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C A T A R I N A 🧿

Tinha acabado de sair do banho. Sentia meus olhos inchados, já tinha chorado tanto.

Peguei apenas uma camisa grande e me deitei no sofá, ainda relembrando as palavras de minha mãe.

Acabei me assustando com alguém batendo na minha porta, me levantei e fui abrir.

Trovão: Esqueci um nego- Ele parou assim que me olhou, pegou meu rosto e me analisou bem. - Qual foi!? O que rolou aqui? - Me empurrou e entrou.

Catarina: Nada, não aconteceu nada. - Falei um pouco baixo e fechei a porta.

Trovão: Eu não vou sair daqui até tu me falar o que rolou. - Ele se sentou e cruzou os braços.

Catarina: Nada trovão. O que você esqueceu aqui? Eu vou pegar. - Quando eu ia sair em direção ao quarto ele pegou no meu braço.

Trovão: Me fala pô, fala pra mim. Eu resolvo. - Se levantou ainda segurando meu braço.

Eu abracei ele e comecei a chorar novamente.

Trovão: Fala pra mim amor, quem te fez mau? - Acariciou meu cabelo.

Acho que ele nem percebeu o que falou.

Catarina: Foi, foi a minha mãe. - Falei com a dificuldade por conta do choro.

Trovão: O que aquela velha disse? - Pude perceber o tom de irritação na voz.

Catarina: Eu não quero falar disso, por favor. - Solucei, minha cabeça doía.

Trovão: Vem. - Se sentou e me colocou no seu colo. - Calma pô, quer ir pro morro não? Amanhã é aniversário da Lilian.

Catarina: Não, acho melhor não. - Tentei limpar as lágrimas.

Trovão: Vamo pô. - Ele ficou fazendo carinho na minha costa.

•••

Trovão: Deixa que eu pego ela. - Concordei e entreguei a Helô para ele.

Peguei as bolsas e sai do apartamento trancando a porta.

Passei pelo porteiro e encarei ele.

Catarina: Vai indo, eu preciso falar com o porteiro. - Ele me olhou desconfiado, mas concordou e saiu andando.

Fui em direção do Osmar.

Catarina: Eu quero que você preste muita atenção no que eu vou falar. - Cheguei já falando com ele. - Você não ouse nunca mais fazer fofoca sobre mim para NINGUÉM. E eu vou falar com o síndico daqui. - Falei e me virei para sair. - Ah, antes que eu me esqueça, a sua cabeça não dói, eu digo por conta do tamanho do seus chifres. - Forcei um sorriso e fui em direção a garagem.

Trovão: Não vai me falar o que tá acontecendo 'mermo? - Eu apertei meus lábios e olhei para os meus pés. - Jaé. - Abriu a porta do carro e entrou.

Suspirei, eu podia confiar nele? Digo, eu gosto dele, mas ele gosta de mim?

Catarina: Ela me chamou de vagabunda, e a gente brigou. - Meus olhos começaram a encher de água. - Ela falou palavras horríveis, trovão. - Eu mexia nas minhas unhas como um sinal de nervosismo.

Pele a Pele [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora