Me olho no espelho, dou um berro, começo a pensar:
O corpo que habita em mim parece um tropeço,
Não há curvas ou traços femininos,
Só um corpo que me leva a desatinos.A pele que cobre cada osso,
Parece tão estranha, eu me sinto um poço,
Não é o que eu queria ver,
Eu queria ser algo a mais além deste ser.O medo do julgamento é constante,
As pessoas me olham com espanto,
Não entendem a dor que sinto,
O corpo não é meu, não é o meu instinto.As roupas não servem, nada me cai bem,
O corpo não ajuda, só me faz refém,
Do sentimento de frustração,
Da busca incessante por uma solução.Queria ser mais, não apenas um corpo,
Queria ser lembrada além deste fardo,
Mas a disforia é cruel e persistente,
Não há cura para algo tão presente.Não sei como seguir em frente,
Cada passo é um tormento persistente,
Não é fácil viver com esta dor,
Mas eu quero e vou lutar com amor.Um dia quem sabe eu me encontre,
O corpo e mente possam se monte,
Em um ser que finalmente me faça feliz,
Sem a disforia que me faz infeliz.
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Poemas de uma Máscara
Poetrypoemas que você possa se identificar ou não poemas que vem do fundo da minha alma os poemas somos eu e você