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O dia estava melancólico para muitos. As nuvens negras e acinzentadas tomaram conta do céu ainda pelo inicio da manhã. Litros e mais litros de agua caiam do céu naquele mesmo instante. Taehyun amava climas chuvosos e cinzentos, sempre lhe trazia muito conforto e claro, muito chocolate quente e filmes românticos debaixo dos edredons grossos que usava.

Kang aproveitava que era feriado e se encontrava em seu quarto, tão escuro quanto os seus fios pretos. Seu cabelo praticamente tornou-se um ninho de tão bagunçado que estava no momento. Seu rosto amassado e ainda com as marcas que seus lençóis deixara em seu rosto. Taehyun vez ou outra estreitava os olhos a medida que mexia em seu celular, descendo até onde podia na timiline de seu twitter. Mas o garoto foi tirado de sua procrastinação nas suas redes sociais quando seu celular começou a vibrar.

- Alô?

- Taehyun abre a porta pra mim! - Disse Beomgyu, a voz quase que se misturando com o som da chuva caindo.

- O que está fazendo aqui? - Kang disse em meio a sua pressa de sair do emaranhado de lençol o cobrindo, acarretando a si mesmo ir de encontro com o chão, mas logo se recompôs se levantando e desceu as escadas as pressas. Quando abriu a porta, se deparou com Beomgyu totalmente encharcado da cabeça aos pés. Em suas mãos, ele segurava algumas sacolas com comida instantânea e bebidas.

- Estava entediado em casa, então vim perturbá-lo... Você não se incomoda, né? - Choi o questionou e logo sorriu.

Ao ver aquele belo sorriso e ainda ser direcionado ao próprio, Taehyun não pode evitar de sentir seu coração quase sair pela sua boca. Ultimamente ele vem pensado nas coisas que sentia em relação ao Choi, e agora ele estava mais do que certo sobre isso. Taehyun estava perdidamente apaixonado pelo Beomgyu, o garoto problemático da escola mas que tem o sorriso mais encantador que já vira em sua curta vida. Não sabia quando esse sentimento havia nascido, ele apenas apareceu de repente sem o mesmo sequer notar algo.

Taehyun riu timidamente e deu passagem para o mesmo adentrar em sua casa. Beomgyu retirou os seus sapatos e pôs todas as sacolas sobre a mesa na cozinha, Tae não se segurou em não olhar direito o que havia em cada uma das sacolas, mas em uma delas, o mesmo viu três garrafas de soju. Vendo aquilo, ele soltou um murmuro e arqueou uma de suas sobrancelhas enquanto encarava o mais novo.

- Onde conseguiu essas garrafas? Ou melhor, quem foi que vendeu bebidas para um menor? Hein? - Taehyun cruzou os braços ao mesmo tempo que olhava o seu amigo de cima a baixo.

- As vezes é bom se abster de detalhes... Seus pais não estão em casa não, né?

- Não, eles saíram para visitar uma tia minha. Vêm, é melhor você trocar de roupa antes que pegue um resfriado.

Ambos subiram para o andar de cima, e após o Choi ter finalmente se livrado de suas roupas úmidas, a bagunça começou. Com ajuda do mais velho, Beomgyu terminava de preparar a comida, enquanto que Taehyun, levava as três garrafas e copos para dentro de seu quarto.

Beomgyu cantava e pulava cantando refrão da música Sober de seu grupo favorito, Bigbang. Taehyun apenas o encarava rindo da agitação de seu amigo por conta de uma música. Ele poderia dizer com toda a certeza de que deu amigo era o maior fanboy daquele grupo, apenas por tocar um refrão de qualquer música e Beomgyu cantar e pular com toda a energia que tinha.

Beomgyu vendo o seu amigo sentado rindo de si, o puxou para que pulasse no ritmo da musica. O coxão afundava conforme ambos pulavam animadamente, o canto do Choi aumentava cada vez que chegava no refrão, entregando tudo de si enquanto cantava a sua musica favorita. Taehyun cantava um ou outro refrão que conhecia, mas a sua atenção estava totalmente voltada ao garoto a sua frente. Beomgyu tinha seus longos cabelos que cobriam certa parte de seu rosto, mas que não deixava de ser belo, seus olhos sumindo conforte ria com os pulmões cheios. Ele era tão energético que por algum motivo, Taehyun o associava com um Girassol. Tão belo quanto um, tão vibrante quanto a flor.

Quando finalmente a música chegou ao fim, ambos se jogaram na cama, respirando ofegantes e rindo abafado. A playlist continuou a tocar, porem agora com uma vibe mais calma. Beomgyu ria e tirava os fios úmidos que grudaram em seu rosto por conta do fio suor que surgiu em sua testa. A musica que tocava ficou completamente em segundo plano, quando Taehyun pôs seus olhos no mais novo, o admirando como se fossem a ultima vez que o visse ali, ao seu lado. Seus olhos vagaram se seus fios escuros e longos, até os seus lábios rosados e tão chamativos e tentativos para o Kang. 

Movido pelo impulso repentino, Taehyun levantou-se apoiando seu corpo com as suas mãos espalmadas ao lado do corpo do mais novo. Ansioso e eufórico, ele o beijou. Seus lábios sendo tão macios que o fez ter vontade de beija-los inúmeras vezes. Beomgyu arregalou os olhos com a ação repentina do mais velho e bateu no rosto do mesmo. Choi levantou-se com a mão cobrindo a boca, olhando assustado para Taehyun. Ambos continuavam congelados com a situação. 

- Me desculpe... Acho que estou bêbado. - O mais velho sussurrou enquanto levantava o seu olhar para o Choi. Taehyun sorriu sem animo algum. - Acho melhor você ir embora, meus pais logo irão chegar e irão se deparar com as garrafas. 

Taehyun se sentou na beirada da cama. Seu cabelo caído cobrindo por inteiro o seu rosto, bloqueando Beomgyu a visão melhor para o mesmo. Se não fosse pela musica tocando, o silencio predominaria o quarto. A porta do quarto se abriu e com o baque da mesma sendo fechada, Kang sorriu sem animo, mas agora sua risada estava sendo acompanhada das lagrimas que tomaram conta de seu rosto. 

Ele estragou tudo. 

Tudo por conta da sua confusão de ter sentimentos pelo seu amigo de anos. Tudo por conta de seu amor do qual ele não conseguiu esconder mais nas sombras de seu coração. Como ele pode ser tão estupido a esse ponto? Pela primeira vez ele pode sentir a dor da rejeição. Naquela altura, ele preferia ser espancado por Kai varias vezes, do que voltar a sentir aquilo apertando o seu coração novamente.

Agora ele estava sozinho em seu quarto, a única companhia que ele tinha naquele momento era a musica que ainda tocava ao fundo. Em um certo momento seu peito começara a doer, o forçando a tossir e com as mãos cobrindo a boca, ele pode ver uma única pétala amarela.

Bem me quer, mal me quer | TAEGYUOnde histórias criam vida. Descubra agora