CAPÍTULO 11

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TRÊS DIAS DEPOIS;
12:16 PM.

Morder a ponta da caneta ali naquela aula parecia ser algo como uma stress-ball, que deixava toda a ansiedade se esvair gradualmente e o mais incrível é que Maya não percebia o efeito que morder-a-caneta fazia. Só que o estresse que estava do outro lado da sala, não se comparava com a agonia que Jackson sentia pelo calor daquele final de manhã.

O sol que perfurava os pequenos buracos imperceptíveis da pele, também se dando ao trabalho de aquecer o local, mesmo tendo um ar-condicionado, mas alguém provavelmente deixara a janela aberta porque ninguém estava sentindo o ar gelado e por má sorte, Maya estava sentada ao lado da grande janela.

— Ei — Cutucou uma discente que sentava no banco da frente — Que aula é essa?

— Acabou agora então… estamos na sétima, a última… — Respondeu carinhosamente.

— Ata, valeu! — Voltou com as costas no encosto da cadeira, entrando novamente em uma bolha própria.

Observou o relógio marcar onze e cinquenta e nove, respirou fundo deixando o corpo relaxar na cadeira, todos à espera da professora de Química. Ela era legal, sempre tentando animar os alunos e com uma forma convidativa de ensinar. Com ela dava vontade de estudar, a matéria se tornava até mais fácil de entender.

Matemática era brutal com sua cabeça, então além de odiar o sol forte, as soluções que precisava achar e Ayla Garcia, Maya necessitava descansar, mesmo estando em uma cadeira dura que enquadrava suas nádegas de forma… super confortável.

Procurou o celular nos bolsos e o ergueu até que estivesse visível e confortável a posição do cotovelo, se perdendo nas redes sociais por minutos seguintes, não percebendo a demora da professora para chegar à aula, tendo em vista que ela era uma mulher pontual e cumpria os seus horários.

Alguns alunos saíram da sala para ir para a próxima aula deles, aqueles que continuariam na classe de Química permaneceriam no mesmo lugar. A sala de aula da professora Betty estava em reforma, então como o Reginaldo de Matemática sempre ia embora na sexta aula, ele foi gentil ao deixar ela usar a sala dele para dar aula.

Um pouco distante da mesa de Maya, a garota dos cabelos de fogo se encontrava totalmente debruçada sobre a mesa, havia pego no sono a alguns bons minutos, provavelmente a aula de matemática ainda acontecia quando ela abaixou a cabeça sem o intuito de dormir. E isso seria surpresa até para si quando acordasse, Ayla não costumava dormir em aula, isso era extremamente raro. 

Mas ela sabia que só estava acontecendo devido às poucas horas de sono que teve, Rebeka e Caike haviam ido para sua casa e Ayla foi praticamente obrigada a contar cada detalhe dos acontecimentos na outra cidade, e ela contou, com muita vergonha por ter beijado sua inimiga, mas contou. Para os dois loiros não foi algo realmente surpreendente, inclusive Caike reforçou várias vezes que já sabia que isso aconteceria em qualquer momento independente das desculpas que a Salles o desse, ele sempre sabia.

A verdade é que, no fundo, praticamente todos esperavam por aquilo, sabiam que um dia aquela inimizade de fato seria apenas uma tensão acumulada que um dia se tornou tesão e por milagre de algumas pessoas, fora possível elas entenderem isso, alguns acham que esse evento demorou demais para acontecer. O problema era que Rebeka e Caike não odiavam Maya e seus amigos assim como a ruiva, porém, Celine e Leonardo davam a alma para alimentar esse sentimento raivoso. Izabelly realmente se tornara a pessoa mais neutra do grupo… e devidamente sensata.

— Pessoal, prestem atenção aqui! Preciso dar um recado. — A inspetora apareceu no batente da porta exigindo consideração dos discentes, estes que entraram em um silêncio mútuo, o que raramente acontecia quando uma pessoa qualquer aparecia para dar avisos. — A Senhorita Betty teve problemas de saúde enquanto se dirigia a sala de vocês e automaticamente a diretoria levou ela até o hospital mais próximo para tratar do problema. Infelizmente, no momento, não temos professores substitutos e pelo fato de ser a última aula do dia, decidimos que deixaríamos vocês à vontade, então… POR favor, não bagunçem porque vocês não são mais 6º e muito menos 8º ano. Estamos deixando a responsabilidade da sala nas suas mãos.

Sentimento ImensurávelOnde histórias criam vida. Descubra agora