Marjorie

Capítulo 1

    Lápis , borracha, carvão, aquarela, tintas e pincéis estão espalhados sobre minha escrivaninha. Minha gata Lua dorme sosegada em minha cama. Ouço o barulho das ondas e apesar do apartamento estar a metros acima do oceano meu corpo estremeçe ao lembrar da água consumindo cada parte do meu corpo.

__Alana? Pode levar sua irmã na casa da Casy?Minha mãe pergunta observando os objetos espalhados sobre a escrivaninha .Assinto com a cabeça enquanto ela se retira.

 Quando entro na sala Estella estava impaciente sentada de braços cruzados balançando uma das pernas. Quando me ve pula do sofá imediatamente . Para minha sorte consigo apoiar uma das mãos na parede quando a mesma pula no meu pescoço para me abraçar.Quase nos levando ao chão.

  Saimos de casa e seguimos em linha reta até a ponte ,que se parece com um enorme cilíndro deitado, trasparente com a parte de baixo reta que conecta os prédios. Dessa forma as pessoas podem transitar sem presisar de barcos.Mas passar por essas pontes  são a pior parte do meu dia. Se estivesse sozinha colocaria meus fone e correria mas minha irmã esta comigo agora.Mesmo assim tenho medo de saber que o oceano esta abaixo de mim e que pode me consumir a qualquer momento. 

__Alana? -Minha irmã chama minha atenção.-Se não quiser ir esta tudo bem, sei o caminho posso ir sozinha.Posso chegar la em segurança.

__Não -Respiro fundo . -Esta tudo bem.

  Dou um breve sorriso para minha irmã enquanto atravesso . Olho para frente tentando manter o foco em minha respiração, minha mãos começam a tremer e fico inquieta estalando os dedos. Mas por sorte minha irmã pega minha mão e começa a cantarolar, deixo me levar pela melodia que me acalma. E quando percebo ja estamos dentro do outro prédio.

   O mercado central tinha janelas colossais de vista para o mar, e era repleto de barraquinhas e lojas. E um lugar bem iluminado,  organizado e grande . Viro a esquerda e subo as escadas indo para a aréa dos apartamentos. Deixo minha irmã do lado de fora do apartamento de Casy. Quando olho por cima do ombro vejo Estella acenando para mim antes de entrar .

    Nem todos as pontes que conectam os prédios são trasparentes alguns são de madeira, mas devido as chuvas  estam apodrecer lentamente e logo seram trocados por cilíndro trasparentes. Por isso todos estam proibidos de transitarem por elas.

   Coloco meus fones de ouvido mas antes que possa dar o play na música e me perder em sua melodia sou jogada direto para o chão. Frutas espalhadas, meu telefone com a tela quebrada e um garoto de capuz e calça preta deitado em cima de um carinho de frutas.  Quando o mesmo escuta um apito se levanta rapidamente , vejo dois seguranças do laboratório correndo atrás dele.

   Quando o garoto sai percebo que deixou cair seu colar. Pego o mesmo e saio atras do mesmo, mas logo o perco de vista assim como os seguranças no meio da multidão. Observo o colar e percebo quanto  e diferente e bonito.Era simplismente a lua so que bem menor, estava na sua fasse cheia, avia um pequeno gancho prata encaixado aonde o cordão passava. Olho para os lados uma última vez tentando achar o garoto mas nem um sinal do mesmo. Decido então voltar para casa.

                                  ●            ●          ●

    Apoio meus braços no batente da janela e observo a lua cheia se levantar no horizonte. Em noites como esta pode se ouvir o som das baleias cantando e dos golfinhos brincando nas profundezas do mar. O brisa do oceano passa pela minha janela me fazendo arrepiar, mas não tem o que temer. Estou em casa. Estou seca. Estou segura. Minha gata se aninha no meu colo ronronando, faço carinho em seu pelo acizentado enquanto seus olhos azuis me observam atentamente. Minha gata se chama Lua pelo motivo de parecer com aquela que brilha no alto do céu todas as noites, que faz parte do oceano mas e uma parte que não pode me machucar que, me protege todas as noites quando tenho pessadelo.

   Ja passa da meia-noite quando escuto alguém bater na porta de casa,não me levanto fico em minha cama fingindo não ouvir. Dessa vez e a campanhia que toca, sem responda a campanhia toca duas, três, quatro vezes. Quem quer que esteja na porta ja deveria ter ido embora afinal ja esta muito tarde, mas minha curiosidade se espande pelo meu corpo. Presiso saber quem esta la.

   Caminho silênciosamente sem fazer barulho ate a porta da sala, respiro fundo olhando para os lados tendo certeza de que meus pais estam dormindo.Tento ver quem e pelo olho mágico mas so à escuridão do lado de fora.Fazendo minha curiosidade se atiça ainda mais.Destranco a porta e giro a maçaneta rapidamente , meus olhos quase saltam para foram e me pergunto sem parar. Como ele me achou? 

__Cade meu colar? -Pergunta o garoto que estava caido hoje mais cedo no mercado central. O observo atentamente tentando guardar os traços do seu rosto.

__Como me achou?

__Perguntei primeiro.Cade meu colar?-Sem resposta pergunta novamente.

__Como tem tanta certeza de que o peguei ?

__Não tinha. -Ele se aproxima de mim fazendo me arrepiar.Agora tenho certeza de que esta com ele.-Ele diz com um sorriso malícioso. Quem esse garoto pensa que e ?

    Antes que pudesse responder seus olhos se arregalaram asustados engolindo seco virando-se e indo embora.

__Ei! Você não me disse como me achou ?

 Ele apenas me ignora e continua andando ate virar a esquina e desaparecer,mas não iria deixar isso acontecer. Antes que pudese ir atrás dele a luz da sala se assende  minha respiração fica desregulada e tento pensar em uma boa explicação de estar ali.

__Aonde você estava indo Alana?-Viro me lentamente para minha sorte e Jean não minha mãe, então respiro alivíada. A luz do corredor estava acessa. Ele viu Jean chegar.

__Não estava achando a Lua então vim ver se tinha saido pelo corredor-Fasso o possível para minha voz não vacilar.

__E aquela Lua ? -Ele aponta para minha gata que esta sentada em frente a porta do meu guarto.

__E sim. Dou um sorriso amarelo e viro para trancar a porta atrás de mim.

__Ja que esta tudo certo vou voltar a dormir. E você senhorita Lua nada de fugir do apartamento-escuto seus passos indo embora e respiro alivíada, não sei se ele acreditou mas espero que sim.Vou até minha gata e a pego no colo. 

__Poxa Lua! Você poderia ter ficado no guarto so por alguns minutos !-Minha gata mia e se aconchega nos meus braços fechando seus azuis olhos. -Impossível ficar brava com você-Susurro enquanto coloco ela na cama.

     Deixo que a luz da Lua ilumine meu quarto. Deixo que leve minhas preocupações. Deixo que leve meus pesadelos para longe, para o abismo do oceano."Estou em casa. Estou seca. Estou segura.O mar não pode me machucar aqui".Digo isso para mim todas as noites, mas ainda não consigo deixar de amar o oceano. Deixar de amar o lugar que um dia considerei como lar.