Lutas internas

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Sangue nas paredes, restos de madeiras queimadas espalhadas por todo chão. E o mais medonho, dois cadáveres no chão.

Quando esses dois corpos ainda eram vivos e me esconderam aqui, para que eu não tivesse o mesmo destino que eles.

Um homem entrou em nossa vila do nada e começou a dizer um monte de baboseiras. Disse que iria matar meu pai, e então minha mãe me escondeu aqui antes que ele chegasse.

Estou agora dentro de um armário, e consigo ver tudo oque está acontecendo lá, por uma pequena brecha dentre as portas.

Vejo o homem entrando em minha casa e falando mais e mais besterias, mais e mais coisas inúteis e insistindo que iria matar meu pai.

--Otto Hinasaki, você está preso por traição e foi condenado a execução aqui e agora. - o homem corpolento e loiro indaga, com muita raiva.

Meu pai não responde já minha mãe....

--Espere! Ele não fez nada, me mate ao invés dele! -Ela diz enquanto fica a frente do meu pai, que estava sentando no chão.

--Não se precupe Katrina, irei matar os dois.

Ele diz enquanto invoca um projeto de metal com formato de lâmina, ameaçando meus pais.

Meus pais se abraçam e apenas olham em minha direção, pela brecha, chorando. Até um enorme pedaço de metal passar dentre o coração de minha mãe, trazendo o coração para fora do corpo.

Meu pai só observa o corpo de sua amada ser devastado, mas não dura muito. Pequenas fagulhas de metal atravessam todos seu corpo, deixando seu corpo todo machucado.

Tenho vontade de gritar, vomitar e chorar tudo ao mesmo tempo, mas não consigo expressar nenhum dos três. Mas por precaução coloco a mão na boca.

Olho para cara do homem e vejo o arrependimento em sua cara, ele gostava muito de um dos dois alí.

--Procurem eles, eles não podem ter ido muito longe! - ele da ordens a alguns homens do lado de fora de nossa casa.

Um menino loiro, parece ser da minha idade, entra em minha casa e encara os corpos.

--Caso não acharmos eles, você terá que matar-los, filho. - o homem diz.

O garoto só afirma com a cabeça.

O homem chuta meu pai novamente e então sai da minha casa, deixando os corpos e o menino aqui.

--Desculpem - o garoto diz, e depois sai.

Espero alguns minutos para ter certeza que ninguém irá voltar.

Caminho em direção ao corpo da mulher, ao corpo da minha mãe, e então abraço o corpo, chorando e implorando para tê-la brigando comigo novamente.

Na verdade, o segundo corpo consegue se mexer, então vem rastejando devagar em minha direção enquanto tenta abrir a boca para falar algo.

--Kyara.... -o homem diz.

O encaro por alguns segundos e então o abraço, de joelhos.

--Por favor.... Fuja e seja feliz.... Antes que eles.... -ele é interrompido por uma rajada de sangue que sai de sua boca, respingando em mim.

--Papai.... -Digo enquanto desabo no choro novamente.

E então papai deixa de se mexer e cai com a cabeça em meus joelhos.

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