Favorite Crime

Capítulo 12

Teresa
Desde o dia da festinha/resenha na casa de Lucinda eu não vi mais o Matteo nem a Marcela e muito menos o Anton. Estou mais reclusa e também mais pensativa... tentando entender o que sinto o que eu desejo pra mim.
É difícil decifrar o que o outro sente por nós mas não podemos também nos confundir e permitir que tudo vire uma enorme bola de neve.
Termino de pintar minha tela que já estava a um tempo trabalhando nela e ficou tão linda tão suave, é um dom que puxei do meu pai um lado mais artístico.
Quando estou saturada de algo ou em um momento delicado da minha vida eu gosto de pintar para me aliviar.
Não quero pensar que o Matteo gosta de outra,que ele gosta da ex dele e que eu só fui mais uma assim como a própria marcela e admito que estou admirada pois ela já é uma jovem adulta e agir como uma adolescente imatura não está ajudando muito no caso dela!
A primeira vez que a conheci não imaginei que ela fosse dessa forma.
Estou dizendo isso por que Lucinda me contou muitas coisas que Marcela fez na resenha na casa dela.
Ela ficou com Matteo mas também deu em cima de Anton,dos amigos dele e de algumas meninas falando coisas totalmente sem noção.
Totalmente sem personalidade e não respeitando ninguém.Acho que não tenho coragem de admitir em voz alta o suficiente que amo Matteo e que ver ele com qualquer outra menina ou mulher me machuca mais do que deveria.
Ver ele flertando com outras mulheres tocando nelas como me toca isso me quebra inteira.
Gostaria tanto que ele me enxergasse como alguém com potencial para estar ao seu lado e não como uma foda apenas.
Sempre que me deito em minha cama me lembro da minha primeira vez com ele e de como eu gostei.
Por que dificultamos tanto a vida?
Era tão simples pra mim não gostar dele, não me importar com nada em relação a ele,não me sentir ansiosa quando ouço seu nome.
Sempre que vejo ele olho dentro de seus olhos eu sinto me mundo inteiro se desabar sinto as borboletas em meu estômago e por mais que eu tente não sentir não adianta.
Seu sorriso seus trejeitos e sua risada me prendem.
Saio de meus pensamentos com alguém me ligando.
-alô ?-coloco a ligação no viva voz enquanto vou ao banheiro do corredor lavar minhas mãos sujas de tinta.
-está ocupada agora?-Anton?
-por que está me ligando do nada ás 4:00 da tarde?
-eu queria ouvir sua voz
-ah jura?-sorrio mesmo que ele não possa ver
-sim juro e se puder abrir a porta ficaria agradecido estou com sacolas pesadas.-faço uma careta de surpresa.
-está na minha porta? Agora ?
Desço as escadas correndo abrindo a porta e ajudo ele com as sacolas do mercado e realmente estão bem pesadas.
-o que faz aqui e com todas essas compras?
-oi pra você também Teresa.-ele diz de forma irônica enquanto lava suas mãos na pia da cozinha.
-sua mãe me pediu para fazer compras e cuidar de você então juntei o últil ao agradável e resolvi além de fazer as compras cozinhar um jantar para você.
Sorrio por achar fofa sua atitude e até mesmo um pouco romântica cozinhar pra mim ninguém nunca tinha feito isso além da minha mãe e meu pai.
-obrigada anton tenho certeza que o jantar vai ficar uma delícia.-dou um abraço apertado nele que me retribui.
-está pintando?-aceno positivamente olhando como estou toda suja.
-já terminou tudo ou ainda tem mais coisas ?
-já terminei só volto a pintar no final de semana.
Subo e tomo um banho rápido me vestindo de forma confortável com meu pijama de fadas.
Desço as escadas já sentindo o maravilhoso cheiro do prato que eu mais amo na vida Paella!!!
-hummm eu amo Paella acertou em cheio Anton.-ele sorri finalizando o prato com azeite e açafrão.
-espero mesmo que goste.
-eu amo é o meu prato preferido da vida !-ele sorri da minha animação.
Enquanto ele da os retoques finais eu arrumo a mesa para jantarmos e por fim as taças de vinho mais como ainda é meio de semana optamos por tomar coca-cola com bastante gelo e limão.
Nos sentamos para comer e simplesmente está perfeita a comida eu não sabia que Anton  sabia cozinhar tão bem assim.
-meu Deus Anton que comida gostosa com quem aprendeu?
-eu tenho meus dotes culinários .-diz sorrindo todo convencido.
-já pode se casar sabe cozinhar então tá meio caminho andado .-digo sorrindo.
-se você aceitar então podemos nos casar.-encaro seu semblante que agora está mais sério.
-como?!
-isso mesmo que ouviu.
-mas...
-Teresa basta você me dar uma chance que eu te mostro que sou o homem certo para você.-eu não tinha mesmo o que responder para ele nesse exato momento.
-Anton eu...
-é o Matteo ?
- sim mas eu não quero falar sobre isso agora e não quero também estragar o jantar falando dele.
Ele apenas concorda e voltamos a comer e falar sobre outros assuntos como estudos,manias estranhas e até mesmo economia.
Após terminar o jantar limpamos tudo e resolvemos assistir uma série de terror que eu amo.
-já vai começar vem logo com a pipoca.ele veio correndo com a pipoca e a coca-cola.
Coloco meus pés em cima da mesa de centro enquanto como minha deliciosa pipoca.
-vai dormir aqui hoje?-pergunto pra Anton sem desviar meu olhar da TV.
-você quer?
-bom já são 23:45 da noite está tarde se quiser pode ficar no quarto de hóspedes ao lado do meu.
-ok pode ser .
Voltamos a assistir a série que é sobrenatural eu amo essa série sério! Eu amo mesmo.
Meu celular toca mas ignoro odeio que me liguem ainda mais quando estou assistindo algo.
-seu celular não para de tocar por que não atende de uma vez?-Anton já impaciente pergunta me encarando.
-quer atender pra mim? Por que eu não tô afim de atender.
Ele se estica pegando meu celular na mesinha de centro e atende a chamada.
-alô quem fala?-continuo a assistir a série.
-ela está ocupada no momento pode ligar amanhã?
-olha cara eu já disse que ela está ocupada e não vai atender!
Dessa vez ele diz um pouco mais alto chamando minha atenção.
-o que foi? -pergunto baixo pra pessoa da chamada não ouvir minha voz.
-o que?? Não tem interessa seu idiota!
Começo a ficar preocupada com o rumo da conversa.
Decido pegar o celular de sua mão e atender de uma vez quem quer que seja na linha telefônica.
-alô quem é e o que quer?-pergunto sem paciência nenhuma.
-oi sou eu o Matteo.-meu coração dispara chega a errar as batidas há semanas não escutava sua voz.
Fiquei muda e ele tendo percebido continuou falando:
-então ele agora frequenta sua casa?
-vocês estão ficando Teresa?
-eu não te devo satisfações Matteo!-digo impaciente.
-você não é nada meu pra me cobrar esse tipo de coisa então vai se fuder.
Ele fica em silêncio na linha.
-onde estão suas amiguinhas?
-ou melhor onde está a Marcela?-ouço ele bufar do outro lado da linha e reviro meus olhos.
-eu...-ele parece estar sem coragem para dizer algo.
-diga logo ou eu vou desligar.
-eu estou indo embora Teresa.-suas palavras foram como um soco em meu estômago.
-c-como?-sinto meus olhos arderem e lágrimas descerem pelo meu rosto.
-Matteo pra onde você vai?
-eu preciso ir mas antes precisa ouvir sua voz uma última vez antes de tudo acabar entre nós de vez.
-por favor não vai.-digo já não escondendo minha tristeza e Anton desliga a TV ligando as luzes da sala enquanto prestava atenção na conversa.
-se eu pudesse ver seu rosto mais uma vez...
-por favor não vai não.-digo chorando e soluçando.-eu quero você é nada se aproxima do amor que sinto por você Matteo.
Pela primeira vez na minha vida ouço Matteo chorar do outro lado da linda telefônica seu choro é de dor alguém que está fazendo contra sua vontade.
-eu queria poder sentir sua pele.
Ele diz ainda chorando.
-eu quero você mas não dá Teresa. Por mais que me doa dizer isso mas,você estará mais segura e feliz ao lado do Anton mesmo ele também sendo um babaca.
-por favor não vai fica comigo aqui por favor...-eu choro copiosamente em desespero.
Já era tarde da noite com toda certeza meus vizinhos iriam escutar tudo que se passava na minha casa se eu não parasse de gritar.
Mas a dor era tão grande em meu peito que eu não podia evitar não gritar e pedir por favor que Matteo não fosse embora.
Sabe aquele dor no peito ? De uma perda física mas que dói como a dor de perder um ente querido.
Eu poderia esperar ele por 5,10 ou até mesmo 20 anos esperaria só para ter o calor do seu toque em meu corpo.
Se eu pelo menos pudesse ter aproveitado da última vez que vi ele na casa de Lucinda teria o abraçado forte e diria que o amava como nunca amei homem nenhum na minha vida toda.
-olha eu te amo muito Teresa e...-e eu preciso mesmo desligar agora mas nunca jamais se esqueça de que eu te amo mais que tudo nesse mundo minha garota.
Ele termina a chamada e desliga sinto meu nariz ficar dormente de tanto chorar.
Por que fez isso comigo? Por que vai embora?
-o que aconteceu Teresa ?-anton se ajoelha a minha frente confuso com o olhar de pena.
Abaixo minha cabeça ainda chorando e soluçando alto.
-e-e-ele vai embora
-o amor da minha vida vai embora Anton.-levanto minha cabeça olhando para o lado não querendo encarar seu rosto e ver seu olhar de pena por mim.
-calma vai ficar tudo bem.-ele tenta me acalmar mas é em vão o estrago já está feito a dor já está instalada em meu peito.
De muitas coisas eu me arrependo em minha vida mas ter conhecido o Matteo foi intenso foi algo totalmente fora do comum.
E agora?
O que eu faço com toda essa dor que estou sentindo l.
Sem pensar muito me levanto e subo as escadas correndo entro em meu quarto trancando a porta atrás de mim.
Anton sobe em seguida e pede que eu abra a porta mas o ignoro enquanto visto um conjunto de moletom azul escuro é uma rouca branca por já estar tarde e frio lá fora,abro a porta ignorando ele completamente e desço novamente as escadas destrancando a porta de entrada dando a volta para entrar na garagem. Pego minha bicicleta ainda ignorando Anton e sigo até a loja de conveniência dos meninos só eles poderão me ajudar agora.
Corro o tanto que consigo sem olhar para os lados sem respeitar direito apenas sigo até o meu destino faltando apenas duas quadras para chegar vejo uma luz forte em minha direção e sou acertada em cheio por um carro que me joga longe.
Sinto meu corpo todo dolorido e gosto de sangue na boa eu fui atropelada,tento me levantar mas é em vão pois não sinto minhas pernas. O motorista assustado sai do carro e vem em minha direção para oferecer ajuda e me socorrer.
-meu Deus menina olha pra você está toda machucada e com as pernas quebradas.
-me desculpa eu só preciso encontrar ele.
-não diga nada eu vou ligar pra emergência.
-por favor está doendo.-choro cada vez mais e agora também pela dor física.
Alguns moradores da rua se preocupam se aproximando e ligam tandem para a polícia enquanto o homem que me atropelou aguarda a ambulância chegar ao meu lado segurando minha mãe esquerda tentando me tranquilizar.
-por favor eu preciso ver ele...-digo perdendo os sentidos fechando meus olhos já não escutando com clareza o que o homem me dizia.
Apenas pensava que eu não veria nunca mais o garoto pelo qual eu me apaixonei.