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   — entenderam ? — ela sabe que ninguém entendeu mas mesmo assim pergunta já sabendo que todos iriam responder...

   — NÃO! — A sala grita em conjunto, da pra vê seu rosto de decepção, mas fazer o que, ela sabe que seus alunos são burros.

   Eu tô me esforçando mais pra fazer as lições de química, mas porra pra que uma coisa tão ruim assim ?

   — Hana — digo — você entendeu ? — pergunto pois a mesma está bem focada no que a professora fala.

   — óbvio que não, mas estou olhando fixamente pra ela pra achar que eu entendi — ela falo e solto um riso nasal.

    — se continuar assim ela vai achar que você entendeu e quando ela passar atividade sobre, ela só vai te chamar, já que só você entendeu — eu falo e a mesma logo desfia o olhar da professora pra mim e arregala os olhos.

   — fodeu — ela diz — não tinha pensando desse jeito, caralho, tomei no meu cu — ela diz e logo toca o sinal para trocarmos de aula.

   Finalmente.

   Última aula, canto.

   Quando eu era melhor eu amava isso, mas agora eu odeio, o professor sabe que eu toco pra caralho e sempre me pede pra tocar na frente de todos, ele até já tentou me colocar num desses eventos onde você toca pra escola toda e no final ganha um prêmio pra quem toca melhor. Mas eu sempre dou uma desculpa, acho que ele já pegou as minhas estratégias.

   — nem adianta tentar falar que tá com cólica, dor de cabeça, febre, machucou o dedo, ou que está doente — ele diz assim que adentro a sala e eu indo contar mais umas das minhas mentiras, parece que realmente ele já sabe de todas as minhas estratégias — hoje voce toca sem desculpa! Todo mundo toca por que você não ? — porque eu não sou todo mundo, minha mãe disse isso pra mim.

    — tá bom professor — eu vou para um dos bancos que ficava na sala e sento.

   Nem sento direito no banco e o professor já me dá uma guitarra branca com tons claros de rosa bebê, ela era bem maior que eu, se bem que quase tudo e maior que eu, sou tipo uma formiga no meio de gigantes. Pego a guitarra coloco no meu ombro e vou até o mini palco que tinha na sala.

   Minha cabeça só tinha uma única frase "só canta, não olha pra frente"

   Só canta não olha pra frente, e só cantar.

   Essas vozes não saiam da minha cabeça, eu tinha que fazer isso.

   Pego a paleta que estava Junto a guitarra, ela era branco com a ponta rosa da mesma cor que a guitarra tinha, coloco meus dedos nas cordas geladas da guitarra que fez meu corpo todo se arrepiar — há quanto tempo não pegava em uma — eu tinha uma em casa mas nem ao menos abria aquela caixa que ficava acima do meu guarda-roupa.

   Começo tocando uma melodia calma, só para testar, eu gostava de começar a tocar calmo e depois vim com músicas fodas. Toxic, eu amava, e ainda amo.

   Começo a tocar toxic e todos começam a se entre olhar, eu sei que muitos aqui nem sabia que eu tocava, Surpresa!

   Da plateia consegui vê o olhar de orgulho da Hana, ela amava me vê tocar ou cantar, dizia que eu trazia felicidades pra ela, talvez ela fosse a única pessoa que depois que de tudo isso eu continuava a cantar pra ela. Não sei explicar eu só conseguia cantar pra ela, só pra ela, como se só ela fosse importante, como se só ela existisse, se só ela ficar feliz na plateia pra mim está bom, só ela importa. Nem todas as almas gêmeas precisam se relacionar românticamente. Algumas vezes alguma gêmea pode ser só de amizade assim como eu e Hana somos.

 𝐌𝐎𝐑𝐄 𝐓𝐇𝐀𝐍 𝐅𝐑𝐈𝐄𝐍𝐃𝐒 | Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora