Guarda-chuva

671 50 1
                                    

Eu e Marinette sempre fomos melhores amigos desde que éramos crianças. Até que aos meus 11 anos, minha família decidiu que teríamos que ir embora por motivos familiares. A gente continuou mantendo contato e ela sempre me falava sobre seus amores temporários e como aqueles romances nunca davam certo.
Torcia para que um dia a minha melhor amiga conseguisse alguém que a amasse e a cuidasse do jeito que ela merecesse. Mas, acontece que quando essa oportunidade chegou para Marinette, ela não era apaixonada por aquela pessoa.
Marinette sempre perdendo oportunidades, mas eu até entendo, você não pode forcar uma relação com alguém que não é apaixonado de verdade.

O problema tá ai.

Marinette ao invés de deixar essa pessoa para trás e seguir com o seu amor principal, que é Adrien.
Ela decidiu continuar usando essa pessoa simplesmente para causar ciúmes ou como apoio emocional quando está triste. Na minha percepção, se ela gosta de alguém, deveria focar apenas nessa pessoa e não iludir outra fazendo-a pensar que, talvez, algum dia terá chances novamente. Luka sempre comenta que se um dia Marinette tiver seu coração partido, ela sabe que pode contar com ele para ser seu apoio novamente.

Luka se apoia muito em Marinette, mesmo sabendo que ela não sente nada por ele. Marinette sempre foi assim, deixando que uma pessoa se apaixone por ela e, por não querer magoá-la, apenas aceita a pessoa em sua vida. Porém, quando ela se apaixona de verdade por outra pessoa, acaba deixando essa pessoa de lado. É cansativo ver como Marinette brinca com os sentimentos alheios, mesmo que às vezes sem querer. Ela precisa entender que os sentimentos de alguém não são brincadeiras ou meios de tirar proveito.

...

Conheci Luka quando voltei para Páris, depois de 6 anos morando em outro país. Quando voltei para França, a primeira pessoa que eu conheci por acaso foi Luka.

Já era de noite e eu estava indo embora da casa minha avó por parte de pai que morava em Páris. No caminho da minha casa, eu nem tinha imaginado que iria começar a chover. Eu não tinha um guarda-chuva, apenas o meu capuz do moletom estava ali para me salvar daquela forte chuva que estava começando.
Eu apenas segui meu caminho em passos rápidos, mas o trânsito na cidade atrapalhou tudo. E quanto mais eu parava na espera da ultrapassagem dos carros, mais molhado eu ficava.

Até que, quando parei em uma das esquinas da rua e esperei o semáforo fechar, em cima de mim apareceu um guarda-chuva preto, que cobria minha cabeça da chuva gelada que estava me deixando ensopado. Então uma voz doce e suave soltou algumas palavras ao meu lado.

"Você vai pegar um resfriado desse jeito"

Virei minha cabeça para o lado e me encontrei com os olhos daquela pessoa.
Era um garoto de olhos azuis e cabelos com pontas coloridas na cor azul também.
Não pude evitar de pensar o quão bonito era aquela pessoa, além disso, estava sendo gentil com um desconhecido na rua.
Senti meu rosto esquentar um pouco, ainda olhando fixamente nos olhos daquela pessoa. Então ele decidiu falar novamente.

"Se você não se importar, posso te levar até a sua casa" - Ao terminar de falar, ele apenas soltou um pequeno sorriso meigo para o garoto que ele tinha "salvado" da chuva.

Ele realmente estava se oferecendo para levar um estranho para casa?

"Por que?" - No fim das dúvidas, é bom perguntar.

"Sei que é esquisito um estranho se oferecer para levar outro estranho para casa, mas não custa nada ajudar. Você tem cara de que ainda é um adolescente" - Ele parecia convicto de que eu fosse um adolescente.

"E se eu não for?"

Por que caralhos eu não calo a minha boca e aceito logo o ato de generosidade desse cara?

"Não parece" - Ele ainda continuava convicto.

"Faria isso por um estranho?"

E eu não parava de questionar, parecia que estávamos a horas embaixo daquele guarda-chuva e parados na esquina da rua esperando os carros, mas na verdade, não se passarem nem 30 segundos.

"Claro, não custa nada ajudar de vez em quando, mas se você não quiser, tudo bem. Só acho que a chuva vai piorar e seria ruim para você ficar embaixo dela ainda né?"

"...Tudo bem então"

Quando eu aceitei, mostrei para ele onde fica mais ou menos a minha casa, disse que ele poderia me deixar numa casa próximo que eu continuava meu caminho. Não queria dar meu endereço exato para ele, mas agradeci a ele pela gentileza.
Durante o caminho, nós dois, estranhos, andamos em completo silêncio, mas, por incrível que pareça, era um silêncio confortável.

Quando cheguei perto de uma casa próxima a minha casa, eu disse que poderia me deixar aqui e agradeci novamente a ele pela ajuda.

"Obrigado... ah, desculpe-me, eu não sei o seu nome"

"Meu nome é Luka. Foi um prazer ajudá-lo, espero que possamos nos encontrar novamente algum dia" – Disse ele enquanto soltava um sorriso gentil e abaixava levemente a cabeça em agradecimento.

"É um prazer Luka, até alguma próxima vez"

Me virei e logo sai de baixo do guarda-chuva do mesmo com meu capuz na cabeça para me proteger até chegar em casa. Me virei e fui andando em passos rápidos até a porta da minha casa.
Decidi virar para trás um pouco para ver se ele estava indo embora. E sim. Ele estava.
Não pude evitar novamente de pensar que ele era uma pessoa muito bonita, tinha uma voz calma e suave, além disso, ele era gentil.
Ao chegar na porta de casa, eu entrei, tirei meus sapatos e fui direto tomar um banho. Para me livrar logo daquelas roupas molhadas.

Já no meu quarto, percebi que Luka nem se deu conta de perguntar o meu nome. Não sei se foi porquê ele esqueceu ou porquê não interessava, mas tudo bem. Na próxima vez eu falarei meu nome para ele.

não revisado

Em quem você pensa enquanto me beija - Luka Couffaine X Leitor!MascOnde histórias criam vida. Descubra agora