Capítulo VI

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A noite seguiu perfeitamente, os quatro jovens fizeram uma guerra de travesseiros antes de dormir, o que resultou em penas e enchimento pra todo lado. Por volta das cinco e meia da manhã, retornaram cautelosamente para o reformatório e obviamente voltaram a dormir. Quando o dia amanheceu Evie se certificou de que não eram oito da manhã e foi acordar a amiga.

— Mal? Acorda — disse a balançando com suavidade. A garota resmungou e virou para o outro lado — Anda Maly, já são dez horas

— Por que me deixou dormir até tarde? — perguntou com estranheza enquanto se levantava cheia de preguiça indo até a cômoda

— Ontem foi um dia agitado, acordamos cedo hoje para voltar pra cá, fiquei com pena de te acordar cedo de novo

— Você é um anjo — falou enquanto olhava sua caixinha de comprimidos onde seus remédios estavam organizados por dia e horário — Que estranho

— O que foi? Acabou?

— Não, eu esqueci de tomar ontem e quando pulo uma dosagem sequer já fico mal, mas até agora eu não senti nada — ela franziu o cenho se virando para Evie — Estou me sentindo bem, e já faz um bom tempo que não me sinto assim

— Acha que seu quadro se estabilizou?

— É o que parece. Vou fazer um teste drive — ela sorriu e subiu na cama ficando de pé

— Mal, o que você... — Evie não segurou a risada ao ver a amiga começar a pular no colchão de um lado para o outro. Então parou com cabelo bagunçado e o seu sorriso aumentou

— Eu não acredito! Evie eu estou bem

— Graças aos céus — Evie disse emocionada recebendo um abraço da garota que saltou da cama no chão. Se Mal tivesse feito aquilo semanas antes teria perdido o fôlego e ficado zonza no primeiro salto

— Eu tenho que falar com a minha mãe — ela avisou e dentro que alguns minutos estava pronta. Saiu do quarto em passos rápidos e determinados, com o sorriso contínuo que fazia suas bochechas doerem.

A garota chegou na frente da porta da diretoria onde bateu e chamou pela mãe, ela entrou após a autorização da mulher. Mal abriu a porta e movimentou os lábios mas as palavras travaram ao ver que Malévola não estava sozinha na sala. Um homem alto, bem vestido com um terno azul escuro, cabelos claros e barba que moldava seu rosto quadrado estava sentado em uma das cadeiras, aparentemente Mal havia interrompido uma reunião.

— Me desculpe, eu volto mais tarde — ela se virou para sair mas sua mãe lhe chamou

— Quero que conheça uma pessoa, sente-se — falou com certa leveza na voz, assim Mal fez. O homem a olhou e lhe deu um curto sorriso — Esse é o senhor Hans, diretor do colégio interno na Alemanha

Mal gelou dos pés à cabeça. Estava acontecendo. Sua mãe ia lhe mandar mesmo para colégio interno, mas por que? Ela havia se comportado. Será que ela descobriu sobre a festa? Aquele guarda idiota a entregou?

— Colégio interno? Na Ale-alemanha? Como assim? — ela tentou não transparecer seu choque e pavor

— Já conversamos sobre isso, não se lembra?

— Sim, eu lembro, prazer sou a Mal — ela estendeu a mão para o homem que apertou a mesma

— Mal? — ele perguntou olhando para Malévola que olhou séria para a filha

— Quero dizer Malia, Malia Bertha

— É um prazer Malia — respondeu com a voz grossa e com sotaque marcante

— Imagino que tenha vindo aqui falar de outros assuntos, apenas autorizei sua entrada para que se conhecessem. Mas temos muito para conversar, se puder esperar

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