Depois de três meses, você me convidou para sair.
— Você percebe — você começou. — que conseguimos construir uma amizade em trinta minutos viajando de trem, certo?
Para compensar o bolinho diário que você me trazia, comecei a compartilhar meus fones de ouvido todos os dias. Eu estava indo bem, mas você teve que me superar mais uma vez fazendo suas próprias mixagens e playlists para mim, com faixas (e arte, obviamente) melhores do que as minhas.
Ainda assim, eu não estava prestes a reclamar.
— Sair com você? — Questionei. Era verdade, no entanto. Nós nunca nos víamos além do nosso pequeno hábito matinal, mas já estávamos agindo como se nos conhecêssemos há anos.
Você olhou para mim de forma conspiratória.
— O que você acha de levarmos isso para o mundo real?
— O que você quer dizer?
Você me entregou seu CD de mixagem da semana. Eu estava começando a me perguntar se você havia esquecido.
— Saia comigo.
Rabiscado na capa do pacote estava "It Doesn't Have to Be Beautiful", e você fez uma colagem de todos os lugares estereotipados para ir a um encontro.
Bem, principalmente.
— Paintball? — Perguntei.
— O quê? Ainda não viu 10 coisas que eu odeio em você?
— E você viu?
— Claro!
Eu tinha que admitir, eu estava intrigado. Então eu concordei. Você tinha um amigo no campo de paintball e o convenceu a nos deixar jogar uma ou duas rodadas depois do horário de fechamento. Quem diria que eu seria melhor do que você em algo relacionado a pintura?
No final da noite, parecíamos as pinturas de Pollock e você se inclinou para me beijar, seus lábios com gosto de café e balas de goma. E, tudo bem, talvez um pouco de tinta, mas não me importei. Contanto que fosse você, eu aceitaria de bom grado beijos manchados de tinta qualquer dia.
Andamos por aí daquele jeito, embora você tenha me dado sua chamada camiseta "pós-paintball" já que eu não trouxe uma das minhas. Era pouco depois da meia-noite e você me levou para casa em seu skate, navegando pelas ruas quase vazias como se fosse o dono do mundo. Fui direto para a cama, sem me preocupar em trocar ou lavar a tinta do meu cabelo e do meu rosto e mãos, mas ainda estava acordado muito tempo depois que você saiu.
Sua camisa cheirava a você, você e você ao meu redor. Penso nisso agora, enterrado no fundo de uma gaveta do meu antigo quarto, e me pergunto se ainda existe, e sei que não existe mais, nunca mais existirá.
Minha cabeça estava girando. Eu te senti em todos os lugares. E eu nunca conseguiria tirar você da minha mente.
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Our Playlist | Namjin
Fiksi Penggemar[CONCLUÍDA] 🦋 Um aspirante a médico e um artista se encontram por acaso. Uma história sobre trens, paintball, arte e a lembrança do primeiro amor. Namjin!Centric | Shortfic