capítulo 3

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Pov Charlotte.

Na noite de domingo para segunda eu mal consegui dormir de tanta ansiedade e acabei levantando às duas da manhã e fui correndo para a loja, tinha que preparar as massas dos pães e assá-los para que pudessem sair fresquinhos.

E na noite anterior preparei vários cupcakes, brownies, biscoitos, assei tortas e roscas fresquinhas para vender no dia da inauguração e deixei massas de bolo prontas para serem montadas hoje ao longo da manhã.

Assim que cheguei à confeitaria, fui para cozinha e conectei o celular na pequena caixa de som, bom, nesses momentos a música cai super bem nos afazeres.

E preparei as massas dos pães e logo comecei a assá-los. Tudo estava perfeito, logo todo lugar já estava com aquele cheirinho de doce no ar. É incrível como certos cheiros mexem conosco, tomam conta de tudo e fazem a gente lembrar os momentos bonitos em que vivemos. 

Esse cheiro doce de baunilha no ar me lembram de como papai era feliz, então sempre que sinto esse aroma é inevitável relembrar, permanece bem dentro de mim, bem forte, esparramando alegrias todas às vezes que exala e enche o ar com nossas recordações.

“Perfumes da memória o tempo não destroi e o coração não apaga.”  

Fui à frente da loja e conferir se estava tudo certo e comecei a organizar o'balcão com os doces e roscas, o café era preparado na máquina na hora para atender aos clientes, peguei a lousa e escrevi os doces do dia e deixei perto da porta para a hora de abrir. 

Tudo passou rápido demais quando dei por mim, a garota já tinha chegado com meia hora de antecedência, acho que ela também estava ansiosa.

— Charlotte, não acredito que chegou o grande dia! — exclamou — Toda comunidade já está sabendo e me prometeram que iriam vir aqui conhecer.

A garota de óculos grossos deu uns gritinhos de alegria.

— E aliás, ninguém acredita que eu vou trabalhar aqui e por isso dizem que vão ter que vir aqui ver com seus próprios olhos — disse rindo.

— Nem me fale, estou uma pilha de nervos e se ninguém vier, e se não gostarem de nada? Estou tão nervosa, Yoko! — a minha insegurança veio com tudo e de repente comecei a entrar em pânico.

— Nada disso, pare com isso, vai dar tudo certo, agora vá para a cozinha cuidar das suas coisas e me deixe aqui arrumando tudo, na hora que der o horário para abrir eu te chamo, vai, vai — a garota me empurrou para dentro da cozinha.

Na próxima meia hora seguinte os pães e roscas começaram a sair dos fornos e eu apenas passava as formas para ela do balcão de acesso para ela ir colocando nas prateleiras para exibição.

— Venha patroa é hora de abrir e você deve ter esse privilégio, vai lá abre a porta e coloca a lousa pra fora e comemora, Charlotte, porque você conseguiu! Seu pai deve estar muito orgulhoso de você pode ter certeza —  me abraça.

Emocionada vou até a porta e a abro, a brisa da manhã me cumprimenta e eu faço uma oração silenciosa para me dar sorte.

Sinto uma gratidão imensa ao olhar para trás e enxergar as mudanças que acompanharam as escolhas que firmei comigo mesma.

Sinto que finalmente assumi as rédeas da minha própria vida, e que tudo que passei fez com que caminhasse para esse momento.

— Sim, meu pai está orgulhoso onde quer que ele esteja.

Penso comigo.

— Vamos brindar! — ela me entrega uma taça de champanhe, que não faço ideia de onde ela tirou e pega uma para ela — Ao sucesso da Austin's teas and Coffee!

Berço Dos Lobos - EnglotOnde histórias criam vida. Descubra agora