capitulo dez

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CAPITULO DEZ
Kayky Mazlum
Interrogados

—Então, no momento você diz que estava tomando banho, é isso?

Respiro fundo, sei que esse cara só tá cumprindo a função dele, mas já disse mil vezes como e o que eu estava fazendo no monitor exato no qual eles acreditam ter ocorrido a morte de Matheus
—Bom, na hora em que aconteceu, eu estava no banho, mas na hora que a Lia foi procurar a gente pedindo socorro, eu estava com a Laura na praia
Ele anota mais coisas, então pergunta
—Mas então, sobre o que vocês conversavam na hora?
Bufo e me ajeito na cadeira
—Estavamos falando sobre o namorado dela
—Voce pode falar novamente como foi a briga que você teve com Matheus horas antes dele morrer?
Esse é provavelmente um dos motivos para eu ser a pessoa de quem eles mais suspeitam, relembro os detalhes do que exatamente aconteceu
Nos quatro tivemos que ficar um dia a mais na casa por conta do nosso voo que teve problemas. Eu e Laura vamos rindo para a sala e damos de cara com Matheus jogado no sofá, passo o braço envolta dos ombros da morena para fazer com que ela se sinta segura, ou talvez para que eu me sinta mais seguro, quem sabe ao certo
—Coitado do meu amigo, já falei tantas vezes que o pobrezinho leva um belo chifre
Laura da uma risada sarcástica ao meu lado
—Foi mal, não tenho culpa se você não sabe que mulheres também tem direito de ter amigos, machistazinho de merda
Ela sorri falsa pra ele, e o garoto olha pra mim
—Mas acho que não é só amizade que o Kay quer de você não viu lindinha
Coro levemente e tenciono meus músculos, então digo
—Porque não vai cuidar da sua garota enves de se intrometer onde não foi chamado, chifrudinho
Matheus perde a aparência de deboche e da abertura para a raiva, se levanta do sofá e vem perto de mim pra me fuzilar com os olhos
—Você pensa que é quem pra falar isso de mim meu filho, se toca
Percebo o cheiro de álcool e reviro os olhos
—Você pensa que uma menina linda e legal como a Lia realmente aceita ser traída sem trair também
Ele fecha e abre as mãos para tentar manter controle, e isso faz com que eu me sinta prestes a sorrir
—Cala essa sua boca Kayky, Lia me ama mais que tudo, e eu amo ela, já você não pode dizer o mesmo sobre a Laura né
Ela entra no meio de nós dois e fala
—Fala sério, eu tô aqui se é que vocês se esqueceram
Eu empurro ela delicadamente para o lado, destruindo barreiras entre mim e o cara de olhos claros
—Se ela te ama eu não sei, mas o que você sente por ela pode ser tudo, menos amor
Ele vem mais pra perto de mim ainda
—Para de querer estragar o relacionamento dos outros,  tá tão deprimido assim por que a Laurinha não quer te dar?
Ele sorri cínico, então eu dou um forte soco na cara dele o que faz com que ele  cambaleie um pouco para longe de mim
—Enzo já devia ter te dado uma surra a um tempo
E assim como eu, ele é rápido ao devolver um soco em meu rosto, vejo ele limpar o sangue que começou a escorrer do nariz dele
—Parem com isso
Nem preciso olhar para Laura, só pelo seu tom de voz sei que ela esta morrendo de raiva
—Vai pro inferno Matheus
Ele sorri de novo e diz
—Nos vemos lá otario
E então parto de novo ora cima dele, com. uma rasteira minha Matheus cai no chão, aproveito para dar socos nele
—Isso é pela minha irmã seu desgraçado
Escuto Laura gritar para que eu pare mas continuo, ate que ela me puxa incrivelmente forte, Matheus é rápido e aproveita a minha distância pra se levantar e ir pra cima de mim, mas na hora Lia chega e fala
—PAREM COM ISSO PORRA
Lia puxa Matheus para longe e Laura faz o mesmo comigo, segurando minha mão ela nos leva para a cozinha, pega um paninho e molha de água
—O que deu em você? Nunca te vi assim
Ela passa o pano na minha sobrancelha e arde, provavelmente fiz um corte
—Já queria fazer isso a um bom tempo
Volto a prestar atenção no agora antes que eu comece a sentir de novo a raiva que havia sentido aquele dia
—E foi isso senhor, depois não nos vimos mais, fui tomar meu banho e depois andar na praia com a minha amiga
Ele me olha desconfiado e isso me deixa incomodado. Já tem um bom tempo que estou ali respondendo perguntas, e sei que não está nem próximo de acabar

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