Cheguei em casa, com a cabeça fervendo, que logo fui para o meu quarto.
- Eloise, já disse que não quero você usando isso dentro de casa.
- Qual é mãe, me dá um tempo.
- Eloise, não vou falar duas vezes.
- Cadê o pai?
- Você passa a noite fora de casa, sem dar notícias e satisfações pra ninguém, e agora quer saber do seu pai?
- Anda, o que aconteceu com ele?
- Seu pai passou mal de madrugada, levei ele até ao hospital.
- O que? - Meu coração acelerou.
- Começo de infarto, Eloise, seu pai está muito mal, seus batimentos cardíacos já não estão funcionamento corretamente, seus pulmões estão enfraquecidos, não temos dinheiro para a quimioterapia, o câncer já consumiu boa parte de seu corpo.
- Não pode ser, eu não acredito nisso!
- Infelizmente ele vai falecer filha, não temos mais dinheiro para pagar os remédios, a quimioterapia de Joseph está cada vez mais cara, seu pai já está de idade, não vai conseguir resistir.
- Mãe não, não vou deixar meu pai morrer naquele hospital.
- Eu não sei mais o que fazer! Estou trabalhando por dois aqui nessa casa porque a filha que eu tenho virou uma drogada, que não faz nada da vida além de me dar desgosto.
- Joga mais na minha cara, já que você adora fazer isso.
- Eloise, estou falando sério.
- Eu te odeio, te odeio com todas as minhas forças!
- Estou indo até o hospital visitar seu pai, quer ir junto?
- Não.
- Olha lá, você não sabe quando será a última vez que poderá vê-lo.
- Cala a sua boca!
- logo volto, não quero sentir cheiro das suas porcarias.
- Idiota.
Me tranquei no quarto, e chorei até não aguentar mais, tentei dormir, mas não consegui, não conseguia parar de pensar em Victória, meu pai, a minha situação, a minha vida está destruída, eu mesma fiz isso! Eu acabei com a minha vida, com a minha família.
A mais ou menos três anos atrás, meu pai descobriu um câncer de pulmão, ainda estava no início, não havia motivos para se preocupar, foi a partir daí que a nossa condição financeira foi de mal a pior, a empresa de nossa família começou a falir, meu pai parou de trabalhar, perdeu a esperança da vida, sem contar a depressão profunda que ele entrou por conta das dívidas.
Meu pai, Joseph é o meu herói! Eu o amo mais do que tudo, sou única filha dele, desde pequena somos próximos, diferente da minha mãe, Alysson, que tem outros filhos mais velhos com outro homem, claramente sou a caçula, vim de uma gravidez indesejada pela minha mãe, ela sempre me amaldiçoou, e rejeitou tudo que me envolvia, se não fosse pela insistência de meu pai, tenho certeza que eu nem teria vindo a esse mundo.
Minha mãe se casou com meu pai por puro interesse na empresa, e no seu dinheiro, e vi o casamento se acabar junto com todo o dinheiro.
Eu e Maria Victória temos a mesma idade, somos amigas a longo tempo, ela é a minha melhor amiga, considero Victória como minha irmã. A alguns anos atrás, Victória começou a se relacionar com Henrique, responsável pelo grande número de tráfico na região, era o chefe, comandava por ali, mas Henrique era muito violento segundo ela, já faz um bom tempo que eles terminaram, mas Henrique nunca aceitou o fim desse relacionamento.
Me envolvi no tráfico nas ruas, por influencia de Henrique, logo levei o tráfico para dentro de casa, logo estava vendendo minhas coisas para comprar também, entrei em milhares de dívidas com Henrique, isso virou uma bola de neve.
..
O tempo passava, e eu resolvi ligar para a Victória.
- Maria Victória, por favor me ajuda.
- Calma Eloise, tá tudo bem?
- O meu pai, está internado no hospital, Victória não temos condições para pagar as quimioterapia, ele está muito mal - Disse aos prantos.
- E a sua mãe?
- Minha mãe? Aquela mulher quer deixar meu pai morrer, veio com uma história dizendo que ele já era de idade e não ia aguentar.
- E se ela estiver certa?
- Maria Victória, meu pai não pode morrer tá entendendo? Eu não posso assistir meu pai morrer e não fazer nada pra impedir isso, NÃO POSSO.
- E você tá pensando em fazer o que? Nem eu, e nem você somos dona do Banco não, não é assim que as coisas funciona.
- Foda-se, eu dou a minha vida para salvar a do meu pai.
- E então?
- Vamos assaltar algum comércio?
- Caralho Eloise, você tá louca? Enlouqueceu de vez?
- Pelo meu pai - Victória interrompe
- Eu tenho absoluta certeza que o seu pai não iria gostar de saber que a filhinha dele está atrás das grades após assaltar um mercadinho de esquina, acorda Eloise, não é assim que vai dar certo.
- O que eu faço então Victória? Eu não sei mais, eu não aguento mais essa vida.
- Calma, vai dar tudo certo.
- Vai dar certo? Como? COMO? Eu acabei com a minha vida.
- Quer vir comigo até uma boate hoje a noite? A gente conversa com mais calma.
- Boate Maria Victória? O meu pai está morrendo naquela desgraça de hospital, e é sério que você está me chamando pra ir na boate ver puta? Você não muda mesmo!
Sem pensar duas vezes, desliguei o celular, encerrando a ligação.

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Apostas Del Azar - Romance Lésbico
RomanceEm objetivo de salvar a vida de seu pai, jogos de azar não poderia ser não ruim assim, não é mesmo?