Quando as palavras falham

Capítulo 5 - Quando as palavras falharem... Ele vai me entender.

Enquanto Yao acariciava seu rosto com gentileza, Lan Xichen sentiu um arrepio percorrer todo o seu corpo. Ele sabia que sua pergunta tinha sido impulsiva, mas não conseguia conter a felicidade que sentia ao ouvir a resposta afirmativa de Yao.

Com seus olhos cor de âmbar, Yao encarava Lan Xichen com uma intensidade palpável, uma mistura hipnotizante de malícia e desejo. Eles queimaram como uma chama travessa, iluminando cada detalhe do rosto angelical do mais velho. O sorriso de Yao era falsamente inocente, as covinhas em suas bochechas acentuando o ar de provocação que ele emanava. Seus lábios se entreabriam em um suspiro quando ele deslizou sua mão pelo braço de Xichen, provocando-o sutilmente com seus dedos ágeis e habilidosos. O contato parecia elétrico, deixando uma trilha de calor na pele de Lan Xichen enquanto ele tentava resistir ao desejo.

— A-Huan... — Chamou Yao, num tom provocante, sussurrando a voz. Ele continuava deslizando suas mãos nos braços de Xichen, acariciando cada pedacinho de pele que podia.— Se a-Huan não se importa, poderíamos continuar nosso banho? — Yao mordeu o lábio inferior, exibindo um sorriso malicioso. — Eu não me lavei corretamente, ainda me sinto um pouco... sujo. — Piscou lentamente, fazendo com que Xichen se sentisse quente por dentro.

— Eu acho que seria melhor para você tomar um banho sozinho. — Lan Xichen sorriu gentilmente para Yao e acariciou suas bochechas com as pontas dos dedos. — A-Yao merece relaxar um pouco.

— Mas, eu acho que seria muito mais relaxante tomar um banho juntos, a-Huan. — Ele sussurrou com voz rouca, sentindo a respiração quente de Xichen em seu rosto. — Eu gosto de como você me deixa relaxado. Gosto de conversar com a -Huan durante o banho.

— A-Yao, eu troquei a água da banheira antes de você voltar. Deve estar bem morna agora — Ignorou a investida do jovem Jin, mantendo seu autocontrole ao máximo. — Também coloquei o óleo essencial que você gosta. — Ajeitou um fio de cabelo do outro.

— A-Huan, por favor... — Ele começou, com um tom suplicante. — Eu fui uma companhia tão ruim assim para o banho? — Fingiu uma fungada chorosa.

— Não é isso, a-Yao. Eu só acho que seria melhor para você descansar, depois daquela situação com seus irmãos. — Xichen suspirou, sentindo seu autocontrole enfraquecer diante da expressão de súplica de Yao. Ele sabia que seria difícil resistir ao jovem Jin por muito mais tempo.

— Eu sei que você se preocupa comigo, a-Huan. — Yao suspirou e olhou para baixo, desapontado. — Mas... Eu estava realmente ansioso para continuarmos o nosso banho relaxante. Eles não vão mais nos interromper. — Olhou para o Lan com um olhar intenso.

— A-Yao, está tarde. Eu acho que você deveria tomar banho antes que a água esfrie. — Xichen esboçou um sorriso curto, esfregou o ombro dele. — Eu vou arrumar a cama, se você não se importa.

— Mas, a-Huan... — Yao começou a insistir, mas foi interrompido por um beijo em sua testa.

— Nós podemos conversar um pouco antes de dormir. — Sugeriu. — Vou estar te esperando. É melhor assim. — Tocou com cuidado a sua bochecha antes de se afastar um pouco.

— Se é o que a-Huan deseja, então, podemos conversar antes de dormir. — Respondeu com um sorriso suave.

Lan Xichen passou as mãos ao mesmo tempo em seu rosto enquanto ouvia os passos de Yao se afastarem e o som de ele entrando na água ser ouvido.

Yao fechou os olhos, deixando a imaginação correr solta quando afundou na banheira. Lembrava do toque suave de Xichen em sua pele, dos olhares intensos e daquele beijo que havia sido interrompido tão abruptamente, que não chegou a se concretizar. O Jovem Jin sentia seu coração bater mais rápido e seu rosto ficar corado só de imaginar a continuação do beijo se seus irmãos não tivessem aparecido.