Por mais que
Você não me desse tanta atenção
Ou você mesma ser uma narcisista
Eu tinha certeza
Que você me acalmaria,
Escutaria e até tentava resolver.Agora tô aqui
Sozinha
Sem teu colo
Sem essa certeza
Em posição fetal
Chorando como uma criança.Hoje tive noção
Da tua partida repentina
Saudade das conversas
E principalmente de tua barriga.Nem almocei
Nem pretendo
Só quero ficar quieta.E lá na academia
Só passava na minha cabeça
Tirar minha vida
Essa ferida aberta
Que pisam todos os dias.Pendurar a cabeça
Entre cordas de nalho
Para uma semana passar
E já ser decapitado.Me jogar de um andar mais alto
Se ser atropelada em seguida por um carro
Pena que tenho medo de altura.Colecionar remédios
De todas as cores e tamanhos
Sem sentir meu corpo
E ter um bom sono.Facas na caixa torácica
Finas e afiadas
Um bisturi nas coxas
Banheiro por horas.Lâminas na garganta
Rápido porém com muito sangue
Odeio imaginar tanto no meu corpo.Estou carente...
Entendo o motivo
Mas não faço ideia de como resolver
Tô com medo de descer escadas
Ando com medo de ser atropelada
Me fecho cada vez mais
Me escondo dos meus demônios
E não tem casa ou abraço seu pra me parar.
[...]
L. W. S. C.