Prólogo

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  Sentia meu corpo pessado,minha cabeça latejava sem parar enquanto uma dor terrível no lado esquerdo começava , minha respiração estava lenta. Ouvia um barulho estranhamente familiar mas não o reconhecia. Quando tive a oportunidade abri meu olhos, mesmo com a vista embaçada pude reconhecer o que estava a minha frente. Água....

   Avia água por todos os lados do apartamento.Me senti completamente confusa o que eu estava fazendo ali ?O que avia acontecido?Porque estava de baixo de pilhas de livros ? Não conseguia me lembrar de nada talvez avia batido a cabeça com muita força em algum lugar do apartamento. Olho para as janelas de vidro e vejo a água entrar pelas frestas, me sinto mais confusa e ao mesmo tempo surpresa pela vista, metadade da cidade estava submersa. Carros, bicicletas, motos pertences de lojas estavam flutuando na água. Não parecia ter sido um tsuname ,pois a água subia lentamente, como se estive enchendo uma banheira. So que o problema era que a banheira era a cidade. O oceano iria tomar conta do prédio aonde eu estava cedo ou tarde por isso precsisava sair enquanto ainda tinha tempo.

   Quando recuperei forças o suficente para me levantar a primeira coisa que fiz foi tentar  abrir a porta e as janelas, mas ambas estavam emperradas pela água .Procurei pelo apartamento qualquer coisa que pudesse me ajudar a quebrar o vidro, que me tirasse daquela situação. Mas quando me dei conta a água que escorriam pelas frestas da janela ja tinha inundado o local.

    Água...Era a única coisa em que eu conseguia pensar, ver , olhar, sentir e ouvir. Meu coração começou a acelerar quase como se fosse explodir no meu peito, minha respiração completamente desregulada. Tentei ficar mais próxima do teto para conseguir respirar o pouco ár que me restava. Dividia meu olhar entre a janela e a porta, ainda tinha esperanças de que alguém iria aparecer e me resgatar desse pessadelo ou talvez eu apenas estivesse tentando enganar a minha mente para não ficar tão desesperada com o fato de que iria morreria afogada.

     Antes que a água pudesse atingir o teto respirei fundo prendendo a respiração. Olhei para a janela uma última vez, sintindo meu corpo todo estremecer enquanto o frio percorre minha espinha, minhas pernas quase pararam de funcinar, esfreguei meus olhos na intensão de ver se aquilo era realmente real ou se estava começando a alucinar por falta do oxigênio. Fui tomada pelo medo quando percebi que não estava sozinha. Entre os prédios do lado de fora avistei algo ou alguém me observando atentamente ou talvez com curiosidade,algumas partes de sua pele pareciam estar brilhando ou talvez seja so a luz do sol. Minha vista estava muito embaçada para descrever perfeitamente o que era. Não sei o que me assutava mais, a ideia de morrar afogada ou o fato de ter algo me observando esperando o momento certo para atacar.A sombra nadou lentamente ate o vidro e o tocou com uma de suas mãos .

    Mas antes que pudesse saber o que era a criatura senti meus olhos pessarem, minhas pernas e braços pararem lentamente, aquele pesso retornou ao meu corpo o ar que guardava em meus pulmões saia devagar ate estourar no teto ja repleto de água, meu olhos se fecharam por completo. Ninguém iria me salvar...Foi a última coisa que me lembro depois de ter sido afogada...Afogada pelo lugar aonde eu me sentia em casa. Oceano era meu lar, meu porto seguro, o lugar aonde poderia retornar para recarregar as energias...O mar não me queria e decidiu me afogar ao me manter viva...Daquele dia em diante o oceano se tornou meu pior pessadelo.

          ●                    ●                      ●

     Acordo me sentando rapídamente e com a respiração a mil, levo a mão ao meu coração que batia freneticamente, estava suando frio olho ao redor em busca de água , em busco do oceano. Toco as paredes, minhas roupas, meu cabelo com a intenção de ver se esta tudo seco. Encosto na parede e respiro fundo alivíada esta tudo sobre controle quando percebo que estou seca, estou em casa, estou segura. Estou longe da tempestade, mas não longe do oceano. Sinto um frio na barriga ao escutar as pequenas ondas batendo nos prédios e as baleias cantando para a lua cheia.

_Está tudo bem-digo a mim mesma me deitando e respirando fundo. Foi apenas um pessadelo.O mesmo pessadelo de todas as noites.

     Levo meu olhar a lua que estava iluminando meu quarto, deixo que ela leve minhas preocupações e me acalme, respiro fundo e fecho meus olhos deixando a luz da lua me conduzir ao um sono profundo. O oceano um dia foi meu lar, mas me aventurei demais em suas águas profundas e descobri coisas das quais não deveria. Fazem quatro anos que o oceano não voltou ao seu devido lugar, quatro anos que me sinto deslocada por não poder mais confiar na maré, quatro anos que espero o dia em que terei coragem o suficiente para me sentir em casa no oceano.

MarjorieOnde histórias criam vida. Descubra agora