Capítulo 2

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Jorge levantou o olhar, sorrindo brevemente antes de levar um tapa ardido em seu rosto. A garota que ele havia caído por cima, rosnou, enquanto o empurrava. Ele podia não ser um gênio em atitudes femininas, porem, percebia perfeitamente a raiva dela.

— Desculpe. – falou sem ter a menor intenção de desculpar-se. O que queria mesmo era voltar a deitar-se e fazer uma única coisa, com a garota nos braços: ficar olhando o rosto angelical que exibia uma raiva tremenda, até adormecer, para quando acordasse o rosto feminino fosse a primeira coisa que ele visse.

— Você está bêbado. – ela falou naquele tom que sua mãe o faria, antes de pegar algum objeto e descer o braço com toda a força nele. Ele fez mais força para segurar o corpo feminino contra ele.

— Hoje é um dia de comemoração. – Jorge ignorou os chutes contra suas pernas. – Descobri que estou rico.

— E acha que qualquer garota por ai pode servir de colchão para a sua bebedeira? Se não sair de cima de mim, você vai estar no amanhecer no hospital sendo costurado porque arranquei uma coisa pequena sua.

As hienas – Jorge não podia dizer que eram amigos, pois o trio que o acompanhava não parava de rir, riram ainda mais forte. Jorge não conseguia deixar de fitar os olhos violetas da jovem, que parecia se irritar mais a cada segundo.

Correndo o risco de ser mordido – se bem que chutado era mais provável, ele a beijou novamente. Ela rosnou contra sua garganta, antes de bater no peito dele. Jorge aprofundou o beijo quando depois de um tempo, sentiu que ela correspondia. Soltou a pressão que fazia para segura-la nos braços, dando espaço para que ela se soltasse, se quisesse. De maneira suave, Jorge deslizou a mão nas costas da jovem, parando no quadril. Eles pararam de beijar-se, ele roçou com a ponta do nariz até o pescoço dela, que arfava.

O ruivo sorriu, sentindo o leve perfume de flores. As pernas de ambos haviam se entrelaçado, de tal forma, que quando ele sentiu a coxa feminina em sua virilha, apenas conseguiu sentir o calor bem vindo. Se fosse um gato, ele ronronaria.

— Acho que estamos sobrando aqui. – a voz bem humorada – e bêbada – de Stuart King fez que Jorge amaldiçoasse o homem. Quando ele olhou para a mulher embaixo de si, ela tinha os olhos arregalados de espanto.

E espanto nenhum foi para ele, quando ela pareceu reunir forças do nada, para empurrar seu peito... Assim como foi a batida no seu ponto de prazer. Jorge urrou de dor, enquanto encolhia-se, saindo de cima dela, que o empurrou afastando-se de bunda, o encarando mais que assustada.

— Eu espero... – ela puxou o ar, afastando-se mais ainda. – que você encontre um testrálio e que ele coma você!

Ela levantou-se e sem olhar para ver se tinha perdido algo, saiu em disparada, no caminho em que viera. Jorge enquanto segurava o ponto que ela havia batido, sentia-se dividido em dois sentimentos. Raiva por Stuart e a certeza que iria procurar pela bruxinha, para eles terminarem – sem testemunhas e sem ela ficar assustada – o que tinham começado.

Demorou vários bons minutos – e brincadeiras – para que ele percebesse que ela tinha esquecido um objeto retangular branco. Pegou-o e ficou examinando. Quando uma música começou a tocar, ele franziu a testa... Na tela apareceu a mensagem aceitar ou rejeitar a ligação. Hermione tinha um daqueles, parecido.

Ele clicou em aceitar, se surpreendendo quando uma voz masculina se fez ouvir.

— Samantha! Você sabe que horas são? Onde você está?

— Quem está falando? – Jorge pediu, as hienas rindo atras dele.

— Quem é você? Como é que está com o celular da minha filha?

— Bem... Sogrão... O senhor quer a versão curta ou prolongada? – Jorge pediu, enquanto um sorriso estupidamente bêbado se estampava no rosto. Novo coro de risadas estourou atrás dele.

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