes a menina invadia o quarto do castanho como furacão alegando problemas e mais problemas com sua família. Apesar de já estar no quinto sono o Stilinski sempre se punha a escutar e aconselhar a Martin. Era um bom garoto, não era atoa que se destinou a se tornar um agente do FBI. Talvez toda aquela atenção para Lydia era porque se sentia atraído por ela, mas sabia que era apenas um amor platônico.

— Eu estava com a Sr.Smart.— a mais baixa abre um sorriso bobo revirando os olhos.

— Quando foi que eu fui trocada por uma senhora de 80 anos ou mais?— franze o cenho fingindo estar ofendida.

— Demonstre respeito por ela. Ela é legal.— dá de ombros como se fosse uma desculpa.

Ambos voltam caminhando para dentro da faculdade. Lydia tremendo pelo frio continuava envolta nos braços de Stiles, que tinha a cabeça tombada para trás observando a maravilha que eram as nuvens. A Martin não mencionou em nenhum momento Scott, então Stiles supôs que eles iriam para o quarto da garota. Estava certo.