Pensamentos pensantes - Simone Tebet

Flashback

Seu corpo é um templo! O ame e o cuide, o mantenha saudável e forte; ele já é lindo por si só e se alguém disser o contrário, vire as costas e se ame ainda mais. Não sinta vergonha da arte que seu corpo é. Ame a deusa que nele habita: você.

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Flashback dia vinte e dois de fevereiro às 15h30, aniversário de dezoito anos de Simone Tebet, P.O.V Narrador:

Simone foi até a escola de ensino médio pegar seu histórico escolar e o certificado de conclusão, quando saía de lá com tudo o que precisava para fazer sua matrícula na faculdade de direito, ela avistou a loira num carro preto; sua ex-colega de sala e de corredores a cumprimentou e pediu para que entrasse no carro. Tebet o fez mesmo achando não ser uma de suas melhores ideias, já que mal conhecia a loira e mal haviam se falado durante meses.

Simone estava tão feliz por tudo estar dando tão certo em sua vida que não somou um mais um e notou sua então colega "menor de idade" dirigindo.

- Por que entrou no carro, Simone? - A loira perguntou depois de um tempo em silêncio, ao dobrar uma esquina desconhecida pela morena. Simone mora nessa cidade a vida toda, mas não conhecia o bairro de alto padrão em que estava agora.

- Porque eu quis e acho que posso fazer o que bem quiser. - Fora grossa e não tardou ao cruzar os braços abaixo dos seios para que os mesmo subissem um pouco mais; tendo a consciência de que a loira a olhava vez ou outra e veria seu pequeno decote se expandir.- É o quê? Agora quer dizer o que eu posso ou não fazer? - Simone sabia que estava agindo feito uma idiota, mas amava o sorrisinho bobo que sua ex colega dava olhando para frente.

- Faça o que quiser, Simone, já é maior de idade. - Soraya olhou para sua "amiga" no banco do passageiro e lançou-lhe um sorriso satisfeito.

- Agora fica me stalkeando? Fique sabendo que existe a Lei número 14.132/21 que prevê pena de reclusão de até dois anos e multa para quem cometer o crime de stalking/perseguição. - Simone estava contente consigo mesma pela resposta.

- Meu Deus, como decorou isso? Não estou te perseguindo, Simone. Sei porque você me disse que seu aniversário era em fevereiro e que cairia numa sexta-feira; apenas chutei ser essa, acertei? - A loira se encontrava impressionada com a resposta anterior da então futura advogada.

- Eu esqueci que contei... Você meio que sumiu durante todos esses meses, por quê? - Simone descruzou os braços e começou a brincar com os dedos em sinal de nervosismo ou ansiedade, ou de ambos.

- É que... Você era menor de idade, Si... - Simone a interrompeu.

- Ah, não me venha com essa! Sou mais velha que você! - Simone tornou a cruzar os braços.

- Não é, não. Tenho vinte e um, gatinha. - A cara de Simone foi ao chão e ela gaguejou ao falar:

- En-tão fez bem porque falamos sobre assuntos que nos levaria a fazer coisas e... quase fizemos... - Ela suspirou e continuou: - Não vou citar outra Lei, mas você sabe... Não devíamos nem termos falado sobre aquelas coisas... - Simone suspirou.

- Eu não sabia sua idade naquela época, senão jamais teria me atrevido a te olhar com outros olhos, Simone. Eu amo o seu novo-eu politicamente correto. - Soraya sorriu. - Assim como você achou ser mais velha que eu, eu achei que você tivesse mais idade.

- Entendi... Mas que lugar é esse? Está me sequestrando? Tem uma Lei que prevê... - Soraya a cortou:

- Deu de Leis e dessas baboseiras! Se quisesse te sequestrar, te levava para fora da cidade, não é? - Soraya sorriu e Simone se calou diante do bom argumento. - Essa é a minha casa.