Labour (The Punisher)

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-Leitora X Frank Castle

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Quando as pessoas olhavam para a figura de Frank Castle, viam apenas um homem qualquer, apenas um homem comum dentre tantos outros. As pessoas que observavam seu rosto poderiam ver hematomas, cicatrizes, sinais recentes de lutas que poderiam assustar qualquer um que portasse tal realização; para o mundo externo, aquele era um homem com um ar misterioso, um homem que talvez pudesse ser considerado um tanto quanto perigoso, alguém com quem ninguém deveria mexer em sua plena e sã consciência.

Quando as pessoas sequer notavam Frank Castle, ele poderia se tornar como um entre as sombras que ocultavam os becos mais isolados e sujos que pudessem existir pelos cantos de Hell's Kitchen. Se os olhares alheios não estavam lhe notando, o homem simplesmente parecia não existir sobre a face da terra, se tornando completamente imune a crueldade que já havia recaído por tantas vezes sobre seus ombros cansados e marcados pelos horrores de um campo de combate, completamente apático com os acontecimentos que existiam ao seu redor.

Durante as noites mais densas, aonde nenhuma estrela pensava em dançar pelo céu que banhava a paisagem entre os altos prédios de Hell's Kitchen, o Castle poderia ser considerado como que um monstro para a sociedade e para qualquer um que se encontrasse no seu caminho e no meio de sua mira, seus dedos engatilhados em uma arma e suas mãos sujas de um sangue alheio. Quando seus punhos se tornavam avermelhados e arroxeados por conta da força dos golpes que este depositava contra bandidos e outros seres pertencentes à escória da sociedade, Frank era visto como um homem sem coração, uma máquina preparada somente para matar e para causar o caos por onde passasse, sem nenhum tipo de descanso programado para seu ser.

Em nenhuma das diversas situações em que este havia se encontrado no decorrer de sua vida Frank achava que poderia ser considerado como algo próximo de um ser humano; ele não parecia merecer nenhum tipo de compaixão, considerando o tanto de sangue que manchava suas digitais e suas roupas. Ele não queria que ninguém sentisse nem um pingo de pena pelo o quê havia acontecido com o mesmo e com a sua família, ele também não parecia merecedor de tal sentimento. Ele apenas queria existir e cumprir com sua "missão" enquanto ainda existisse forças em seu ser para tal ação.

Esta era a verdade que existia por trás da vida daquele maldito homem que Hell's Kitchen conhecia apenas pelo nome de "Justiceiro".

Pelo menos, esta era a verdade que existia por trás da vida do mesmo até que você apareceu nesta, de maneira súbita, completamente inesperada.

Parecia a merda de um clichê, se estamos sendo sinceros. Você estava andando distraída na rua, Frank estava andando igualmente distraído, suas figuras se esbarraram sem sequer perceber a presença um do outro, seu café se derramando pelo chão com tamanha brutalidade do esbarrão. Para sua sorte, Frank estava tendo um dia relativamente bom, e ele havia sido consideravelmente doce, ou pelo menos o mais doce que ele poderia ser com uma completa desconhecida, ao oferecer para lhe pagar um outro café, algo que você não poderia recusar numa manhã que seria tão agitada em sua rotina; o homem só conseguiu notar que seus destinos se cruzariam de novo quando, ao pedir perdão por mais uma vez pelo inconveniente que havia causado na sua manhã, você o respondeu com um singelo:

"Somente se você aceitar o meu número de telefone, e somente se você prometer que vai me mandar pelo menos uma mensagem, de preferência com o seu nome."

Parecia idiotice. Pelo menos, ele se sentiu como um completo idiota quando criou coragem e mandou uma mensagem para seu número; para o alívio do mesmo, você não havia visto o ato deste como uma atitude idiota. Ali mesmo, se iniciou uma conversa completamente fútil, banal aos olhos alheios, mas que parecia preciosa aos seus olhos. Deus sabia que você precisava desesperadamente de um ombro amigo, ainda que totalmente desconhecido, para simplesmente conversar sobre o dia-a-dia, da mesma maneira que ele também deveria saber que Frank precisava de algum tipo de contato humano para aquecer e palpitar o coração que ainda insistia em existir por detrás de seu peito.

Imagines Mix: Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora