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Noite após noite a tosse de Taehyun piorava. O que antes vinha apenas uma pétala amarela, conforme aquilo se agravava, as pétalas apareciam cada vez mais.

Seu rosto que antes era delicado e suave, agora tinha fundas bolsas pretas debaixo de seus olhos. Seus cabelos que uma vez eram graciosos e arrumados, agora vivia bagunçado refletindo exatamente o estado mental que se encontrava.

Sempre que se deitava e fechava os olhos para cair no sono, a mesma imagem retorna a sua mente, o perturbando pelo resto da noite.

Como pode ser tão tolo de arruinar a única amizade que lhe fazia bem? O que ele faria aposto o ocorrido? Deixaria de gostar do único garoto que revirou o seu coração de cabeça para baixo?

Com uma batida suave em sua porta, fez Taehyun ser retirado de seus devaneios depressivos. Com preguiça ele levantou-se e apertou os olhos ao ter a luz clara iluminando o seu quarto escuro. Em meio a claridade, sua mãe apareceu com um olhar preocupado, tentando discernir seu filho da escuridão que ele se assibilava.

- Terry? Está melhor? - A mulher de meia idade adentrou em seu quarto com passos cuidados e sentou-se sobre o colchão, analisando o rosto pálido e inchado do garoto.

Kang sorriu sem animo algum e segurou fortemente as mãos gélidas de sua mãe.

- Estou melhorando... Mas me sinto meio gripado ainda. Já já posso retornar a escola.

- Tens certeza? Não quer ficar mais um tempo em casa? Pode acabar piorando na escola. - A senhora Kang apertou as mãos de seu filho em preocupação. Taehyun não poderia julgar, era preocupação de mãe e ali ela estava apreensiva sobre a sua saúde.

- Sim, posso usar mascará para evitar contaminar outras pessoas... Aliás se acontecesse algo eu teria o Beom-

Taehyun parou na metade, Beomgyu é o que sairia naquele exato momento. Mas nem sequer a mulher que lhe deu a vida sabia do que havia acontecido com ambos. Kang sentia que a qualquer momento morreria só de pensar naquilo tudo. Beomgyu era quem lhe trazia conforto, era o garoto que lhe protegia das perseguições de HueningKai, era o único que lhe fazia soltar risadas sinceras. Porem por sua culpa foi tudo de agua abaixo.

Sem ao menos perceber, Tae levou a sua mão a região em que foi acertado pelo Choi e sentiu a sua garganta arranhar, querendo expelir as pétalas que ele tanto segurava nas vezes em que sua mão aparecia em seu quarto.

- Tudo bem, mais tarde eu lhe trarei algo quente para tomar. Descanse bem, meu amor. - A senhora alisou as bochechas de seu filho e retirou-se do quarto fechando a porta novamente, deixando o pobre garoto a mercê da escuridão de seu quarto.

Taehyun com o tanto de tempo em que havia segurado as pétalas, as tossiu cada vez mais bruscamente, não conseguia respirar, cada vez mais saiam mais das pétalas amarelas que uma vez adorou em sua vida. Seu corpo se curvou, forçando a saída de tudo que havia preso em sua garganta. Kang queria vomitar, mas não conseguia. Rapidamente ele estava sendo tomado pelo ramo de flores em seu interior, bloqueando quase que completo a sua respiração.

Kang suspirou ofegante, recuperando os resquícios de folego que seu pulmão ainda permitia inalar. Caído sobre as pétalas que acabará de expelir, Taehyun se pôs a chorar. Se amaldiçoando pelo motivo de seu próprio destino.

O amor mata. Foi o que a sua mãe uma vez lhe disse. E isso estava acontecendo. O amor estava o matando. E Taehyun não podia fazer absolutamente nada para parar isso.

Bem me quer, mal me quer | TAEGYUOnde histórias criam vida. Descubra agora