Cap 2 - Joseph

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Cheguei em casa, com a cabeça fervendo, que logo fui para o meu quarto.

- Eloise, já disse que não quero você usando isso dentro de casa.

- Qual é mãe, me dá um tempo.

- Eloise, não vou falar duas vezes.

- Cadê o pai?

- Você passa a noite fora de casa, sem dar notícias e satisfações pra ninguém, e agora quer saber do seu pai?

- Anda, o que aconteceu com ele?

- Seu pai passou mal de madrugada, levei ele até ao hospital.

- O que? - Meu coração acelerou.

- Começo de infarto, Eloise, seu pai está muito mal, seus batimentos cardíacos já não estão funcionamento corretamente, seus pulmões estão enfraquecidos, não temos dinheiro para a quimioterapia, o câncer já consumiu boa parte de seu corpo.

- Não pode ser, eu não acredito nisso!

- Infelizmente ele vai falecer filha, não temos mais dinheiro para pagar os remédios, a quimioterapia de Joseph está cada vez mais cara, seu pai já está de idade, não vai conseguir resistir.

- Mãe não, não vou deixar meu pai morrer naquele hospital.

- Eu não sei mais o que fazer! Estou trabalhando por dois aqui nessa casa porque a filha que eu tenho virou uma drogada, que não faz nada da vida além de me dar desgosto.

- Joga mais na minha cara, já que você adora fazer isso.

- Eloise, estou falando sério.

- Eu te odeio, te odeio com todas as minhas forças!

- Estou indo até o hospital visitar seu pai, quer ir junto?

- Não.

- Olha lá, você não sabe quando será a última vez que poderá vê-lo.

- Cala a sua boca!

- logo volto, não quero sentir cheiro das suas porcarias.

- Idiota.

Me tranquei no quarto, e chorei até não aguentar mais, tentei dormir, mas não consegui, não conseguia parar de pensar em Victória, meu pai, a minha situação, a minha vida está destruída, eu mesma fiz isso! Eu acabei com a minha vida, com a minha família.

A mais ou menos três anos atrás, meu pai descobriu um câncer de pulmão, ainda estava no início, não havia motivos para se preocupar, foi a partir daí que a nossa condição financeira foi de mal a pior, a empresa de nossa família começou a falir, meu pai parou de trabalhar, perdeu a esperança da vida, sem contar a depressão profunda que ele entrou por conta das dívidas.

Meu pai, Joseph é o meu herói! Eu o amo mais do que tudo, sou única filha dele, desde pequena somos próximos, diferente da minha mãe, Alysson, que tem outros filhos mais velhos com outro homem, claramente sou a caçula, vim de uma gravidez indesejada pela minha mãe, ela sempre me amaldiçoou, e rejeitou tudo que me envolvia, se não fosse pela insistência de meu pai, tenho certeza que eu nem teria vindo a esse mundo.

Minha mãe se casou com meu pai por puro interesse na empresa, e no seu dinheiro, e vi o casamento se acabar junto com todo o dinheiro.

Eu e Maria Victória temos a mesma idade, somos amigas a longo tempo, ela é a minha melhor amiga, considero Victória como minha irmã. A alguns anos atrás, Victória começou a se relacionar com Henrique, responsável pelo grande número de tráfico na região, era o chefe, comandava por ali, mas Henrique era muito violento segundo ela, já faz um bom tempo que eles terminaram, mas Henrique nunca aceitou o fim desse relacionamento.

Me envolvi no tráfico nas ruas, por influencia de Henrique, logo levei o tráfico para dentro de casa, logo estava vendendo minhas coisas para comprar também, entrei em milhares de dívidas com Henrique, isso virou uma bola de neve.

..

O tempo passava, e eu resolvi ligar para a Victória.

- Maria Victória, por favor me ajuda.

- Calma Eloise, tá tudo bem?

- O meu pai, está internado no hospital, Victória não temos condições para pagar as quimioterapia, ele está muito mal - Disse aos prantos.

- E a sua mãe?

- Minha mãe? Aquela mulher quer deixar meu pai morrer, veio com uma história dizendo que ele já era de idade e não ia aguentar.

- E se ela estiver certa?

- Maria Victória, meu pai não pode morrer tá entendendo? Eu não posso assistir meu pai morrer e não fazer nada pra impedir isso, NÃO POSSO.

- E você tá pensando em fazer o que? Nem eu, e nem você somos dona do Banco não, não é assim que as coisas funciona.

- Foda-se, eu dou a minha vida para salvar a do meu pai.

- E então?

- Vamos assaltar algum comércio?

- Caralho Eloise, você tá louca? Enlouqueceu de vez?

- Pelo meu pai - Victória interrompe

- Eu tenho absoluta certeza que o seu pai não iria gostar de saber que a filhinha dele está atrás das grades após assaltar um mercadinho de esquina, acorda Eloise, não é assim que vai dar certo.

- O que eu faço então Victória? Eu não sei mais, eu não aguento mais essa vida.

- Calma, vai dar tudo certo.

- Vai dar certo? Como? COMO? Eu acabei com a minha vida.

- Quer vir comigo até uma boate hoje a noite? A gente conversa com mais calma.

- Boate Maria Victória? O meu pai está morrendo naquela desgraça de hospital, e é sério que você está me chamando pra ir na boate ver puta? Você não muda mesmo!

Sem pensar duas vezes, desliguei o celular, encerrando a ligação.

Apostas Del Azar - Romance LésbicoOnde histórias criam vida. Descubra agora