"Quando eu era pequena, meus pais foram mortos com esse veneno. Alguns poderosos tiraram tudo de mim. Família e posses. No entanto, uma mulher que entendia de raízes e poções me salvou. Eu também fui envenenada. Então a partir disso, aprendi a manipular o líquido e também me livrar dos efeitos dele. E a partir daí, comecei a me vingar das pessoas que fizeram mal a mim e a minha família. E consegui recuperar meu patrimônio. Foi quando eu conheci meu falecido marido. Quando o conheci, prometi nunca mais matar ninguém. Com ele eu tinha tudo. Amor, carinho e prosperidade. Mas novamente os poderosos e inalcançáveis tiraram algo de mim. E também tiraram o filho que eu gerava. Esse filho seria a conclusão do nosso amor, mas também tiraram isso de mim. Entrei em um luto e prometi pela alma dos dois que usaria preto por toda minha vida. Um luto eterno. E a partir disso, decidi eliminar qualquer pessoa que entrasse em meu caminho. Mataria qualquer pessoa que fosse um obstáculo. O perfumista dono da Boutique que eu pego o líquido é parente da mulher que me ensinou sobre como usar o produto. Eu pegava sempre com ele, pra dificultar associarem o líquido comigo.
Mas sobre a garota morta. Eu nada sei. Não tenho nada a ver com ela e muito menos motivo pra fazer algo de ruim com ela." Victoria finaliza, prometendo que não irá fazer mal algum a Gabriel.
O rapaz a observa. Ele acredita, ela não matou Amélia. Não era o estilo dela. Não tinha motivos para matar uma criança. Mas ele sabe que ela não vai parar. Ela vai matar e matar por vingança. Sem querer saber se a vítima tem família ou não, se tem uma filha. Então o jardineiro se levanta, abre alguns frascos do veneno e joga por cima de Victoria. Que grita e chora de dor e desespero. Desta vez não há flor que possa agir como antídoto. Gabriel corre até o pobre homem que estava amarrado, no entanto também já estava sem vida.༺۵༻━━━━━━━━━༺۵༻━━━━━━━
Gabriel deixa a mansão. Ele sabe que os criados ficarão gratos por sua atitude. Eles com certeza queriam se livrar da autoridade e abusos de Victória Blackwood, mas eram fracos de mais para se livrarem dela.
O jardineiro chega na cidade. Vai até a casa do seu ex patrão e dorme por lá mesmo.
Mas pela manhã há um burburinho. Ainda nada sobre a morte de Victoria Blackwood, o que o acalma. Mas sim sobre a morte do filho do Perfumista, Willian Smith, que foi morto e encontrado enrolado em lençóis pretos no mosteiro assim como a menina Amélia.
Mas o acusado da morte da menina estava morto, o pai dela. Assim como Victória Blackwood. Então quem era o assassino dessa vez?
Ele corre na casa da única pessoa que pode estar buscando respostas pela morte do filho. O Perfumista Harrison Smith.
Ao chegar na loja, ele vê que ela está fechada. E não é pra menos. Gabriel ficou pensando nas vezes que quis entrar no lugar. Mas ele sabia que era impossível. Só pessoas da Elite entravam ali. E agora ela estava fechada, talvez ele nunca tivesse a oportunidade mesmo.
Ele da a volta na loja e chega até a casa do perfumista. Ele o chama e ninguém responde. O rapaz então resolve pular o muro e vê pela janela que o homem lá dentro está arrumando as malas. "Por que diabos ele vai viajar sabendo que o filho acabou de morrer?". Gabriel pensa nisso. É muito estranho, então ele entra pela porta dos fundos e indaga o homem que se assusta e o homem responde friamente: "Eu já disse pra você parar de se meter em assuntos que não lhe interessam."
Há alguma coisa de errada nessa história. Algo não se encaixa. E então Gabriel pressiona o homem perguntando: "Foi você, não é? Você assassinou seu filho." O homem gargalha e responde: "Jardineiro! Ponha-se no seu lugar! Mas pra matar sua curiosidade... Sim eu o matei. Não posso viver com a vergonha de ter um filho homossexual. É errado, criminoso e vergonhoso que chega a doer." Uma lágrima sai dos olhos do homem. "isso não é certo, ele estava acabando com a reputação de nossa família. Fere as leis de Deus, eu não consigo conviver com isso. E quer saber mais? Eu matei a menina. O pai dela precisava pagar. E sofrer! Corrompeu meu filho e o transformou em uma aberração. Sinto náusea ao lembrar da cena dos dois juntos. Então decidi: Iria causar um sentimento de dor e tristeza em George Thompison. Da mesma forma que ele e meu filho me deixaram. Então envenenei a menina, pra ver o pai dela transtornado. O plano deu certo, e o amante de meu filho enlouqueceu e se matou, usando meu próprio veneno." Ele gargalha, limpa os olhos e continua. "Mandei meu filho pra Londres, pra se livrar dessa doença. Mas ele não parou, continuou me envergonhando..." O homem não termina a frase, mas continua: "Então o chamei para me visitar e acabei com o problema. Jamais
vou ser pai de uma aberração."
Gabriel pisca os olhos várias vezes, ele está atordoado com a confissão. Mas é claro, fazia sentido, quem produzia o líquido com certeza era um grande suspeito. Então pergunta ao Perfumista: "E os lençóis pretos. Eram pra que?"
O Perfumista, passa as mãos nas roupas, na tentativa de desamassar e responde: "Alguém precisava levar a culpa pelas mortes. E por que não Victoria Blackwood? Acima de tudo e todos, minha cliente e todo mundo já desconfiava dela também, todo mundo sabe o que ela faz e eu sairia limpo da história e ela culpada, sem ser punida. Dois coelhos numa cajadada só. Agora posso sumir que ninguém vai desconfiar de mim. Novamente Victoria será a grande culpada."
O homem se aproxima da porta, mas é bloqueado por Gabriel. O jardineiro é bem mais forte que o Perfumista. Gabriel coloca o braço no pescoço do homem, se aproxima do seu rosto e diz: "E se não existir mais Victoria Blackwood para levar a culpa?"
O jardineiro diz isso enquanto chacoalha um frasco contendo o líquido escuro e espesso.
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Segredos Escuros
RandomNa cidade de Britânia no século XIX, uma cidadezinha da Inglaterra. As pessoas estão em choque, mortes e sumiços de pessoas importantes assolam a cidade. As investigações são precárias e tudo está sem solução. No entanto uma menina desaparece e é en...