3. here we are, an atom and a star

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You're part of the dawn where the light comes from the dark
You're a part of the morning and everything matters
And we are an atom and a star
You're a part of the movement and everything matters

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Não sei como conseguimos chegar até meu quarto. Havia uma urgência de ambas as partes que era talvez incompreensível por alguém de fora, mas mesmo pra mim, não era nada racional. De repente me veio o flashback da nossa luta no chão gélido do inverno siberiano e de certa forma estávamos usando daquela mesma violência, apenas canalizada em outro lugar. Barnes parecia com raiva e doido de tesão, simultaneamente, quase me sufocando com seu braço mecânico por vezes. A força brutal com que ele me empurrava contra o colchão provavelmente teria assustado qualquer um no meu lugar, mas eu adorava

Empurrei meus quadris contra os seus e ele gemeu necessitado, atacando meus lábios com mais agressividade, se é que era possível. Despi-lo de sua jaqueta de couro agilmente, acariciando os músculos em sua barriga com minhas palmas. Meu membro estava quase estourando minhas calças e James fez o favor de me livrar delas, não perdendo tempo em começar a me masturbar. Os dedos metálicos passeavam por minha extensão com habilidade, apertando a base o suficiente pra me deixar uma bagunça de gemidos. Fechei os olhos por um segundo, me concentrando na sensação deliciosa, porém ele pressionou meu queixo com a outra mão, puxando meu rosto para voltar a encará-lo. O azul límpido há tempos havia deixado suas írises, agora escuras e nebulosas, perigosas, e quase gozei com a mera visão. 

Terminamos de nos despir e fui pego de surpresa por um braço me manejando sem delicadeza nenhuma, o vibranium frio me pondo de barriga pra baixo no colchão. Antes que pudesse abrir a boca pra reclamar, o hálito quente de Barnes pairou sobre minha nuca e de novo me vi à mercê de suas carícias. Tentei abafar meus sons patéticos enfiando a cara no travesseiro e ele percebeu, chegando com seus lábios até meu queixo e depositando beijos lentos e molhados ali. Suspirei sob o toque, sentindo um milhão de mariposas em meu estômago quando ele me abraçou por trás carinhosamente, num movimento que mais uma vez me pegou desprevenido. E não pelo lado negativo.

— Vai me comer ou vai só ficar me usando de ursinho de pelúcia? — murmurei num ímpeto de pânico e tesão, porque embora a vida houvesse me ensinado, eu ainda tinha terror de intimidade. 

Para meu alívio, Barnes apenas riu contra meu pescoço, me dando um último selinho antes de alcançar o lubrificante na mesinha ao lado da cama. Ele me preparou com cautela e paciência, até demais pro meu gosto, alisando minha lombar a cada novo dedo que me introduzia. Apertei os olhos quando seu membro me invadiu, completamente extasiado pelo contato. James soltou um gemido baixo, quase acanhado, e começou a se movimentar sem mais delongas. 

O rangido da cama seguia nosso ritmo e logo estávamos indo com rapidez, tão forte que parecia que nos tornaríamos um, por clichê que soasse; quase como um acelerador de partículas carnal. Era uma força incontrolável e segura de si, inabalável e indivisível. A fusão de um átomo e uma estrela. Acho que até vi faíscas saindo do braço mecânico que enrolava minha cintura e fiz uma nota mental de que melhoraria sua energia cinética depois, quando tivesse a chance. Quem o designou daquela maneira só podia estar doido de não tê-la ajustado, pra começo de conversa. Isso poderia machucá-lo, quem sabe mesmo prejudicar seu outro...

— Stark, eu vou... — a voz vacilante em meu ouvido me despertou dos devaneios. — Vou gozar.

Olhei por cima do ombro e Barnes escondia o rosto em minhas costas, investindo o quadril com toda sua velocidade. Pingos de suor lambiam seu corpo alvo e bonito e a visão chegava a ser divina. Ele fez menção de tirar o membro antes que gozasse dentro de mim, mas o impedi, segurando sua mão no lugar. Trocamos um olhar cheio de luxúria e o puxei para um beijo profundo e desajeitado, sentindo seus músculos contraírem. O líquido branco me preencheu enfim e Barnes me virou de frente para si subitamente, voltando a me masturbar. Cheguei ao meu próprio limite esguichando em nossos abdomens e minha boca encontrou a sua uma vez mais, agora num contato cheio de carinho. 

Deixei-me envolver por aqueles segundos, abrindo um sorriso involuntário quando seus dedos sintéticos acariciaram meu maxilar durante o beijo. Os primeiros raios de sol daquela manhã já apareciam pelas cortinas entreabertas e soltei um suspiro inconsciente, meus olhos reencontrando os seus no processo. Passei mesmo a madrugada inteira fodendo com meu talvez-ex-nêmesis e não estava nem um pouco arrependido. Voltei a atenção para James e seus fios ralos estavam uma bagunça, me fazendo correr a mão sobre eles na tentativa de pô-los no lugar. Suas feições possuíam um tom avermelhado pelo prazer de agora há pouco e quem sabe ainda por algum acanhamento. Aquela jovialidade que ele carregava não parecia nada com o cara que quase me fundiu com o colchão minutos atrás e o pensamento me divertiu.

— Eu não planejei isso. — Barnes cortou o silêncio e tive vontade de rir do seu tom quase defensivo, mas me contive. Ele roçou nossos lábios num gesto mais terno do que antecipei e adicionou: — Você, Stark, eu já não sei...

— Digamos que um corte de cabelo muda muita coisa, picolezinho. — olhei-o humorado, alisando sua barba por fazer distraidamente. — E aí, já pensou em como vai explicar isso pro Wilson?

— Acho que ele não precisa ficar à par da minha vida sexual, Stark? — me devolveu a pergunta com um sorriso esperto e assenti, lhe dando razão. — Mas não vou negar que quero muito ver a cara dele quando souber. — soltei uma risada e ele me acompanhou, provavelmente também imaginando a cena. 

— E só pra constar, geralmente as pessoas que já me viram pelado costumam me tratar pelo meu nome. — murmurei depois de um tempo, inalando o perfume adocicado em seu pescoço. Barnes me olhou pensativo, ainda com um sorriso singelo. 

— São muitas, então? — arqueei as sobrancelhas, entretido pela leve provocação em sua voz. 

— Não achei que você era do tipo ciumento, Sargento Barnes... — tateei o chão em busca de uma roupa qualquer, pois o frio da madrugada começava a me incomodar. Vesti a camiseta de James, já que clichês nunca eram demais. Voltei rapidamente para a cama e o abracei de lado, enquanto ele me observava em silêncio. Barnes me retribuiu o aperto prontamente, fazendo cafuné em meus cabelos. Gemi em aprovação e continuei, um pouco sonolento: — Mas é sério. Não precisa dessa formalidade. Comigo, não. Pra você eu sou Tony.

— E pra você eu sou Bucky. — trocamos mais um daqueles olhares demorados, intensos, carinhosos e blá-blá-blá. Bucky me lançou um sorriso característico seu, tímido e sincero na mesma medida, e suspirei contente em seus braços.   

— Essa foi a melhor foda que tive em muito tempo, só pra constar de novo... — disse no meio de um bocejo e me inclinei para checar as horas no celular, infelizmente não podendo apreciar a vermelhidão já costumeira nas bochechas de James aumentando. O sorriso leve em meu rosto se desfez, contudo, conforme fui lendo a notificação de uma chamada perdida, de alguém que há anos não ouvia falar.

Steve Rogers.

n/a:

nota sobre o comentário da energia cinética: eu n sei nada sobre física então dsclp se falei merda, tentei pesquisar mas n achei nada a respeito então é isso aí kkkkk

WOUND | 𝖜𝖎𝖓𝖙𝖊𝖗𝖎𝖗𝖔𝖓Onde histórias criam vida. Descubra agora