Pra falar a verdade Me sinto culpada por não te proteger Existe tantas cobras me cercando Se passando por "amigas da falecida"...
Sabe aquele vaso que ficava na frente de casa? Sua amiga quando soube do que aconteceu Tomou pra si E ainda perguntou se EU precisava de ajuda com tuas coisas.
Sabe meu pai? Tentou pegar teu dinheiro guardado Fez churrasco no dia do teu aniversário E bebeu já prevendo o quanto ia ganhar.
Sabe teus irmãos? Eles seguraram os documentos Falando que iriam resolver tudo.
E agora? Tô puta e mostrando as garras Na verdade, tô sendo um monstro com todos.
Você acha mesmo que quero alguém da nossa família em casa? Você acha mesmo que vou acolher teus amigos para me passarem a perna?
Não mãe, Mesmo a senhora sendo tão inocente Sou fruto, aquele bode espiatório Que a senhora guardava Sou um leviatã Que a senhora e toda essa gente moldou.
Não posso ser como você Não posso abraçar a todos Sabendo que vão me apunhalar pelas costas Sabendo que querem agir por trás de tudo E vendo todos eles felizes com tua partida.
Vou caçar cada um Como se fossem escória Como se fossem monstros E é o que eles são.
Monstros imundos Que só querem dançar Em cima do teu caixão.
Vou proteger tudo o que a senhora deixou Mesmo quando eu tentava te proteger em vida E mesmo não tendo sido o suficiente. [...] L. W. S. C.
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