Stiles encarava a lua passar pelo seus olhos como se o tempo avançasse rápido demais. Sem nenhum tipo de controle.Estava deitado na grama alta de um campo qualquer. Adorava encarar o céu a noite ao ar livre, essa última informação era muito importante. Apesar de que invadir propriedades ser algo ilegal adorava a vista da casa da Sra.Smart. Não podia fazer nada se o cachorro da senhora também simpatizava com ele. Um dia desses a mais velha o encontrou em um de seus pesadelos, quando acordou gritando em meio a escuridão, e o convidou para entrar. Ofereceu um chá e o deixou dormir lá por aquele dia, já que sua casa era longe, não que ele tivesse um lugar fixo ultimamente. Brigou com seu último colega de quarto da faculdade, então não se tem muito o que fazer.
— De novo, Stiles?— a mulher diz com um lampião na mão enquanto tentava enxergar a face do adolescente abobado. Se levantou em um pulo perguntando-se como não a percebeu se aproximar. Levou as mãos ao rosto tentando apagar os resquícios de lágrimas que acumulavam-se em sua face.
— Desculpe, Sra.Smart...— resmunga se levantando na velocidade da luz.— Eu prometo que será a última vez...
— Já disse isso várias vezes, felizmente nunca seguiu a promessa. Assim não preciso passar os meus fins de semana sozinha.— abre um sorriso amarelo de felicidade. Sua cabeça se inclina para o lado convidando o garoto para que entrasse na casa.
O Stilinski a segue sem outras opções. Durante o caminho a mulher reclama sobre o quão perigoso é ficar no meio do mato de madrugada, porém ele apenas afirma com a cabeça sabendo que não importa o quanto ela o repreenda, jamais deixará esse hábito para trás. Sua mãe admirava demais a lua para que ele abandonasse esse hábito.
— Obrigado mesmo, senhora. Boa noite.— resmunga cambaleando para um dos quartos de sobra que tinha ali. Normalmente conversavam a noite toda, nesta não fora diferente. Falaram sobre vários assuntos.
O Stilinski estava acostumado com o cobertor fofo e a cama confortável da casa, tanto que passava a maior parte de seu tempo lá.
No dia seguinte, um sábado, passara metade da manhã fazendo um dos trabalhos da faculdade na varanda da casa. O vento gelado batia sobre o seu rosto bagunçando seus cabelos. Adorava aquela sensação rural. Amava estar longe da poluição da cidade.
No almoço, se surpreendeu ao perceber um carro se aproximar. Nunca tinha visto ninguém parar naquela casa nos seus meses ali. O automóvel era um Camaro preto e um homem de óculos escuros e uma barba rala saíra de lá enquanto puxava a blusa para baixo.
O castanho estreita os olhos enquanto observa o estranho se aproximar retirando os óculos e o pendendo no meio da camisa. Sobe os dois degraus da varanda e lança um olhar confuso para o garoto jamais visto ali por ele. Ambos se desconheciam, porém a dona da casa sabia muito bem quem eram ambos.
— Derek!— a senhora veio pulando entre pequenos pulos para abraçar seu neto.— Como cresceu!— exclama. A felicidade estampada em seu rosto.
— Vó, eu só fiquei fora por 1 mês...— resmunga achando graça. Eles se afastam.—...e parece que você já arrumou um substituto...— brinca olhando para o Stilinski que entra em choque. Abriu a boca para falar, mas a senhora o interrompeu.
— Esse é o Stiles. Um garoto muito bom.— apresenta. O Hale estende um aperto de mão e o mais novo o captura.
— Acho melhor eu ir agora que... você tem companhia.— passa as mãos pelas laterais da calça jeans surrada se levantando da cadeira de balanço que estava sentado.
— Não seja ciumento, Sti. Sente-se aí. Eu vou pegar um chá.— ela some pela porta deixando os dois homens sozinhos na varanda.
Stiles se sente estranho em puxar assunto com o Hale, então prefere ficar calado. Apesar de estar estudando não conseguiu mais manter a concentração com aqueles lindos olhos verdes invadindo seu espaço pessoal. Observando todos os seus movimentos.
— Então... meu nome é Derek Hale, prazer.— o barbado estende uma mão para o garoto novamente, enquanto a outra prendia-se em seu bolso.
— Stiles Stilinski.— captura sua mão.
O mais velho nunca havia falado em alguém com aquele nome, muito menos sobrenome.
— Eu sei, nome estranho.— o garoto tira suas conclusões pela careta do mais velho, porém este nega com a cabeça.
— Não...é apenas incomum, inclusive aprecio pessoas incomuns...— eles afastam o toque, enquanto Stiles passa as mãos suadas pelas laterais de sua roupa.
Um som de uma chinela batendo contra o chão preenche o local identificando a presença da senhora Smart.
— Não tinha de hortelã...— ela chega entregando as duas xícaras para ambos.—...espero que gostem do de camomila...— abre um sorriso doce sem dentes.
— Como eu disse: quem não gosta de chá de camomila não é humano.— Derek brinca fazendo a senhora rir.
Stiles cede dando um pequeno gole no chá quente. Se perguntasse falaria que estava uma maravilha, apesar de odiar chá de camomila. O gosto doce e suportável se tornou intolerável após ele tomar este sabor toda noite quando sua mãe era viva. Passava madrugadas estudando. O chá lhe acalmava, mas hoje em dia lhe deixa nervoso, tanto que seu coração acelera o fazendo suar frio.
— Tudo bem, querido?— ela pergunta passando as mãos pelos cabelos do castanho. Este está com a cara branca.
— Obrigado pelo chá, senhora Smart, mas eu acho que já vou indo...— avisa se levantando.
Apesar dos dois recusarem e pedissem para ele ficar ali o mesmo se retirou. Stiles era corredor, então se desafiou de voltar à faculdade correndo. Só percebeu ter esquecido as coisas da faculdade na casa da mulher quando chegou ao seu destino.
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O crime da minha vida
Fiksi PenggemarEsta não é uma história que segue a regra normal da série. Aqui eles não são lobisomens e não haverá nenhuma presença do sobrenatural e, se houver, avisarei. Derek e Stiles se conhecem na casa da vó de Derek onde Stiles estava acostumado a dormir p...